Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo - PPG CINEAV
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Item DOCUMENTÁRIO MILITANTE NA AMÉRICA LATINA E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO FILME BOM DIA PRESIDENTE OU O CORAÇÃO DA BRASILEIRA(Universidade Estadual do Paraná, 2025-06-24) José Eduardo Silva Pereira; Eduardo Tulio Baggio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; http://lattes.cnpq.br/9174303100077901; BAGGIO, Eduadrdo; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; NOGUEIRA, Juslaine Abreu; http://lattes.cnpq.br/5283169846765859; GRUNER, Clóvis Mendes; http://lattes.cnpq.br/4400370278287507Este trabalho situa-se em uma interface de simultaneidade entre a pesquisa acadêmica e a realização cinematográfica documental. O objetivo desta dissertação foi desenvolver subsídios teóricos e referenciais para encaminhar a finalização de um filme documentário de longa metragem, que se encontra na etapa da montagem. Em um primeiro movimento, investigamos características ético-estéticas de um corpus de “documentários de orientação militante” latino-americanos, examinando como as obras se aproximam ou se afastam de parâmetros conceituais desenvolvidos a partir das reflexões teóricas de cineastas e pesquisadores(as). As obras que compõem o corpus são: Comício: São Paulo a Luis Carlos Prestes (1945), Tire Dié 1962), Araya (1959), A Batalha de Chile (1975 1979), A Classe Roceira (1985) e Martírio (2016). Em um segundo movimento, analisamos criticamente e desenvolvemos o processo de criação do documentário de longa-metragem Bom Dia Presidente ou o Coração da Brasileira, sob duas diferentes perspectivas. Na primeira perspectiva, apresentamos uma Crítica Ecológica das Tomadas em cinema documentário, utilizando uma analogia com conceitos da Ecologia Evolutiva, de modo a provocar uma reflexão teórico-crítica acerca dos modos como foram feitas as tomadas em Bom Dia Presidente ou o Coração da Brasileira. Por fim, na segunda perspectiva, a partir de coleta e organização de documentos de criação, seguimos alguns procedimentos analíticos do processo de criação artística como “redes”, conforme proposto por Cecília Salles em seu livro Redes de Criação (2006). Nossa investigação aponta que um documentário intensifica a sua orientação militante conforme aumenta o seu compromisso com os coletivos das lutas sociais em que se engaja. Assim, a forma fílmica resulta da mediação artística deste compromisso, ou seja, se apresenta mais como uma consequência do compromisso de luta, do que como um propósito artístico em si.Item A REALIZAÇÃO DE UM DOCUMENTÁRIO: CONCEITOS, CRÍTICA DE PROCESSO E NOVOS OLHARES PARA O FILME “OUTROS ABRIGOS”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-20) Thiago Henrique Cardoso; Cristiane do Rocio Wosniak; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/9361964897923112; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; GARCIA, Alexandre Rafael; http://lattes.cnpq.br/3895949501024669; MOCARZEL, Evaldo Sérgio Vinagre; http://lattes.cnpq.br/8579970491143931A dissertação intitulada “A realização de um documentário: conceitos, crítica de processo e novos olhares para o filme ‘Outros Abrigos’”, vincula-se ao Mestrado Acadêmico em Cinema e Artes do Vídeo (PPG-CINEAV) da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), especificamente à linha de pesquisa Processos de Criação no Cinema e nas Artes do Vídeo e ao Grupo de Pesquisa CineCriare – cinema: criação e reflexão (PPG-CINEAV/Unespar/CNPq). O objetivo geral é a análise reflexiva acerca do processo de criação ou realização autoral do documentário Outros Abrigos. A pesquisa, de natureza qualitativa e indutiva, adota como abordagem metodológica a Crítica de Processos, a partir dos pressupostos de Cecília Almeida Salles, tendo, por fontes primárias, o próprio filme documental, além dos documentos do processo de criação: anotações, pré-roteiros, argumento, esboços, planilhas, dispositivos digitais de montagem – mapas online, com a finalidade de compreender o percurso de possíveis escolhas estéticas, técnicas e operacionais para a execução do filme. Acredita-se que, a análise criteriosa da construção artística da obra de arte, em cotejamento e aos métodos, materiais e anotações empregados pelos artistas, é essencial para o estudo processual de uma poética autoral. O estudo parte das seguintes questões norteadoras: i) quais são os formatos de registros materiais do processo de criação do documentário Outros Abrigos? ii) de que forma a análise dos documentos, rastros, vestígios e fontes primárias do processo de criação do objeto empírico da presente investigação pode dar a ver possíveis atos teóricos e vislumbres estéticos e técnicos do autor/realizador? O foco da investigação é a crítica do processo criativo do referido documentário, optando-se por um estudo de caso com o intuito de perceber, descrever, analisar e interpretar a situação ou fenômeno criativo, associado à Revisão de Literatura sobre o tema documentário. O referencial teórico encontra-se ancorado nos pressupostos de Bill Nichols, Evaldo Mocarzel, Fernão Pessoa Ramos, Jean-Louis Comolli, Roger Odin e Eduardo Tulio Baggio, no que se refere a conceitos, tipologia e estética documentária, além de Fayga Ostrower, para dar conta dos conceitos de acaso, percepção e formas de expressividade nas artes e Cecília de Almeida Salles no que se refere à Crítica de Processos Criativos.Item “CINEASTAS DA VOZ NA ANIMAÇÃO BRASILEIRA: A SONORIDADE VOCAL DE PERLIMPS”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-04-02) Felipe Renã Golim Stocco; Débora Regina Opolski; http://lattes.cnpq.br/5694754137339356; http://lattes.cnpq.br/9361964897923112; OPOLSKI, Débora Regina; http://lattes.cnpq.br/5694754137339356; BARONE, Luciana; http://lattes.cnpq.br/1382401194487314; SCHIRIGATTI, Elisangela; http://lattes.cnpq.br/8259244507971412Cineastas da voz na animação brasileira: a sonoridade vocal de Perlimps. 2025. 