MUITO PRAZER, DAVID NEVES, CRÍTICO-CINEASTA: A CONSTRUÇÃO DA “AUTENTICIDADE” EM MAURO, HUMBERTO (1966) E EM MUITO PRAZER (1979)
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Data
2024/05/10
Orientadores
Programa
PPG-CINEAV -UNESPAR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
O crítico-cineasta David Neves teve uma profícua trajetória no cinema brasileiro entre 1958 e 1994. Nesse período, Neves realizou uma vasta obra entre a escrita de uma valiosa produção crítica e a direção de sete longas e mais de vinte curtas-metragens. Desde seus primeiros escritos e filmes, ligados à formulação do Cinema Novo Brasileiro, o crítico-cineasta se demonstrou interessado pela captura e a construção de uma “almejada autenticidade”, como o próprio descrevia. Uma busca manifestada em seu interesse por valorizar a “captação da espontaneidade” e o registro do “erro”, conceitos que aparecem em diferentes momentos e de diferentes maneiras em sua obra. Tomando como base a abordagem proposta pela Teoria de Cineastas e metodologias de análise fílmica e textual desenvolvidas a partir dos textos de Jacques Aumont, Michel Marie e Manuela Penafria, buscamos, nesta pesquisa, investigar a obra do crítico-cineasta a partir de seus próprios registros de pensamento, processos de criação e relatos de vida. Mais detidamente, nos dedicamos à análise de sua produção crítica e de dois dos filmes que dirigiu: Mauro, Humberto (1966, dir.: David Neves) e Muito Prazer (1979, dir.: David Neves), com foco no seu interesse particular pela construção de uma sensação de “autenticidade”. Compreendendo, como Raquel Gerber (1982), ser impossível separar a realização dos filmes do pensamento sobre e a partir deles, a pesquisa busca, também, discutir o conceito de crítico-cineasta e estudar o pensamento de David Neves, na variedade de suas expressões, analisando e propondo métodos para o estudo de seus textos e entrevistas ao lado dos filmes que dirigiu. Assim, a partir do cotejo entre variadas expressões do crítico-cineasta e de seus colegas de realização, bem como da identificação de diferentes técnicas e recorrências estilísticas empregadas ou expressadas em seus filmes e textos, concluímos que Neves buscava evitar em seus filmes um aspecto de passado a limpo. Por meio da revelação do erro e da apresentação de certa displicência com a mise en scène, conceitos fundamentais para a análise de seu estilo, o crítico-cineasta buscava conferir a seus filmes uma familiar impressão de autenticidade, garantindo às suas obras um tom menor, como o de um filme doméstico.
Descrição
Palavras-chave
David Neves; Crítico-cineasta; Cinema Brasileiro; Estilo Cinematográfico; Teoria de Cineastas.