Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo - PPG CINEAV
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Item REBULIÇOS E REBUCETEIOS: PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA WEBSÉRIE LÉSBICA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/30) CAZARRÉ, Júlia Ribeiro; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/3317293802977757; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; SOUZA, Fabiano Grendene de; http://lattes.cnpq.br/2775029678399378; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Este estudo reflete sobre minha própria poética de criação no desenvolvimento da websérie “Rebuliços e Rebuceteios”, de temática lésbica, em seus atravessamentos entre os campos das práticas artísticas do cinema e das artes do vídeo, dos estudos de roteiro, das filosofias e metodologias do design, que aqui inspiram uma diretriz de criação e passam a integrar a minha metodologia artística, e do próprio formato websérie. Partindo da hipótese de que a proximidade entre a escrita e a realização no processo de criação audiovisual é chave para a inovação na história do cinema (MARAS, 2010), e de que as webséries são um substrato fortuito para abrigar novas formas narrativas e processos audiovisuais alternativos (TAYLOR, 2015), a ideia do roteiro como protótipo em seu sentido iterativo, exploratório e experimental advindos do design (MILLARD, 2010), integra uma filosofia pessoal de criação, do início ao fim do processo. A expectativa é observar de que forma meu processo de criação, que muito deve aos manuais de roteiro mais adotados na indústria (MILLARD, 2010), no qual uma ideia inicial cresce a partir de si mesma e evolui linearmente em etapas definidas e rígidas, é afetado pela visualidade exigida dos protótipos, pela exploração, o ethos investigativo dos designers, e pelo princípio iterativo, da exploração de ideias variadas e do retorno a etapas e a gestos criativos anteriores. A metodologia de pesquisa empregada tem como base a crítica de processos de Cecília de Almeida Salles (2011), calcada na investigação de documentos de processo, mas a metodologia artística é imbricada de ferramentas e metodologias do campo do design. Assim, documentos usuais das etapas de desenvolvimento de roteiro (logline, sinopse, fichas de personagens e tratamentos de roteiro), bem como ferramentas criativas do campo do design (redes de criação, matrizes e moodboards) tornam-se objetos de reflexão crítica. Além de auxiliar a tornar visível o processo de criação, tais ferramentas também abrem novas possibilidades para a concepção narrativa no cinema e nas demais mídias que herdam sua linguagem. O conceito de “rede de criação”, teorizado por Salles como metodologia para a investigação de processos, por exemplo, é aqui tomado como ferramenta criativa capaz não só de documentar os atravessamentos entre estudo e criação, tornando-os visuais, mas de informar novos passos de reflexão e novos gestos de criação a serem perseguidos pela pesquisa poética. A rede é capaz de evocar tanto referenciais teóricos e metodológicos quanto artísticos, tornando a reflexão indissociável da criação. A necessidade de observar obras audiovisuais que possam inspirar o processo criativo, por exemplo, pode emergir da rede à medida em que essa se ramifica. É o caso de um grupo de filmes lésbicos independentes dos anos 90’: “Go Fish” (1994), The Incredible “Adventures of Two Girls in Love” (1995) e “The Watermelon Woman” (1996), que são observados para inspirar a criação não só em sua temática queer, mas em seu ethos de independência e experimentação estética, próximo ao teorizado para as webséries.Item O MUNDO SECRETO: O LUGAR DA AUTONOMIA FEMININA NO CINEMA TENDO COMO PONTO RADIAL A PROMESSA DA VIRGEM DE KIM HUDSON(Universidade Estadual do Paraná, 2024/03/26) SILVA, Iriene Borges da; FISCHER, Sandra; http://lattes.cnpq.br/0161776649502273; http://lattes.cnpq.br/9648280193858108; FISCHER, Sandra; http://lattes.cnpq.br/0161776649502273; PRIORI, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; SILVA, Marcelo Carvalho da; http://lattes.cnpq.br/8437920851828294; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A presente pesquisa toma a estrutura narrativa A promessa da virgem, de Kim Hudson (2010) como ponto radial de uma investigação que rastreia o silenciamento feminino e, sobretudo, os expedientes usados para burlar esse silenciamento examinado na obra de Maria Tatar, A Heroína de 1001 faces (2022). Este rastreamento, que atravessa a arte, a literatura e o cinema, busca definir por meio da voz feminina contida em uma moldura discursiva patriarcal, um lugar de preservação da autonomia da mulher, a despeito da dominação masculina. Este lugar que para Tatar é a voz subjacente na literatura e nos contos de fadas e suas reescrituras e adaptações para o cinema, converge para o conceito de Mundo Secreto cunhado por Hudson em seu manual de escrita cinematográfica inspirado na morfologia dos contos de fadas. Os desdobramentos desse conceito de Mundo Secreto, no qual a criatividade e o fantástico são elementos essenciais à constituição e preservação da autonomia da mulher, não apenas dão voz a um feminino para além das concepções de gênero, como o tornam um espaço de elaboração de discursos ocultos (SCOTT, 2013) e subjetividades resilientes (LUGONES,2014) que originam subculturas como forma de resistência e afirmação de identidade em contextos de dominação. Por meio de um exame da imagem arquetípica evocada por Hudson n’A promessa da Virgem- Afrodite- e de uma constelação fílmica que enfatiza a análise da franquia Hunger Games (The Hunger Games (2012), The Hunger Games: Catching Fire (2013), The Hunger Games: Mockingjay (2014–2015), dirigidos por Gary Ross e Francis Lawrence, e dos filmes Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor), dirigido por Niels Arden Oplev (2009); How to Train Your Dragon, dirigido por Chris Sanders e Dean DeBlois (2010) e