166 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Cinema e Artes do Vídeo) ― Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo (PPG-CINEAV), Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Curitiba, 2025. A pesquisa tem como objetivo discutir os processos de criação de vozes para longas de animação brasileiros, adotando o trabalho vocal em seu cerne, de maneira a fazer com que artistas de voz sejam reconhecidos pela sua contribuição autoral sobre a obra, considerando a inventividade e criatividade que a eles cabe. O estudo alicerça-se na Teoria de Cineastas (Penafria et al., 2016), que introduz a possibilidade de verter o pensamento expresso pelos cineastas em conteúdo enquadrável na teoria do cinema. Para aprofundar essa abordagem, foram realizadas entrevistas com os artistas de voz Giulia Benite e Lorenzo Tarantelli, que interpretam os protagonistas de Perlimps (2022), além de Melissa Garcia, diretora de voz do filme, Viviane Guimarães, assistente de direção, e Alê Abreu, diretor do filme. A análise adota a metodologia de observação da imagem espectral (Opolski; Carreiro, 2022), examinando como a materialidade sonora e a performatividade vocal se inscrevem na narrativa fílmica. A discussão sobre a vocalidade Perlimps, nosso objeto de análise, afunila-se em uma cena que exemplifica a voz mobilizada como ação, compreendendo esse elemento sonoro a partir do conceito de ação vocal e partitura vocal desenvolvidos por Gayotto (1997).Item HELOÍSA PASSOS E O DOCUMENTÁRIO EM PRIMEIRA PESSOA: UM ESTUDO DOS FILMES CONSTRUINDO PONTES E ENEIDA(Universidade Estadual do Paraná, 2025-06-30) Fernando Cavazotti Coelho; Fábio Noronha; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/1322679253331030; NORONHA, Fábio; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; WOSNIAK, Cristiane; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; BRASIL, Marcus; http://lattes.cnpq.br/6772709289246483A presente pesquisa tem como objeto de estudo a produção cinematográfica autoral de Heloísa Passos, consagrada cineasta paranaense que lançou seus dois primeiros longas-metragens, os documentários autobiográficos Construindo Pontes em 2017 e Eneida em 2022. O objetivo geral consiste em analisar esses dois filmes a fim de compreender a lógica narrativa interna de suas obras, além de identificar como a diretora representa os aspectos subjetivos com construções poéticas e também articula questões íntimas, familiares, com uma dimensão histórica do país e do lugar social da mulher. Metodologicamente, a pesquisa se inspirou no modelo de análise fílmica desenvolvido por Ismail Xavier, no qual o autor investiga um filme a partir de seus próprios elementos cinematográficos, além de situar a obra diante dos temas abordados e contexto histórico de realização. O princípio de seu método é dividir o filme em blocos narrativos para analisar as características cinematográficas de cada segmento. Quanto ao referencial teórico, a pesquisa fundamenta-se em autores que permitem localizar os filmes de Heloísa na questão de gênero cinematográfico como Fernão Ramos (2008) e Bill Nichols (2005) que se propõem definir o conceito geral de documentário e as diferentes formas de expressão deste gênero. Dentre as formas do documentário em primeira pessoa, também chamado de autobiográfico ou subjetivo, buscou-se fundamentação na pesquisa de Pablo Piedras (2013), Jim Lane (2010) e Gabriel Tonelo (2017), e a autora Catherine Portuges (1988), que articula a relação entre autobiografia e cinema. A cineasta Maya Deren contribui como fundamentação teórica na análise da lógica interna dos filmes de Heloísa, uma vez que os textos da autora contribuíram (e ainda contribuem) para pensar o cinema como linguagem poética. Do estudo da obra de Heloísa Passos concluiu-se que há nela uma unidade enriquecedora entre o gênero documentário autobiográfico, conforme a literatura, e o emprego criativo de recursos poéticos que fomentam a interlocução estética e sensório-emocional com o público.Item MOVIMENTO E MEDIAÇÃO COMPUTACIONAL: PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE UM PROTÓTIPO INTERATIVO PARA A VIDEOINSTALAÇÃO “3/4”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-06-30) Yuri Azevedo Riesemberg Martins; Fábio Noronha; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/1322679253331030; NORONHA, Fábio; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; WOSNIAK, Cristiane; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; BRASIL, Marcus; http://lattes.cnpq.br/6772709289246483Esta dissertação traz o processo de criação de uma videodança realizada para fins de uma videoinstalação interativa, fundamentada em experiências prévias com o formato da videodança coreografada para a tela. Seguindo o processo criativo descrito pela autora e pesquisadora Cecilia Almeida Salles, mapeio as etapas e processos da criação de um novo dispositivo (hardware) feito para operar usando código aberto (open source) um programa (software) que permite a manipulação de reprodução imagética em tempo real na videoinstalação. Por meio dessa abordagem, investigo as possibilidades criativas que surgiram na interseção entre dança, audiovisual e interação, contribuindo para expandir os limites da linguagem artística contemporânea que vem a ser debatida por autores como Maira Spanghero, Cristiane Wosniak, Christine Greiner entre outros. Trago registros deste processo por meio de: entrevistas com a equipe realizadora, storyboards, planta-baixa, esquemáticas, vídeo-bastidores, fotografias e escrita reflexiva. Também trago referências históricas que serviram como inspiração para o conceito da obra: Nam June Paik, pela implementação da interatividade entre público e dispositivos; Maya Deren pela manipulação cronológica encontrada em seus filmes; Abel Gance, pela quebra dos paradigmas de projeção com o uso de múltiplas telas; Eija-Liisa Ahtila, pela forma a qual suas obras tornam a audiência de observadores passivo em observadores ativos; Bill Viola, pela exploração da manipulação do tempo na tecnologia do vídeo.Item “A FAMÍLIA NEGRA EM MARTE UM: UM OLHAR PARA O CINEMA BRASILEIRO”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-05-07) Vanessa de Freitas Sousa; Rosane