Howl’s Moving Castle, dirigido por Hayao Miyazaki (2004) este estudo estabelece A Promessa da Virgem como uma inciativa relevante para a cena da escrita cinematográfica por condensar conceitos e ideias análogas do cinema, da sociologia, da literatura, da psicologia e dos estudos feministas em um manual de escrita cinematográfica que se desdobra em um manual de infrapolítica.Item MUITO PRAZER, DAVID NEVES, CRÍTICO-CINEASTA: A CONSTRUÇÃO DA “AUTENTICIDADE” EM MAURO, HUMBERTO (1966) E EM MUITO PRAZER (1979)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/05/10) SILVA, Gabriel Philippini Ferreira Borges da; PINTO, Pedro Plaza; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; http://lattes.cnpq.br/2645226106162027; PINTO, Pedro Plaza; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; MELLO, Jamer Guterres de; http://lattes.cnpq.br/9707216305631668; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353O crítico-cineasta David Neves teve uma profícua trajetória no cinema brasileiro entre 1958 e 1994. Nesse período, Neves realizou uma vasta obra entre a escrita de uma valiosa produção crítica e a direção de sete longas e mais de vinte curtas-metragens. Desde seus primeiros escritos e filmes, ligados à formulação do Cinema Novo Brasileiro, o crítico-cineasta se demonstrou interessado pela captura e a construção de uma “almejada autenticidade”, como o próprio descrevia. Uma busca manifestada em seu interesse por valorizar a “captação da espontaneidade” e o registro do “erro”, conceitos que aparecem em diferentes momentos e de diferentes maneiras em sua obra. Tomando como base a abordagem proposta pela Teoria de Cineastas e metodologias de análise fílmica e textual desenvolvidas a partir dos textos de Jacques Aumont, Michel Marie e Manuela Penafria, buscamos, nesta pesquisa, investigar a obra do crítico-cineasta a partir de seus próprios registros de pensamento, processos de criação e relatos de vida. Mais detidamente, nos dedicamos à análise de sua produção crítica e de dois dos filmes que dirigiu: Mauro, Humberto (1966, dir.: David Neves) e Muito Prazer (1979, dir.: David Neves), com foco no seu interesse particular pela construção de uma sensação de “autenticidade”. Compreendendo, como Raquel Gerber (1982), ser impossível separar a realização dos filmes do pensamento sobre e a partir deles, a pesquisa busca, também, discutir o conceito de crítico-cineasta e estudar o pensamento de David Neves, na variedade de suas expressões, analisando e propondo métodos para o estudo de seus textos e entrevistas ao lado dos filmes que dirigiu. Assim, a partir do cotejo entre variadas expressões do crítico-cineasta e de seus colegas de realização, bem como da identificação de diferentes técnicas e recorrências estilísticas empregadas ou expressadas em seus filmes e textos, concluímos que Neves buscava evitar em seus filmes um aspecto de passado a limpo. Por meio da revelação do erro e da apresentação de certa displicência com a mise en scène, conceitos fundamentais para a análise de seu estilo, o crítico-cineasta buscava conferir a seus filmes uma familiar impressão de autenticidade, garantindo às suas obras um tom menor, como o de um filme doméstico.Item CINEMA EXPERIMENTAL E ARTES VISUAIS NO BRASIL: O CASO DA GUERRILHA ARTÍSTICA (1967-1977)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/06/11) RIMOLI, Frederico Franco; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; https://lattes.cnpq.br/7370024889400848; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; FREITAS, Artur Correia de; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A presente dissertação tem como principal objetivo analisar como as formas cinematográficas experimentais brasileiras dialogam com as artes visuais de vanguarda - mais especificamente a tendência de "arte de guerrilha" - ao longo dos anos 1960 e 1970. Para isso, foram selecionados três filmes a serem analisados de modo comparativo com o contexto artístico vanguardista: Memórias de um estrangulador de loiras (Júlio Bressane, 1971), O rei do cagaço (Edgard Navarro, 1977) e Sentença de Deus (Ivan Cardoso, 1972). Para isso, busca-se aporte teórico em estudos referentes às artes visuais brasileiras do contexto citado, como Frederico Morais, Ferreira Gullar e Hélio Oiticica e, sobretudo, às definições específicas da "arte de guerrilha", partindo desde o crítico de arte italiano Germano Celant, passando por Décio Pignatari, até o pesquisador brasileiro Artur Freitas. Dessa maneira, as análises individuais dos filmes buscarão uma mescla entre conceitos-chave da vanguarda brasileira e momentos de comparação direta entre as obras audiovisuais e performances, happenings e outras expressões da guerrilha artística.Item CORPOS QUE SANGRAM ALÉM DA CISGENERIDADE: IMAGENS MONSTRUOSAS E OUTROS DISCURSOS(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/17) SILVEIRA, Francisco da; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/4440982582243049; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; NOGUEIRA, Juslaine De Fátima Abreu; http://lattes.cnpq.br/5283169846765859; RIBEIRO, Regiane Regina; http://lattes.cnpq.br/8502130807154602; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Em uma cultura visual da qual somos pessoas receptoras e produtoras de imagens, é importante questionar o que nos é mostrado, reiterado, assumido e estampado no cotidiano. De imagens internas a externas (endógenas e exógenas), concebemos o mundo que nos rodeia e nos representa. Partindo do que Judith Butler emprega sobre o conceito de “construção”, refletimos sobre os discursos construídos a respeito do corpo, sexo e gênero e a forma como a lógica binária fundamenta as relações de poder, em especial pelo gesto das imagens da fotografia e do cinema. Esta dissertação encontra-se fundamentada nas teorias pós-estruturalista, feministas, queer e com avanços à cripistemologia. Propomos um diálogo com Michel Foucault, Thomas