Kaminski; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; http://lattes.cnpq.br/9064277296292148; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; TASSI, Rafael; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; NASCIMENTO, Renata; http://lattes.cnpq.br/6778262598408279A dissertação investiga a representação das famílias negras no cinema contemporâneo brasileiro, concentrando-se em um tipo de família, na família Martins, do filme Marte Um (2022), produzido pela Filmes de Plástico. Com base na compreensão do cinema como arte, linguagem e ferramenta política, a pesquisa analisa como o cinema negro pode contribuir para a desconstrução de estereótipos e promover uma maior representatividade e autenticidade nas telas. Como objetivo específico, a pesquisa discute como as produções da Filmes de Plástico contribuem para ampliar e diversificar essas imagens, promovendo um olhar opositor, conforme proposto por bell hooks (2019b). Segue-se uma abordagem metodológica qualitativa e explicativa, estruturada em três etapas principais, que se misturam à medida em que a análise do filme cresceu: inicialmente, foi feita uma revisão bibliográfica para fundamentar teoricamente o estudo, com foco nos estudos de bell hooks (2019a, 2019b, 2023), Lélia Gonzalez (2020), Leda Maria Martins (1997, 2021), Cida Bento (2022), Achille Mbembe (2018), Rosane Kamiski (2023), Kaludy Teles Gonçalves (2023) e Sueli Carneiro (2023), destacando suas contribuições para a reflexão sobre representação negra. Em seguida, foi feita uma análise detalhada do filme Marte Um, explorando sua construção familiar e as dinâmicas de relações afetivas apresentadas. Por fim, foi feita uma discussão entre as teorias estudadas, o filme analisado, visando ampliar a compreensão das representações cinematográficas negras. Como resultado, obteve-se que a representação da família estudada é complexa, escapa de estereótipos reducionistas, apresentando personagens bem elaborados e relações afetivas que ressoam com experiências vividas. Ao observar essa família na tela, é possível identificar elementos familiares e reconhecer-se nos personagens, demonstrando que a representação negra, quando bem construída, gera identificação e pertencimento.Item “BIBLIOTECAS SONORAS: DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE CRIAÇÃO PARA AMBIENTAÇÕES ESPECÍFICAS”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-31) Pedro Osinski Carneiro; Fábio Noronha; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/2095690315507121; NORONHA, Fábio; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; OPOSLKI, Débora; http://lattes.cnpq.br/5694754137339356; FRANCISCO, Orlando; http://lattes.cnpq.br/4288700483772190A presente pesquisa tem como tema o desenvolvimento de uma coleção sonora personalizada para produções audiovisuais no contexto geográfico do município de Curitiba. Ao longo da investigação, analiso as gravações realizadas a partir do conceito de paisagem sonora desenvolvido por Murray Schaffer. Por meio da captação de sons nos locais de produção e de sua contextualização geográfica, cultural e linguística, estudo a contribuição das ambiências sonoras personalizadas para o contexto geral do filme e para seu efeito de veracidade, defendendo seu uso como ferramenta narrativa de forma integrada visualmente à apresentação da cena. Com base no desenvolvimento e análise da biblioteca sonora, procuro propor uma escuta a paisagens sonoras que estão presentes no meu cotidiano e também uma reflexão sobre a relação entre a natureza e a vida urbana.Item “NOVOS” VELHO OESTE: UMA ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NOS FILMES ATAQUE DOS CÃES E FIRST COW(Universidade Estadual do Paraná, 2025-06-24) Patrícia Lourenço; Claudia Priori; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/1931117243770305; PRIORI, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; FAISSOL, Pedro; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; GUARIZA, Nadia; http://lattes.cnpq.br/4288700483772190Esta dissertação se debruça em analisar de que forma o espaço e visibilidade dos trabalhos das diretoras Jane Campion e Kelly Reichardt nos filmes “Ataque dos Cães” e “First Cow – A Primeira Vaca da América”, respectivamente, que se inserem no gênero cinematográfico western, têm ou não trazido uma nova perspectiva ao apresentar novas representações de masculinidade, feminilidade e sexualidade desconstruindo estereótipos de gênero tipicamente utilizados em filmes de western clássicos dos anos 1930 a 1960. Trata-se de analisar a figura do cowboy e as personagens mulheres em comparação com filmes considerados clássicos do próprio gênero cinematográfico. Além disso, observar como o olhar feminino na direção propõe uma nova perspectiva que pode estar auxiliando a reconfigurar o próprio western como uma produção cinematográfica na contemporaneidade. Com embasamento teórico de gênero categorizado por Joan Scott, utilizaremos os conceitos em que abordam o gênero enquanto construção social, tratando de relações de poder, relações hierárquicas entre os gêneros, o que contribui para a manutenção dos estereótipos e, neste trabalho, buscaremos perceber como o cinema (re)produz isso. Nos baseamos nas teorias feministas e estudos culturais como fio condutor do trabalho. Para discutir sexualidade partiremos das teorias de Michel Foucault e Judith Butler, para a abordagem da relação entre cinema e gênero Guacira Lopes Louro e Teresa de Lauretis, e para masculinidades nos pautamos nas reflexões de Fernando Botton. Para dialogar com os filmes elencados utilizaremos análise de conteúdo partindo da metodologia de análise fílmica de Manuela Penafria, além de elos comparativos por meio de iconografia e análise da forma nas obras cinematográficas.Item A INTERSEMIOSE DE FRANKENSTEIN EM LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA(Universidade Estadual do Paraná, 2025-05-29) Milleni Bezerra Moreira; Ana Maria Rufino Gillies; https://lattes.cnpq.br/3844117013723738; http://lattes.cnpq.br/8560829001156089; GILLIES, Ana Maria Rufino; https://lattes.cnpq.br/3844117013723738; VASCONCELOS, Beatriz; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; COQUEIRO, Wilma; http://lattes.cnpq.br/0153461918591041No presente trabalho, tenho o objetivo de