Laqueur, Paul Preciado, Berenice Bento, Michelle Perrot, Donna Haraway, entre outras/os autoras/es a fim de explicitar como o corpo é entendido, quais são as regulamentações e normas atribuídas aos sexos e gêneros e como se constroem as visões de um mundo “feminino” e “masculino”, em que a lógica hegemônica patriarcal prevalece. Contrários aos discursos “naturais”, encontramos os corpos tocados pelo “impuro” e pelo grotesco, sejam em suas formas físicas, psicológicas, de sexualidade ou gênero – corpos abjetos que contribuem significativamente para as imagens monstruosas pensadas nesta dissertação, as quais reverberam no espetáculo do horror. Diante disso, o objetivo deste trabalho consiste em investigar os corpos que ecoam nestas imagens. Como é visto este corpo e se há um atravessamento de gênero que permanece na cultura visual proporcionada por essas imagens, uma circularidade, um pathos que continua a manter uma visão sustentada por discursos médicos, biológicos, científicos e religiosos sobre o corpo e a monstruosidade a ele atribuída? A fim de refletir sobre essas questões, propomos uma metodologia fundamentada em Jean-Jacques Courtine e o conceito de intericonicidade, bem como as contribuições de Aby Warburg recuperadas por Didi Huberman e Etienne Samain. Compreendemos as imagens pelos insights que elas suscitam em nós e em suas relações com outras imagens – na tessitura do que chamamos de pathos. Apostamos que toda imagem é, também, um discurso – um já dito, uma imagem “velha” que a mídia recupera dentro de um acontecimento “novo”. Esses objetivos são traçados junto à constelação triádica proposta por Hans Belting (corpo-imagem-mídia), em que as imagens são entendidas entre a negociação de um corpo e uma mídia. Após tensionar essas reflexões, a partir do distanciamento do olhar cisgênero-normativo que continua a firmar noções de um binarismo já instaurado (ou se é homem ou mulher), dialogamos com Gilles Deleuze e o conceito de fabulação, a fim de proporcionar uma leitura de um corpo não-binário que o cinema de horror (e outras artes, de modo geral) pouco representa e mais silencia. Encontramos na fabulação um gesto de criação de modos de existências-outras, pelas quais nos fazemos pessoas vistas e ouvidas. Assim, para além da pergunta disparadora, também apontamos para novas formas de se integrar àquilo do qual nos sentimos já parte: da vida, da natureza e das relações. Este trabalho é um esforço circular e paralelo daquilo que [não] vemos e inevitavelmente nos olha.Item VIAGENS, COISAS E FILMES: APROXIMAÇÕES E CONFLITOS EM DOIS DOCUMENTOS FÍLMICOS DE VLADIMIR KOZÁK(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/26) SENN, Cristiane; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; http://lattes.cnpq.br/3680779976488051; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; FERNANDES, Fernando Seliprandy; http://lattes.cnpq.br/1873999604154644; KAMINSKI, Rosane; ttp://lattes.cnpq.br/0588374677778245; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Esta pesquisa analisa o modo como aspectos consoantes e conflitantes se entrelaçam nas obras fílmicas do pesquisador Vladimir Kozák, a partir de dois de seus filmes: Arara – Rio Paraná (1948, 46 min, cor, 16mm/VHS digitalizado) e Arara II (1948, 45 min, cor, 16mm/VHS digitalizado). Estas obras apresentam parte significativa dos elementos que podem ser observados na filmografia de Kozák: registros de paisagens brasileiras, de elementos da natureza, de pessoas trabalhadoras, de comunidades indígenas, de gestos de execução de tarefas ou confecção de objetos e o uso de cartelas produzidas artesanalmente. Tais elementos denotam o afã artístico do pesquisador em serviço científico, o que resulta em complementaridades e atritos. A análise dos filmes dialoga com textos teóricos, transitando entre conceitos de documento, documentário, encenação e antropologia da imagem. Por terem sido realizados em expedição etnográfica enquanto Kozák esteve a serviço do Setor de Cinema Educativo do Museu Paranaense – instituição que incorporou sua herança jacente ao acervo – os filmes são tomados também como documentos históricos e como objetos em si, na perspectiva da preservação audiovisual. Assim, é construída uma reflexão que considera o documento fílmico em suas acepções estéticas, históricas e museológicas, bem como seu potencial de construção de imaginários sociais.Item O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA VIDEOARTE ‘MARLENE’: UM OLHAR SOBRE A (IM)PERMANÊNCIA DO CORPO EM PAISAGENS PESSOAIS E MATERIAIS.(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/03) ACCIOLY, Bianca Grabaski; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/0436280657845754; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; Oliva, Rodrigo; http://lattes.cnpq.br/7233265063148235; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A dissertação intitulada “O processo de criação da videoarte ‘Marlene’: um olhar sobre a (im)permanência do corpo em paisagens pessoais e materiais”, tem por objetivos principais refletir e analisar como se dá o processo de criação autoral em videoarte, a partir de possíveis escolhas, recortes e atos teóricos vislumbrados em poéticas reiteradas. O percurso analítico e investigativo apoia-se no tipo de pesquisa qualitativa e indutiva e, como abordagem metodológica, utiliza a Crítica de Processos, visto que, o processo de construção artística da obra de arte e o reconhecimento dos métodos, materiais e anotações empregados pelos artistas são essenciais para o estudo processual da poética autoral. Parte-se das seguintes questões norteadoras: 1) De que forma e com que meios é possível verificar a relação entre corporeidades femininas, presenças, ausências e memórias materiais e imateriais em um percurso como criadora de poéticas audiovisuais? 2) Como a investigação se reveste do conceito de paisagens pessoais e dos acasos em suas obras audiovisuais? 