examinar algumas relações entre cinema e literatura, a partir da análise fílmica (Penafria, 2009) de duas adaptações (Courseil, 2019; Bazin, 2018; Hutcheon, 2013; Stam, 2008; Xavier, 2003) do livro Frankenstein (1831) e uma cinebiografia (Aumont, 2008; Feron e Porto, 2020; Silva e Araújo, 2023) da escritora inglesa, Mary Shelley (1797-1851). Delimitei a escolha aos seguintes filmes: Frankenstein (1931), do cineasta inglês, James Whale (1889-1957); Frankenstein de Mary Shelley (1994), do cineasta norte-irlandês, Kenneth Branagh (1960) e Mary Shelley (2018), da cineasta árabe-saudita, Haifaa al-Mansour (1974). A respeito dos objetivos específicos, observo a operacionalidade de conceitos nos processos de criação, ou seja, a tradução intersemiótica (Plaza, 2003), que transporta expressividades poéticas do sistema de signos verbais ao sistema de signos audiovisuais, perpassando aspectos de artes cênicas, visuais e sonoras, até a Sétima Arte. Também elaboro o traçado do contexto histórico, com características do século XIX até a contemporaneidade, tendo em conta as influências artísticas do Movimento Romântico e expansão geopolítica do Iluminismo como filosofia. Isso tudo, destacando a análise qualitativa, por meio de abordagem discursiva e crítica de questões culturais, uma vez que, enquanto mulher, negra e latinoamericana, habitante da periferia do capitalismo global, estudo produções de mulheres e homens distantes a mim no espaço-tempo, trazendo seus respectivos olhares. Ao tratar das equivalências de aspectos formais, bem como implicações no imaginário coletivo, espero, não apenas contribuir para a discussão em estudos interdisciplinares, como, também, encorajar mais pesquisadores para que repliquem ou mesmo contestem as ideias aqui apresentadas.Item O CINEMA PARAMÉTRICO EM MICHAEL HANEKE: UMA ANÁLISE DE 71 FRAGMENTOS DE UMA CRONOLOGIA DO ACASO(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-27) Mateus Augusto Breda Colpani; Eduardo Baggio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; http://lattes.cnpq.br/6261327968784867; BAGGIO, Eduadrdo; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; GARCIA, Alexandre; http://lattes.cnpq.br/3895949501024669; DAMASCENO, Alex; http://lattes.cnpq.br/8620263171962896Esta dissertação propõe uma análise estilística do cinema de Michael Haneke, com foco no conceito de cinema paramétrico, tendo como objeto de estudo o filme 71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso (1994). O cinema de Haneke, caracterizado por uma estética rigorosa e uma abordagem crítica à sociedade contemporânea, é investigado à luz dos princípios da teoria neoformalista do cinema, especialmente os conceitos de cinema paramétrico delineados por David Bordwell e Kristin Thompson. O primeiro capítulo é dedicado a definir o conceito de estilo e sua evolução ao longo da história do cinema, estabelecendo os limites e particularidades das nuances características de Michael Haneke. Em seguida, a pesquisa aprofunda o conceito de cinema paramétrico e as gradações de importância estilística que esse método de narração implica, abordando também aspectos como a fragmentação e as constelações de personagens, elementos recorrentes tanto nesse tipo de narração quanto na obra do cineasta. Por fim, a análise de 71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso exemplifica de que modo Haneke articula mecânicas paramétricas dentro de sua obra, bem como às relaciona com o enredo e com suas manifestações políticas. A dissertação examina a estrutura do filme, o uso de elipses, repetição de motivos visuais e sonoros, além de outros elementos estilísticos que subvertem as convenções do cinema clássico.Item O CORPO DA MEMÓRIA: a poesia da realidade(Universidade Estadual do Paraná, 2024-10-30) Lívia Maria Touron de Sene; Fábio Noronha; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/1264641349969783; NORONHA, Fábio; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; VASCONCELOS, Beatriz; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; NASCIMENTO, Elisa; http://lattes.cnpq.br/3603583957596083Esta pesquisa investiga o processo de criação da videoarte Baú de Irrelevâncias, tendo como pontos centrais a poesia e as simbologias da casa. Ao longo do estudo, são apresentados os elementos fundamentais que permeiam minha trajetória artística e acadêmica. O trabalho busca explorar a confluência entre diferentes áreas do conhecimento e linguagens, como dança, direção de arte, fotografia, poesia e artes do vídeo, que conferem coesão ao desenvolvimento criativo e poético da obra. A pesquisa propõe uma reflexão sobre o fenômeno da percepção como fator central na construção da identidade e na relação com o mundo, enfatizando o conceito de "acasos significativos" de Fayga Ostrower (1990), e entendendo esses momentos como catalisadores do processo de criação em arte. A poesia se apresenta como matriz fundamental neste estudo, abordada sob os pensamentos de Octavio Paz e Jorge Larrosa Bondía, ressaltando a importância do estado de permeabilidade às pequenas coisas do cotidiano ao ofício do artista-poeta. Como referência artística, o filme Ao Caminhar Entrevi Lampejos de Beleza (2001), de Jonas Mekas, é analisado sob o conceito de "desenvolvimento vertical" de Maya Deren, com o objetivo de compreender a estruturação de uma obra poética. Outro aspecto central desta pesquisa é a casa, examinada por meio de seus desdobramentos simbólicos e poéticos, fundamentada em A Poética do Espaço (1989), de Gaston Bachelard. A casa, enquanto espaço de intimidade e memória, torna-se um elemento crucial para entender onde a poesia se inscreve no cotidiano. Além disso, a investigação analisa a manipulação da imagem, do tempo e do espaço na linguagem audiovisual, explorando como esses elementos contribuem para a construção de uma obra poética. Ao longo do estudo, as referências artísticas e teóricas são apresentadas de forma a sustentar o desenvolvimento do processo criativo, evidenciando como tal trajetória é marcada por diálogos interdisciplinares e pela intersecção entre diversas linguagens expressivas.Item REPRESENTAÇÃO E VIVÊNCIAS QUEER: INTERSECCIONALIDADES