3) De que forma ocorre o registro e o recorte analítico no processo de criação videográfica? O foco e objeto empírico da investigação é o processo criativo da videoarte ‘Marlene’ (2023), optando-se por um estudo de caso com o intuito de perceber, descrever, analisar e interpretar a situação/fenômeno, associado à Revisão de Literatura sobre o tema videoarte. O referencial teórico encontra-se ancorado nos pressupostos de Philippe Dubois, Christine Mello e Arlindo Machado para se reportar às audiovisualidades videográficas, Fayga Ostrower, para dar conta dos conceitos acaso, percepção e formas de expressividade nas artes e Cecília de Almeida Salles no que se refere à Crítica de Processos.Item O ESTILO CINEMATOGRÁFICO EM RICHARD LINKLATER: O FAZER COMO PROCESSO DE CRIAÇÃO(Universidade Estadual do Paraná, 2024/07/24) MATOS, Baruch Blumberg Carvalho de; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; http://lattes.cnpq.br/4302415994826124; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; GARCIA, Alexandre Rafael; http://lattes.cnpq.br/3895949501024669; PEREIRA, Sissi Valente; http://lattes.cnpq.br/9870607020902730; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A presente pesquisa visa identificar como se dá o processo de criação do cineasta Richard Linklater na Trilogia do Antes (1995 – 2013), e como esse processo é característico do seu estilo como diretor de cinema, perpassando vários de seus filmes. A partir dos conceitos de Jacques Aumont sobre cineastas, e sobre o filme como obra teórica, me debruço sobre os aspectos que conectam a Trilogia do Antes e outros dos seus longas, aspectos que parecem ser muito caros ao realizador, como tempo diegético e tempo de realização, e como estes se unem a deambulação, espacialidade e mise-en-scène. Para fundamentar tais análises, busco nos autores Gilles Deleuze e Fábio Uchôa, suas contextualizações e propostas para deambulação no cinema, e como a imagem é construída para uma situação dispersa e as conexões são postas propositalmente de forma a parecerem fracas ou superficiais, de modo que a deambulação seja o elemento fixo, posto que Linklater parece usá-la como dispositivo em sua trilogia. No intuito de traçar o ponto de análise para o entendimento de espaço, me baseio nas ideias propostas por Maria Helena Braga e Vaz da Costa, para o espaço geográfico no cinema, apontando este como um dos responsáveis pela formação do imaginário coletivo que subjetiva a experiência fílmica. Outros dois importantes aspectos no processo de criação da Trilogia do Antes é a conexão entre Linklater e os atores que interpretam seus protagonistas, Ethan Hawke e Julie Delpy. O último aspecto é a maneira como o tempo de realização demonstra ser parte do seu processo de criação, muitas vezes como componente de criação narrativa e estética. Observando entrevistas concedidas pelo diretor e pelo elenco citado, busco entender essas duas facetas sob a perspectiva das ideias de Pedro Guimarães, Cecilia Almeida Salles e Fayga Ostrower. A partir dos aspectos citados, esta pesquisa realiza um exercício de teorização sobre o estilo de fazer cinema do diretor Richard Linklater e sobre o seu processo de criação.Item O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO LONGA-METRAGEM O NOSSO FILHO: REALISMO, MELODRAMA E ROTEIRIZAÇÃO(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/25) BENITES, Thiago Bezerra de Araújo; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; http://lattes.cnpq.br/6064400168959545; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; PRIORI, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; SILVA, Marcelo Carvalho da; http://lattes.cnpq.br/8437920851828294; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A pesquisa que originou esta dissertação parte do meu próprio trabalho com o audiovisual. De forma tanto expositiva-descritiva quanto ensaística, o texto apresenta um estudo sobre processos criativos vinculados à escrita do roteiro para cinema intitulado O Nosso Filho, de minha autoria. Ao mesmo tempo, a pesquisa apresenta asserções relacionadas ao audiovisual dentro das estéticas do melodrama e do realismo. Também o texto, ao discorrer sobre parte de minha vida pessoal, que deu origem a um roteiro de longa-metragem, tem em sua construção teórica os processos de criação para apresentar os estágios de escrita de um filme para cinema. Portanto, a dissertação se baseia em três inferências que constroem e delimitam o corpus teórico: o realismo em Xavier (1998), Baggio (2022), Bazin (2014) e Comolli (2008) e o melodrama a partir dos estudos de Ismail Xavier e Baltar (2019) como estéticas convergentes; os processos criativos dentro dos Campos das Artes e das Ciências Sociais Aplicadas; e, finalizando, as fases que compõem a feitura de um roteiro, com foco na abordagem da crítica de processo em Salles (2012). Dividida em três partes, a pesquisa considera cada uma dessas inferências para a formulação de seus capítulos. No primeiro capítulo: apresentação e estudo sobre melodrama e realismo. Segundo capítulo: processos criativos e suas metodologias, com foco nas potencialidades políticas de um cinema de gênero, este inter-relacionado ao popular. Em bell hooks (2023), a crítica é sobre as responsabilidades em narrar e debater no cinema de ficção questões de gênero, classe, raça e sexualidade. Terceiro capítulo: reflexões sobre as etapas de escrita do argumento, escaleta e sinopses de O Nosso Filho. Em suma, trata-se de um trabalho que encontra na reflexão crítica a exposição de seus problemas epistemológicos, compreendendo que na ação de fazer e escrever um filme é possível a inserção de uma pesquisa acadêmica sobre a ficção revelada em forma de roteiro.Item MÚSICA ORIGINAL PARA FILMES: UMA MÚSICA SEM FORMA?(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/17) JANISZEWSKI, Rodrigo; OPOLSKI, Débora Regina; http://lattes.cnpq.br/5694754137339356; http://lattes.cnpq.br/9166426889967261; OPOLSKI, Débora Regina; http://lattes.cnpq.br/5694754137339356; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; MIRANDA, Suzana Reck; http://lattes.cnpq.br/8566012598222563; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Esta dissertação busca investigar o aspecto de música sem forma musical na música original para cinema. Analisa o potencial criador no processo de composição da música original para filmes narrativos. Reflete sobre uma composição que atua como elemento essencial da narrativa fílmica. Dentro deste escopo, o que interessa é o diálogo sobre aspectos composicionais próprios da música feita para filmes, que será tratada como "música original", apoiado nos estudos de Michel Chion, Kathryn Kalinak e Claudia Gorbman. Busca-se relatar, investigar e analisar experiências no processo criativo de composição das músicas originais para dois documentários - Pedindo por Clemenzo (2006) e Senhora das Imagens (2022), e de duas séries de TV - A Lenda das Encantadas (2013) e Mistérios do Lagamar (2014) -, trabalhos que instigaram a explorar a relação música-imagem. Através da audiovisão, procura-se analisar os referidos filmes, com foco na música original. Os aspectos criativo e experimental identificados dentro dos processos observados foram atravessados por outros insights - os filmes 21 Gramas (2003) e Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014), ambos do diretor mexicano Alejandro G. Iñárritu - e pelos estudos sobre criatividade e processos de criação de Fayga Ostrower e Cecília Almeida Salles. Através da análise realizada com auxílio das imagens espectrais e da investigação sobre o uso da tecnologia na produção de música para filmes, fica evidenciado, nesta pesquisa, que a música original para cinema possui como característica a independência das formas musicais convencionais, ao mesclar-se com as imagens em movimento, de modo a envolver o espectador no fluxo narrativo.Item ATÉ AMANHÃ: OS ESPAÇOS NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UM LONGAMETRAGEM(Universidade Estadual do Paraná, 2024/05/10) TOMITA, Rodrigo Akira Minasse; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; http://lattes.cnpq.br/9464206982367255; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; MELLO, Jamer Guterres de; http://lattes.cnpq.br/9707216305631668; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Cecília Almeida Salles, em Redes da Criação: construção da obra de arte (2006), diz que a mudança e o deslocamento geográfico em prol de uma busca por novos caminhos no processo de criação artística é comum na história da arte como ocorreu com Paul Klee e suas viagens para a Tunísia, por exemplo. O geógrafo humanista Yi-Fu Tuan, em seu livro Espaço e lugar - a perspectiva da experiência, conta uma anedota onde dois físicos visitam o castelo de Hamlet e afirmam que o castelo é visto de forma completamente diferente ao terem ciência de que uma narrativa, ainda que ficcional, se passou no lugar em questão. Éric Rohmer, por sua vez, ao definir a noção de espaço arquitetônico, escreveu que “os lugares não servem apenas de moldura para a ação, seu receptáculo; eles pesam sobre as atitudes dos personagens, influenciam sua atuação, ditam seus deslocamentos” (ROHMER, 1991, p.57 apud BORGES, 2019, p. 139). Apoiando-me nessas ideias, neste projeto de pesquisa, busco investigar a influência das espacialidades nos processos de criação de Até Amanhã, um longa-metragem ficcional roteirizado e dirigido por mim entre os anos de 2020 e 2024. No capítulo inicial, irei debater e refletir sobre as relações entre as espacialidades e a arte cinematográfica sob perspectivas teóricas diversas, entre as quais a teoria realista de André Bazin. Em seguida, apoiando-me na Crítica de Processo e no conceito de rede de criação de Cecília Almeida Salles, analiso alguns documentos de processos como a decupagem, manuscritos e cartas de montagem para compreender de que maneira as espacialidades impactaram meu processo criativo desde o ano de 2020 – marcado pelo contexto pandêmico e de distanciamento social – até a montagem do corte final do filme em 2024. Sempre tendo como foco as espacialidades, refletirei sobre os contextos de realização e as escolhas de direção e roteiro, investigando assim como os lugares foram um elemento determinante para o processo criativo de Até Amanhã.Item METAFICÇÃO, SEXUALIDADES DISSIDENTES E SENTIDOS SONOROS: ANOTAÇÕES SOBRE O FILME PERFUME DE GARDÊNIA (1992)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/06/27) MENDES, Noah Mancini; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; http://lattes.cnpq.br/5545484556262533; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; SALOMÉ, Josélia Schwanka; http://lattes.cnpq.br/8073499532259970; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353O presente estudo tem como objetivo a conceituação e a investigação dos elementos metalinguísticos, metaficcionais presentes no filme Perfume de Gardênia (1992), do diretor paulista Guilherme Almeida Prado, além dos debates sobre gênero e sexualidade e suas respectivas dissidências e as características sonoras. A partir do conceito de metaficção buscado nas obras de Linda Hutcheon e Gustavo Bernardo Krause, buscamos elucidar alguns pontos da narrativa onde esse recurso aparece, e que efeitos narrativos produzem, tendo como contexto características de produção da obra, o cinema brasileiro pós-moderno, conforme o entendimento de Renato Luiz Pucci Junior. Através de prévia contextualização histórica do objeto de estudo e da narrativa que nele está inserida, aprofundamos reflexões sobre o cinema brasileiro, os processos metaficcionais nele envoltos, assim como os efeitos de sentido possivelmente gerados por tais exercícios de narrativa. Pretende-se, com esta dissertação, interrogar a utilização da metaficção como impulso crítico de análise da linguagem, assim como dar atenção à produção cinematográfica nacional.Item PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE FORMAS AUDIOVISUAIS GENERATIVAS(Universidade Estadual do Paraná, 2024/03/29) GOMES, Marcelo; LESNOVSKI, Ana Flávia Merino; http://lattes.cnpq.br/3092417894877397; http://lattes.cnpq.br/5818925605576056; LESNOVSKI, Ana Flávia Merino; http://lattes.cnpq.br/3092417894877397; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; RANGEL, Alexandre Galvão De Queiroz; http://lattes.cnpq.br/2257516629102242; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Essa dissertação é uma investigação do processo artístico do artista Mathias Lobo a partir de práticas e produções de artes generativas em software com sistemas autônomos. A identidade artística, a relação entre arte e processo, mediações de interfaces de programação visual, e os aspectos cognitivos relacionados com algoritmos computacionais em criações artísticas são os pontos de partida dessa investigação. O trabalho se configura como uma tese-criação de uma série ou conjunto de formas audiovisuais produzidas pelo artista-pesquisador e intermediada por interfaces de programação visual de Arte Generativa. A dissertação busca refletir acerca do seguinte problema: quais as possíveis consequências e desdobramentos no processo criativo-artístico a partir da relação com sistemas autônomos e criação de formas audiovisuais generativas? Como e em que momento o processo de criação em vídeo e música do artista-pesquisador se conecta com os procedimentos de criação generativa? O estudo enuncia peculiaridades do processo artístico generativo em relação ao uso do acaso como potencial criativo e o entendimento sobre controle e ordem nesses procedimentos. Os textos também expõem a relação entre o que está estabelecido enquanto processo e o que é possível experimentar com sistemas autônomos e sua configuração como uma alternativa de criar obras artísticas computacionais. Dessa forma, a pesquisa tem como objetivo realizar uma breve sistematização do processo de criação artística do Mathias Lobo, além de criar reflexões acerca do trabalho com arte computacional e sistemas autônomos. A metodologia segue a lógica pós-positivista e qualitativa de Fortin e Gosselin (2014) a partir de escrituras de relatos, imagens, sons e análises como narrativa auto-etnográfica do artista-pesquisador, durante a sistematização desse processo. A revisão bibliográfica e videográfica será realizada contemplando o estado da arte e o aporte teórico de base. Serão utilizados os conceitos de linguagem do vídeo de Arlindo Machado, Christine Mello, Patrícia Silverinha; Alexandre Rangel, Henrique Roscoe, Matt Pearson e Phillip Galanter para Arte Generativa; Cesar Baio, John Dewey e Vilén Flusser para elucidar as relações entre artista, aparato e experiência; Fayga Ostrower e Cecília Salles contemplando os conceitos de processos de criação, procedimentos do acaso e documentos de processos.Item VÍDEO E PERFORMANCE: ENTRE MEU CORPO E A PAISAGEM AO REDOR(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/26) MEDEIROS, Livia Keiko Nagao de; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/5312440197995128; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; ALVES, Ricardo Henrique Ayres; http://lattes.cnpq.br/7515345224876748; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A pesquisa tem como tema o vídeo, a performance e a paisagem habitada com um corpo feminino. Fundamenta-se em meus processos criativos e, também, considera artistas contemporâneos, especialmente do audiovisual, pertinentes à pesquisa. Tem o objetivo de analisar processos artísticos das produções em videoperformance, articulados a experiências pessoais, poéticas, históricas e sociais em que estão inseridas. Pretende-se compreender o alcance da paisagem, a partir de uma série de experimentos que usam meu corpo gravado pelo vídeo, para poder olhar a mim mesma (conhecer ou reconhecer) e enxergar os outros (meu corpo como um outro). Com a escrita de narrativas autobiográficas, a dissertação dá a ver os processos criativos destes corpos em experimentação, suas relações, suas identidades nas paisagens, suas origens, seus pertencimentos. É também uma reflexão sobre os processos de construção de uma forma de continuidade entre um corpo performático e suas posições no mundo. Ela define especialmente meu corpo-paisagem-vídeo de mulher latinoamericana, brasileira com descendência japonesa. Para tanto, são consideradas contribuições de Lucy Lippard e Mel Bochner sobre a desmaterialização da arte; Linda Montano e Christine Mello sobre a performance e a videoperformance; Bell Hooks e Glória Anzaldúa sobre ancestralidade e pertencimento; Milton Santos sobre paisagem e Le Breton sobre os processos de desaparecimento de si.Item O CINEMA DE ANDREI TARKOVSKI E OS ASPECTOS INERENTES A MEMÓRIA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/29) RIBEIRO, Lennon Augusto dos Santos; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; http://lattes.cnpq.br/6554209345326303; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; VAZ, Aline Aparecida de Souza; http://lattes.cnpq.br/3530527402477171; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Este trabalho tem como objetivo explorar as manifestações da subjetividade da memória nos filmes de Andrei Tarkovski. Para isso, abordaremos os conceitos de “imagem-lembrança” e “lembranças puras” do filósofo Henri Bergson, aplicadas ao cinema por Gilles Deleuze. Em um primeiro momento, buscaremos entender os diferentes modos de manifestação da memória no cinema, sobretudo pelo recurso do flashback. Também vamos procurar compreender quais tipos de manifestação da memória podem ser compreendidas como “imagens-lembrança”. Por fim, vamos entender como os diversos modos de pensar a memória no cinema podem se correlacionar com as teorias de Tarkovski presentes em seu livro Esculpir o Tempo. A partir daqui, iremos nos desvencilhar da noção de tempo cronológico, e nos adentraremos em uma concepção ontológica do tempo. Na