NOS DOCUMENTÁRIOS THE QUEEN (1968), PARIS IS BURNING (1990) E KIKI (2016)(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-27) Jeferson Miranda Antunes; Claudia Priori; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/3817307317459365; PRIORI, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; NOGUEIRA, Juslaine; http://lattes.cnpq.br/5283169846765859; MUZI, Joyce; http://lattes.cnpq.br/3603583957596083Esta pesquisa discute a representação e as vivências das personagens queer nos documentários: The Queen (1968), de Frank Simon, Paris is Burning (1990), de Jennie Livingston e Kiki (2016), de Sara Jordenö, articuladas pelas interseccionalidades de gênero, sexualidade, raça e classe. A escolha desses filmes se deu pelo tema em comum, a cena ballroom, e por se passarem em três épocas distintas. Em The Queen, observamse as dificuldades encontradas para se executar um evento LGBTQIAPN+ nos anos 1960 e também os motivos que levaram à constituição das houses, que, consequentemente, levaram à criação da ballroom. Já Paris is Burning marca o fim de um período clássico da ballroom e mostra sua ascensão ao mainstream, passando por depoimentos pessoais que revelam as adversidades sofridas por essa comunidade nos anos 1980. E em Kiki, apresenta-se uma representação atual da ballroom e os avanços e retrocessos na solução dos problemas enfrentados pelas personagens do filme. A metodologia utilizada fundamenta-se nos estudos de Carmen Rial sobre etnografia de tela, dialogando com os conceitos de representação de Stuart Hall, de interseccionalidade de Carla Akotirene, Kimberly Crenshaw, Patricia Hill Collins e Sirma Bilges, da cultura ballroom de Marlon M. Bailey, Ivan Monforte e Ademir Correa, do filme documentário de Eduardo Baggio e da teoria e vivências queer, principalmente com as contribuições de Guacira Lopes Louro, Margarete Almeida Nepomuceno, Judith Butler, Teresa de Lauretis e Letícia Nascimento. Depois de provocada essa análise, a fim de proporcionar uma leitura das vivências destes corpos abjetos que o cinema pouco tem representado, para além da pergunta norteadora, percebe-se a construção de novas formas de interação (coletividade) que, por consequência, criam novas formas de convivência (comunidade).Item SUPERNOVAS DA TRISTEZA: A REPRESENTAÇÃO DO ROSTO TRISTE E O CINEMA COMO FORMA DE FIGURAÇÃO DAS EMOÇÕES(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-21) Iury Peres Malucelli; Pedro Faissol; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; http://lattes.cnpq.br/7816441510308910; FAISSOL, Pedro; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; VASCONCELOS, Beatriz; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; JÚNIOR, Luiz; http://lattes.cnpq.br/6985782589830684O ato de emocionar-se – fenômeno natural que constitui a experiência humana – jamais encerrase em si mesmo, se desdobrando nos discursos e nas imagens no decorrer dos séculos. Da fisiognomonia ao naturalismo evolucionista de Darwin, são notórias as investidas por um projeto teórico de conhecimento acerca das expressões das emoções e de suas repercussões no mundo civil. A tristeza, que é objeto central desta dissertação, figura como uma das emoções no epicentro dessa busca: aparecendo e demonstrando seu torpor, o sujeito triste é delimitado e descrito a partir de um determinado projeto de saber, seja ele civilizatório, patologizante ou comportamental. Isso em vista, e notando a profusão de tristeza presente na arte fílmica a partir da presença do rosto e de suas expressões, propomos a pergunta: sob que condições estéticas se torna visível a figuração da tristeza no close-up cinematográfico? Para abordá-la, será analisado um corpus composto por nove filmes e duas videoartes, dividido entre duas constelações que ilustram os seguintes eixos visuais da representação do rosto entristecido: rostos que sentem e retratos filmados. Com o dispositivo analítico da constelação fílmica (SOUTO, 2020) em mente, sugerimos a ideia da supernova como metáfora para a sobrevivência das imagens, imbuídas que são de gestos e formas que persistem em silêncio na história das formas visuais. O capítulo final da dissertação consiste em uma investida constelacional pela imagem do rosto triste no Ocidente, da pintura, à gravura e, fatalmente, ao cinema. Nesse momento derradeiro, duas polaridades se apresentam: a que se estende do rosto que chora ao rosto que se cala, e a do rosto cristalizado ao rosto movente. Ambas dão a ver a amplitude do ato emotivo, bem como as formas com que o cinema, a partir dos filmes estudados, lida com a expressão facial da tristeza de forma a percebê-la como um fenômeno humano a ser resgatado enquanto ato livre.Item “O PROCESSO DA CÓPIA COMO ESTUDO DE CRIAÇÃO NO CINEMA”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-04-01) Catalina Sofia Meza Reyes; Pedro de Andrade Lima Faissol; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; http://lattes.cnpq.br/1028188252764321; FAISSOL, Pedro; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; BAGGIO, Eduardo; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; IUVA, Patrícia; http://lattes.cnpq.br/3088127794762026Esta pesquisa tem como premissa a defesa da cópia como uma etapa do processo de estudo de criação no cinema. Acreditamos que, no contexto pedagógico, a cópia possa tornar mais acessível e didática a compreensão da estrutura e da linguagem que constituem uma obra cinematográfica. Tal hipótese surge da constatação de que parece haver um entrave na possibilidade de se abordar metodologias de análise e estudo de criação no cinema justamente por algo que reside na sua origem, que é a natureza ontológica de obtenção das imagens cinematográficas e como a relação entre quem filma, câmera e objeto a ser filmado é intermediada mentalmente para a concepção da forma e linguagem concebida. Sendo assim, sem um lastro físico que indique a transformação da imagem real para a imagem fílmica, como tornar possível e visível a intervenção, criação portanto, feita na imagem? Nesse sentido que este trabalho reúne os conceitos de ontologia, linguagem, materialidade, opacidade e transparência, respectivamente a