segunda metade desta pesquisa entraremos na análise fílmica das obras de Tarkovski. Para isso, iremos ver as obras do autor que lidam com a ideia de flashback, como: A Infância de Ivan (1962), Solaris (1972), O Espelho (1975) e Nostalgia (1983). A partir destes filmes vamos analisar como cada um deles aborda aspectos diferentes da memórias, como a sua imprecisão e direcionamento da atenção diante do fato ocorrido. Também iremos ver, a partir destes filmes, como a lembrança humana se relaciona com o mundo ao seu redor na relação da memória com os locais, pessoas e objetos. Para isso iremos contar com estudos que lidam diretamente com a relação destas coisas com a memória, como o trabalho de Frances Yates que fala justamente da fixação destas imagens na mente. Por fim, iremos ver como o cinema de Tarkovski pode ser observado como um meio de manifestação das próprias memórias do autor, que cria imagens a partir de suas experiências pessoais.Item UM ROSTO DESFIGURADO NO INFERNO EM O FILHO DE SAUL(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/19) PEREIRA, Junio; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; http://lattes.cnpq.br/7914551657689030; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; LESSA FILHO, Ricardo Fernando Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8496566086504744; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353A investigação tem como objetivo analisar como o filme O filho de Saul (2015) de László Nemes utiliza elementos visuais, sonoros e narrativos para representar a desfiguração do protagonista dentro do contexto do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em 1944. Portanto, a pesquisa se debruça sobre os pensamentos de Emmanuel Lévinas e as contribuições de Judith Butler sobre a importância do rosto enquanto responsabilidade ética e as implicações de sua negação, e por consequência, sua desfiguração, conforme a definição de Eveline Grossman. Também conta com Jacques Aumont para destacar o papel do rosto no cinema, enfatizando o close-up, e Primo Levi, David Le Breton, Hans Belting, George DidiHuberman para examinar a representação do rosto humano e sua desumanização nos campos de concentração durante o extermínio nazista.Item TRAJETÓRIAS DE LUTO: ESPACIALIDADE E TRANSMUTAÇÃO INTERIOR EM MABOROSHI NO HIKARI (1995, HIROKAZU KORE-EDA) E MOGARI NO MORI (2007, NAOMI KAWASE)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/25) Juliana Luiza Choma; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/4129017769766858; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; ISHIKI, Michiko Okano; http://lattes.cnpq.br/3118222606852565; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Esta pesquisa tem como objetivo investigar a relação entre espaço e mundo interior e de que modo ela se materializa no cinema contemporâneo japonês a partir do recurso da trajetória. A pesquisa parte da concepção de que o atravessamento dos personagens por espaços é capaz de revelar suas emoções ao espectador e que, portanto, o espaço se torna uma via de acesso ao mundo interior dos personagens. Como material de análise, utilizam-se as trajetórias de luto realizadas nos filmes Maboroshi no Hikari / A Luz da Ilusão (1995, Hirokazu Kore-eda) e Mogari no Mori / Floresta dos Lamentos (2007, Naomi Kawase), entendendo a trajetória como elemento capaz de realizar a transmutação do luto, isto é, uma profunda modificação na relação do personagem com este sentimento, com seu passado e com sua nova realidade. Traçando um caminho de aprofundamento na cultura japonesa, este trabalho está estruturado de modo a estimular reflexões acerca da influência do pensamento sobre a paisagem em nossa relação com o mundo. Busca-se compreender a reverberação desse pensamento nas artes, com foco nas artes visuais e arquitetura japonesas, investigando os valores culturais de Ma e oku como modos de relacionar o material e o imaterial no pensamento espacial japonês. Todo este percurso teórico culmina, neste trabalho, com a observação desses valores de Ma e oku nos filmes supra-mencionados, através de uma metodologia que se utiliza das formas dos tradicionais rolos ilustrados japoneses para a elaboração de um percurso visual sobre frames fundamentais. A análise, estrutural, de cunho cultural, busca questionar em que medida os espaços são capazes de revelar o mundo interior dos personagens, sendo dispositivos essenciais para aprofundar a experiência estética e metafísica do luto nestes filmes. Alguns autores utilizados para o embasamento desta pesquisa são Michiko Okano (2012), Fumihiko Maki (1979), Shuichi Kato (2012), Anne Cauquelin (2007) e Franco Panzini (2013).Item IMAGENS DE MULHERES NEGRAS NO CINEMA NEGRO FEMININO BRASILEIRO(Universidade Estadual do Paraná, 2024/05/16) TORRES, Juliana Ferreira; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; http://lattes.cnpq.br/6512791147905205; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; GILLIES, Ana Maria Rufino; http://lattes.cnpq.br/3844117013723738; LEBLANC, Paola Barreto; http://lattes.cnpq.br/8238208518618800Esta dissertação se propõe analisar a construção de imagens de mulheres negras pelo Cinema Negro e Feminino brasileiro. Usamos o plural para lembrar que ser mulher negra não é uma condição simples, somos muitas e diversas, e é por isso que não podemos permitir nos encaixar/encaixotar em esteriótipos limitantes e preconceituosos. O Cinema Negro e Feminino, ou seja, o Cinema feito por mulheres negras, tem mostrado sua diversidade não só em relação aos temas, narrativas e formatos como também na pluralidade de linguagens usadas, mesclando performances, videoarte e cinema expandido em suas criações. Com um olhar especial para Café com Canela (2017) como o segundo filme longa-metragem de ficção com exibições em circuito comercial dirigido por uma mulher negra, e relacionando as construções das personagens com as de outros três filmes curtas-metragens de diretoras negras: Travessia (2017) de Safira Moreira; República (2020) de Grace Passô e Alfazema (2019) de Sabrina Fidalgo. Café com Canela é fruto da descentralização do ensino superior no Brasil e das políticas públicas afirmativas, tanto do setor cultural, através de editais exclusivos para pessoas negras, quanto da educação, através das cotas universitárias, que levaram Glenda Nicácio e Ary Rosa ao Recôncavo baiano onde o filme foi produzido. O que nos interessa aqui é estabelecer relação entre a autoria de Glenda Nicácio, Sabrina Fidalgo, Grace Passô e Safira Moreira e as representações livres de estereótipos de mulheres negras que são construídas pela narrativa de seus filmes. Entendendo que é pela imagem, representação e representatividade, que empreendemos a luta contra o discurso hegemônico, procuramos estabelecer a influência da autoria negra feminina para uma representação humanizada da mulher negra pelo cinema brasileiro contemporâneo. Assim, analisaremos a relação entre a produção cinematográfica de autoria de mulheres negras e o empenho no combate ao discurso hegemônico, a fim de recuperar o poder de representação da imagem da mulher negra como autora da sua própria história. Para isso analisaremos as imagens do filme com base nas teorias culturalistas de Grada Kilomba (2020) e na abordagem da representação da mulher negra no cinema segundo bell hooks (2019) e no Feminismo Negro segundo Lélia Gonzales e Sueli Carneiro. Os estudos sobre imagem têm bases em Etienne Samain (2012), o conceito de intericonicidade segue as diretrizes de Jean-Jacques Courtine (2011), a pesquisa sobre iconologia e corpo ancora-se em Hans Belting (2006) e Leda Maria Martins (2021) e as 8 pesquisas sobre o cinema negro feminino são amparadas por Edileuza Penha de Souza (2017, 2020, 2022) e Rosane Borges (2022).Item AMADOR.EX.OBRA: UMA LONGA COLAGEM EM VÍDEO E SEUS PROCESSOS ARTÍSTICOS(Universidade Estadual do Paraná, 2023/03/23) SANTANA, João Miguel Gonçalves; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/9636119654996095; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; ALVES, Ricardo Henrique Ayres; http://lattes.cnpq.br/7515345224876748Esta dissertação é um objeto complementar da vídeo colagem de longa-metragem AMADOR.EX.OBRA. Ambos os trabalhos foram apresentados por mim como objetos de colagem na linha de pesquisa de Processos de Criação no Cinema e nas Artes do Vídeo no PPG-Cineav (UNESPAR). Eles contêm apropriação de trabalhos de outros autores que servem como base de leitura para o aproveitamento da proposta de trabalho de escrita e artística. São fiéis quanto à qualidade de resolução que tive acesso. A dissertação é um relato de processo de antes e depois de eu adentrar a instituição acadêmica e que resultou no trabalho de experimentação em vídeo de 88 minutos, anexado aqui numa coleção de imagens que antecedem o texto, mas são parte dele. O capítulo 1 é uma introdução que se desenvolve como breve explicação, contextualização da minha produção de subjetividade e intenções artísticas como discente em retorno à instituição acadêmica. O capítulo 2 é uma aproximação com teorias diversas para falar sobre como meu corpo gay foi educado a ter um olhar narcísico com a cultura do vídeo em tempos de Internet. O capítulo 3 trata da assimilação do processo criativo na concepção do vídeo AMADOR.EX.OBRA com relatos de processo, intervenção artística e teórica. Ao final são apresentados os créditos de coautoria, assim como as referências bibliográficas acessadas durante o aproveitamento total do curso de mestrado. Este é um trabalho que não pretendeu elucidar questões e sim fazê-las em contato com parte do campo das Artes na cidade de Curitiba-Pr.Item PARA ALÉM DO ÁLBUM: MEMÓRIAS E IMAGENS DE ACERVOS FAMILIARES NA CRIAÇÃO DE NARRATIVAS AUDIOVISUAIS(Universidade Estadual do Paraná, 2023/03/29) CARREIRO, Ana Paula Málaga; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; https://lattes.cnpq.br/8049270318259062; KAMINSKI, Rosane; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; FERNANDES, Fernando Seliprandy; http://lattes.cnpq.br/1873999604154644A presente pesquisa é constituída pela análise de três curtas-metragens brasileiros criados a partir de acervos imagéticos familiares, compostos por fotografias e filmes Super 8. Os objetos de pesquisa para essa dissertação são os filmes: Vó Maria (2011, 6min, cor, digital), dirigido, roteirizado e montado por Tomás von der Osten; Antes de Ontem (2019, 6min, cor, digital), roteirizado e dirigido por Caio Franco; e Inconfissões (2018, 21min, cor, digital), roteirizado e dirigido por Ana Galizia. O problema de pesquisa constitui-se em analisar como os realizadores utilizaram materiais de arquivos de suas próprias famílias para questionar e revisitar memórias sobre si mesmos e sobre outros parentes. Através de filmes feitos em ambientes universitários, durante o período em que os diretores/roteiristas cursavam graduação ou pós graduação em cinema, os três curtas-metragens analisados nessa pesquisa enfatizam os gestos de memória como inscrições e rastros que influenciam a forma como os realizadores veem a si mesmo e a suas famílias com o passar dos anos. A metodologia utilizada foi a realização da análise fílmica dos três curtas-metragens, associada à pesquisa bibliográfica. A dissertação é estruturada em três capítulos, sendo que cada um deles é focado em um dos filmes. Os principais conceitos trabalhados são as relações entre o cinema e o tempo, analisadas através da montagem e das reflexões advindas do passar dos anos; a montagem como ferramenta narrativa essencial para a construção de filmes feitos com materiais de arquivo; os conceitos de memória e pós-memória através da relação dos realizadores com os acervos imagéticos e com as histórias contadas por seus familiares; a construção de documentários autobiográficos com a utilização de materiais de acervo; e as questões éticas advindas do uso de imagens de arquivo.