partir de André Bazin Peter Wollen e Ismail Xavier para defender a ideia de que, no ato de criação, a imagem real é irremediavelmente transformada pela linguagem cinematográfica (propiciando que, principalmente no modernismo, determinadas obras sejam compreendidas sob o signo do distanciamento). Tais conceitos são essenciais para constituir a ideia de que a cópia poderia ser um elemento interessante de dissolução desse impasse entre natureza da imagem cinematográfica, ausência de lastro criativo e metodologias didáticas e de análise de filmes. A partir da necessidade de observar e analisar outro objeto a ser copiado, esperam-se necessariamente dois movimentos importantes em termos metodológicos e didáticos: que se crie um espaço propício de distanciamento da obra em seu objetivo narrativo para que então se adentre aos seus elementos constituintes como foco do processo e que funcione como uma espécie de filtro criativo que facilite a atenção ao estudo da estrutura do filme. Na ausência da proposta de cópia e dentro das possibilidades infinitas oferecidas pelo real se tornaria muito mais complicado de observar, já que os esforços não seriam para a observação das estruturas, mas sim na realização delas e nem sempre a sua realização é autoconsciente nesse sentido. Como estudos de caso que possam dar corpo à ideia de cópia como processo interessante de estudo de criação serão analisados os filmes: A hipótese do quadro roubado (Raúl Ruiz, 1978) e Dublê de corpo (Brian De Palma, 1984). Por fim, será dado o passo inicial para a estruturação da cópia como processo de estudo de criação propiciando uma abordagem didática a partir de Bergala, que será referência importante nesta pesquisa.Item “MODERNISMOS CURITIBANOS NO AUDIOVISUAL: PAISAGEM URBANA E MEMÓRIA, DE AUTORIA DE ARTHUR CORDEIRO RODRIGUES.”(Universidade Estadual do Paraná, 2025-03-26) Arthur Cordeiro Rodrigues; Rafael Tassi Teixeira; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; http://lattes.cnpq.br/8530865662629233; TASSI, Rafael; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; ROVIOGATTI, SamanthaEsta dissertação analisa as interseções entre o cinema de arquitetura e a construção da imagem urbana de Curitiba, a partir do estudo de duas obras do cineasta Sylvio Back: As Moradas (1962–1964) e A Escala do Homem (1982). Enquanto As Moradas, realizada antes do golpe militar e anterior às gestões de Jaime Lerner, apresenta uma crítica ao planejamento urbano da época, A Escala do Homem, produzida durante o regime militar, integra o acervo do Instituto Jaime Lerner e funciona como peça institucional voltada à divulgação das transformações urbanas promovidas pela administração municipal. Como parte fundamental do processo metodológico, a pesquisa envolveu a recuperação e digitalização integral do acervo cinematográfico em película do IJL. Essa etapa permitiu a reconstituição material dos registros audiovisuais e a análise crítica das representações imagéticas dos projetos de transformação urbana desenvolvidos entre as décadas de 1960 e 1980. A partir desses dispositivos, investigam-se as formas pelas quais o discurso técnico do planejamento urbano é transposto para a linguagem audiovisual, revelando tanto as intenções estéticas e simbólicas dos filmes quanto os modos de articulação entre ideologia, memória e visões de futuro para a cidade. Com um intervalo de duas décadas entre as obras analisadas, a pesquisa busca compreender como cada filme traduz visualmente seu tempo histórico, articulando diferentes narrativas sobre Curitiba e seus habitantes. O estudo examina de que maneira essas produções refletem transformações urbanas, sociais e políticas, ao mesmo tempo em que contribuem para a formação de subjetividades e para a consolidação de percepções sobre o espaço urbano. Por fim, são explorados criticamente os conceitos de utopia e distopia na paisagem curitibana, observando como essas visões contrastantes se manifestam no cinema. Ao considerar os filmes como dispositivos de memória e instrumentos de reflexão crítica, a dissertação propõe uma discussão mais ampla sobre o papel do audiovisual na constituição simbólica da cidade e na construção de seus mitos.Item REBULIÇOS E REBUCETEIOS: PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA WEBSÉRIE LÉSBICA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/30) CAZARRÉ, Júlia Ribeiro; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/3317293802977757; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; SOUZA, Fabiano Grendene de; http://lattes.cnpq.br/2775029678399378; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Este estudo reflete sobre minha própria poética de criação no desenvolvimento da websérie “Rebuliços e Rebuceteios”, de temática lésbica, em seus atravessamentos entre os campos das práticas artísticas do cinema e das artes do vídeo, dos estudos de roteiro, das filosofias e metodologias do design, que aqui inspiram uma diretriz de criação e passam a integrar a minha metodologia artística, e do próprio formato websérie. Partindo da hipótese de que a proximidade entre a escrita e a realização no processo de criação audiovisual é chave para a inovação na história do cinema (MARAS, 2010), e de que as webséries são um substrato fortuito para abrigar novas formas narrativas e processos audiovisuais alternativos (TAYLOR, 2015), a ideia do roteiro como protótipo em seu sentido iterativo, exploratório e experimental advindos do design (MILLARD, 2010), integra uma filosofia pessoal de criação, do início ao fim do processo. A expectativa é observar de que forma meu processo de criação, que muito deve aos manuais de roteiro mais adotados na indústria (MILLARD, 2010), no qual uma ideia inicial cresce a partir de si mesma e evolui linearmente em etapas definidas e rígidas, é afetado pela visualidade exigida dos protótipos, pela exploração, o ethos investigativo dos designers, e pelo princípio iterativo, da exploração de ideias variadas e do retorno a etapas e a gestos criativos anteriores. A metodologia de pesquisa empregada tem como base a crítica de processos de Cecília de Almeida Salles (2011), calcada na investigação de documentos de processo, mas a metodologia artística é imbricada de ferramentas e metodologias do campo do design. Assim, documentos usuais das etapas de desenvolvimento de roteiro (logline, sinopse, fichas de personagens e tratamentos de roteiro), bem como ferramentas criativas do campo do design (redes de criação, matrizes e moodboards) tornam-se objetos de reflexão crítica. Além de auxiliar a tornar visível o processo de criação, tais ferramentas também abrem novas possibilidades para a concepção narrativa no cinema e nas demais mídias que herdam sua linguagem. O conceito de “rede de criação”, teorizado por Salles como metodologia para a investigação de processos, por exemplo, é aqui tomado como ferramenta criativa capaz não só de documentar os atravessamentos entre estudo e criação, tornando-os visuais, mas de informar novos passos de reflexão e novos gestos de criação a serem perseguidos pela pesquisa poética. A rede é capaz de evocar tanto referenciais teóricos e metodológicos quanto artísticos, tornando a reflexão indissociável da criação. A necessidade de observar obras audiovisuais que possam inspirar o processo criativo, por exemplo, pode emergir da rede à medida em que essa se ramifica. É o caso de um grupo de filmes lésbicos independentes dos anos 90’: “Go Fish” (1994), The Incredible “Adventures of Two Girls in Love” (1995) e “The Watermelon Woman” (1996), que são observados para inspirar a criação não só em sua temática queer, mas em seu ethos de independência e experimentação estética, próximo ao teorizado para as webséries.Item O MUNDO SECRETO: O LUGAR DA AUTONOMIA FEMININA NO CINEMA TENDO COMO PONTO RADIAL A PROMESSA DA VIRGEM DE KIM HUDSON(Universidade Estadual do Paraná, 2024/03/26) SILVA, Iriene Borges da; FISCHER, Sandra; http://lattes.cnpq.br/0161776649502273; http://lattes.cnpq.br/9648280193858108; FISCHER, Sandra; http://lattes.cnpq.br/0161776649502273; PRIORI, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; SILVA, Marcelo Carvalho da; http://lattes.cnpq.br/8437920851828294; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A presente pesquisa toma a estrutura narrativa A promessa da virgem, de Kim Hudson (2010) como ponto radial de uma investigação que rastreia o silenciamento feminino e, sobretudo, os expedientes usados para burlar esse silenciamento examinado na obra de Maria Tatar, A Heroína de 1001 faces (2022). Este rastreamento, que atravessa a arte, a literatura e o cinema, busca definir por meio da voz feminina contida em uma moldura discursiva patriarcal, um lugar de preservação da autonomia da mulher, a despeito da dominação masculina. Este lugar que para Tatar é a voz subjacente na literatura e nos contos de fadas e suas reescrituras e adaptações para o cinema, converge para o conceito de Mundo Secreto cunhado por Hudson em seu manual de escrita cinematográfica inspirado na morfologia dos contos de fadas. Os desdobramentos desse conceito de Mundo Secreto, no qual a criatividade e o fantástico são elementos essenciais à constituição e preservação da autonomia da mulher, não apenas dão voz a um feminino para além das concepções de gênero, como o tornam um espaço de elaboração de discursos ocultos (SCOTT, 2013) e subjetividades resilientes (LUGONES,2014) que originam subculturas como forma de resistência e afirmação de identidade em contextos de dominação. Por meio de um exame da imagem arquetípica evocada por Hudson n’A promessa da Virgem- Afrodite- e de uma constelação fílmica que enfatiza a análise da franquia Hunger Games (The Hunger Games (2012), The Hunger Games: Catching Fire (2013), The Hunger Games: Mockingjay (2014–2015), dirigidos por Gary Ross e Francis Lawrence, e dos filmes Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor), dirigido por Niels Arden Oplev (2009); How to Train Your Dragon, dirigido por Chris Sanders e Dean DeBlois (2010) e Howl’s Moving Castle, dirigido por Hayao Miyazaki (2004) este estudo estabelece A Promessa da Virgem como uma inciativa relevante para a cena da escrita cinematográfica por condensar conceitos e ideias análogas do cinema, da sociologia, da literatura, da psicologia e dos estudos feministas em um manual de escrita cinematográfica que se desdobra em um manual de infrapolítica.Item MUITO PRAZER, DAVID NEVES, CRÍTICO-CINEASTA: A CONSTRUÇÃO DA “AUTENTICIDADE” EM MAURO, HUMBERTO (1966) E EM MUITO PRAZER (1979)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/05/10) SILVA, Gabriel Philippini Ferreira Borges da; PINTO, Pedro Plaza; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; http://lattes.cnpq.br/2645226106162027; PINTO, Pedro Plaza; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; MELLO, Jamer Guterres de; http://lattes.cnpq.br/9707216305631668; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353O crítico-cineasta David Neves teve uma profícua trajetória no cinema brasileiro entre 1958 e 1994. Nesse período, Neves realizou uma vasta obra entre a escrita de uma valiosa produção crítica e a direção de sete longas e mais de vinte curtas-metragens. Desde seus primeiros escritos e filmes, ligados à formulação do Cinema Novo Brasileiro, o crítico-cineasta se demonstrou interessado pela captura e a construção de uma “almejada autenticidade”, como o próprio descrevia. Uma busca manifestada em seu interesse por valorizar a “captação da espontaneidade” e o registro do “erro”, conceitos que aparecem em diferentes momentos e de diferentes maneiras em sua obra. Tomando como base a abordagem proposta pela Teoria de Cineastas e metodologias de análise fílmica e textual desenvolvidas a partir dos textos de Jacques Aumont, Michel Marie e Manuela Penafria, buscamos, nesta pesquisa, investigar a obra do crítico-cineasta a partir de seus próprios registros de pensamento, processos de criação e relatos de vida. Mais detidamente, nos dedicamos à análise de sua produção crítica e de dois dos filmes que dirigiu: Mauro, Humberto (1966, dir.: David Neves) e Muito Prazer (1979, dir.: David Neves), com foco no seu interesse particular pela construção de uma sensação de “autenticidade”. Compreendendo, como Raquel Gerber (1982), ser impossível separar a realização dos filmes do pensamento sobre e a partir deles, a pesquisa busca, também, discutir o conceito de crítico-cineasta e estudar o pensamento de David Neves, na variedade de suas expressões, analisando e propondo métodos para o estudo de seus textos e entrevistas ao lado dos filmes que dirigiu. Assim, a partir do cotejo entre variadas expressões do crítico-cineasta e de seus colegas de realização, bem como da identificação de diferentes técnicas e recorrências estilísticas empregadas ou expressadas em seus filmes e textos, concluímos que Neves buscava evitar em seus filmes um aspecto de passado a limpo. Por meio da revelação do erro e da apresentação de certa displicência com a mise en scène, conceitos fundamentais para a análise de seu estilo, o crítico-cineasta buscava conferir a seus filmes uma familiar impressão de autenticidade, garantindo às suas obras um tom menor, como o de um filme doméstico.Item CINEMA EXPERIMENTAL E ARTES VISUAIS NO BRASIL: O CASO DA GUERRILHA ARTÍSTICA (1967-1977)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/06/11) RIMOLI, Frederico Franco; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; https://lattes.cnpq.br/7370024889400848; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; FREITAS, Artur Correia de; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A presente dissertação tem como principal objetivo analisar como as formas cinematográficas experimentais brasileiras dialogam com as artes visuais de vanguarda - mais especificamente a tendência de "arte de guerrilha" - ao longo dos anos 1960 e 1970. Para isso, foram selecionados três filmes a serem analisados de modo comparativo com o contexto artístico vanguardista: Memórias de um estrangulador de loiras (Júlio Bressane, 1971), O rei do cagaço (Edgard Navarro, 1977) e Sentença de Deus (Ivan Cardoso, 1972). Para isso, busca-se aporte teórico em estudos referentes às artes visuais brasileiras do contexto citado, como Frederico Morais, Ferreira Gullar e Hélio Oiticica e, sobretudo, às definições específicas da "arte de guerrilha", partindo desde o crítico de arte italiano Germano Celant, passando por Décio Pignatari, até o pesquisador brasileiro Artur Freitas. Dessa maneira, as análises individuais dos filmes buscarão uma mescla entre conceitos-chave da vanguarda brasileira e momentos de comparação direta entre as obras audiovisuais e performances, happenings e outras expressões da guerrilha artística.Item CORPOS QUE SANGRAM ALÉM DA CISGENERIDADE: IMAGENS MONSTRUOSAS E OUTROS DISCURSOS(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/17) SILVEIRA, Francisco da; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/4440982582243049; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; NOGUEIRA, Juslaine De Fátima Abreu; http://lattes.cnpq.br/5283169846765859; RIBEIRO, Regiane Regina; http://lattes.cnpq.br/8502130807154602; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Em uma cultura visual da qual somos pessoas receptoras e produtoras de imagens, é importante questionar o que nos é mostrado, reiterado, assumido e estampado no cotidiano. De imagens internas a externas (endógenas e exógenas), concebemos o mundo que nos rodeia e nos representa. Partindo do que Judith Butler emprega sobre o conceito de “construção”, refletimos sobre os discursos construídos a respeito do corpo, sexo e gênero e a forma como a lógica binária fundamenta as relações de poder, em especial pelo gesto das imagens da fotografia e do cinema. Esta dissertação encontra-se fundamentada nas teorias pós-estruturalista, feministas, queer e com avanços à cripistemologia. Propomos um diálogo com Michel Foucault, Thomas Laqueur, Paul Preciado, Berenice Bento, Michelle Perrot, Donna Haraway, entre outras/os autoras/es a fim de explicitar como o corpo é entendido, quais são as regulamentações e normas atribuídas aos sexos e gêneros e como se constroem as visões de um mundo “feminino” e “masculino”, em que a lógica hegemônica patriarcal prevalece. Contrários aos discursos “naturais”, encontramos os corpos tocados pelo “impuro” e pelo grotesco, sejam em suas formas físicas, psicológicas, de sexualidade ou gênero – corpos abjetos que contribuem significativamente para as imagens monstruosas pensadas nesta dissertação, as quais reverberam no espetáculo do horror. Diante disso, o objetivo deste trabalho consiste em investigar os corpos que ecoam nestas imagens. Como é visto este corpo e se há um atravessamento de gênero que permanece na cultura visual proporcionada por essas imagens, uma circularidade, um pathos que continua a manter uma visão sustentada por discursos médicos, biológicos, científicos e religiosos sobre o corpo e a monstruosidade a ele atribuída? A fim de refletir sobre essas questões, propomos uma metodologia fundamentada em Jean-Jacques Courtine e o conceito de intericonicidade, bem como as contribuições de Aby Warburg recuperadas por Didi Huberman e Etienne Samain. Compreendemos as imagens pelos insights que elas suscitam em nós e em suas relações com outras imagens – na tessitura do que chamamos de pathos. Apostamos que toda imagem é, também, um discurso – um já dito, uma imagem “velha” que a mídia recupera dentro de um acontecimento “novo”. Esses objetivos são traçados junto à constelação triádica proposta por Hans Belting (corpo-imagem-mídia), em que as imagens são entendidas entre a negociação de um corpo e uma mídia. Após tensionar essas reflexões, a partir do distanciamento do olhar cisgênero-normativo que continua a firmar noções de um binarismo já instaurado (ou se é homem ou mulher), dialogamos com Gilles Deleuze e o conceito de fabulação, a fim de proporcionar uma leitura de um corpo não-binário que o cinema de horror (e outras artes, de modo geral) pouco representa e mais silencia. Encontramos na fabulação um gesto de criação de modos de existências-outras, pelas quais nos fazemos pessoas vistas e ouvidas. Assim, para além da pergunta disparadora, também apontamos para novas formas de se integrar àquilo do qual nos sentimos já parte: da vida, da natureza e das relações. Este trabalho é um esforço circular e paralelo daquilo que [não] vemos e inevitavelmente nos olha.