SUPERNOVAS DA TRISTEZA: A REPRESENTAÇÃO DO ROSTO TRISTE E O CINEMA COMO FORMA DE FIGURAÇÃO DAS EMOÇÕES

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Data
2025-03-21
Orientadores
Programa
PPG-CINEAV
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
O ato de emocionar-se – fenômeno natural que constitui a experiência humana – jamais encerrase em si mesmo, se desdobrando nos discursos e nas imagens no decorrer dos séculos. Da fisiognomonia ao naturalismo evolucionista de Darwin, são notórias as investidas por um projeto teórico de conhecimento acerca das expressões das emoções e de suas repercussões no mundo civil. A tristeza, que é objeto central desta dissertação, figura como uma das emoções no epicentro dessa busca: aparecendo e demonstrando seu torpor, o sujeito triste é delimitado e descrito a partir de um determinado projeto de saber, seja ele civilizatório, patologizante ou comportamental. Isso em vista, e notando a profusão de tristeza presente na arte fílmica a partir da presença do rosto e de suas expressões, propomos a pergunta: sob que condições estéticas se torna visível a figuração da tristeza no close-up cinematográfico? Para abordá-la, será analisado um corpus composto por nove filmes e duas videoartes, dividido entre duas constelações que ilustram os seguintes eixos visuais da representação do rosto entristecido: rostos que sentem e retratos filmados. Com o dispositivo analítico da constelação fílmica (SOUTO, 2020) em mente, sugerimos a ideia da supernova como metáfora para a sobrevivência das imagens, imbuídas que são de gestos e formas que persistem em silêncio na história das formas visuais. O capítulo final da dissertação consiste em uma investida constelacional pela imagem do rosto triste no Ocidente, da pintura, à gravura e, fatalmente, ao cinema. Nesse momento derradeiro, duas polaridades se apresentam: a que se estende do rosto que chora ao rosto que se cala, e a do rosto cristalizado ao rosto movente. Ambas dão a ver a amplitude do ato emotivo, bem como as formas com que o cinema, a partir dos filmes estudados, lida com a expressão facial da tristeza de forma a percebê-la como um fenômeno humano a ser resgatado enquanto ato livre.
Descrição
The act of emotion — a natural phenomenon that constitutes human experience — never ends in itself, instead resonating in discourses and images throughout history. From physiognomy to Darwinian evolutionary naturalism, there have been notorious efforts toward a theoretical project of understanding the expressions of emotions and their repercussions in the civil world. Sadness, which is the central object of this dissertation, emerges as one of the emotions at the core of this pursuit: as it appears and reveals its torpor, the sad subject is defined and described according to a particular Project of knowledge, whether civilizational, pathologizing, or behavioral. With this in mind, and observing the profusion of sadness in filmic art through the presence of the face and its expressions, we pose the following question: under what aesthetic conditions does the figuration of sadness become visible in the cinematic close-up? To address this, a research corpus of nine films and two video arts will be analyzed, divided into two constellations that illustrate the following visual axes of the representation of the sorrowful face: faces that feel and moving portraits. With the analytical device of the filmic constellation (SOUTO, 2020) in mind, we suggest the idea of the supernova as a metaphor for the survival of images, imbued with gestures and forms that persist silently in the history of visual forms. The final chapter of the dissertation consists of a constellational exploration of the image of the sorrowful face in the West, from painting to engraving and, ultimately, to cinema. At this final moment, two polarities emerge: one that extends from the weeping face to the silent face and another from the crystallized face to the moving face. Both reveal the breadth of the emotive act, as well as the ways in which cinema, through the films studied, deals with the facial expression of sadness, perceiving it as a human phenomenon to be reclaimed as a free act.
O ato de emocionar-se – fenômeno natural que constitui a experiência humana – jamais encerrase em si mesmo, se desdobrando nos discursos e nas imagens no decorrer dos séculos. Da fisiognomonia ao naturalismo evolucionista de Darwin, são notórias as investidas por um projeto teórico de conhecimento acerca das expressões das emoções e de suas repercussões no mundo civil. A tristeza, que é objeto central desta dissertação, figura como uma das emoções no epicentro dessa busca: aparecendo e demonstrando seu torpor, o sujeito triste é delimitado e descrito a partir de um determinado projeto de saber, seja ele civilizatório, patologizante ou comportamental. Isso em vista, e notando a profusão de tristeza presente na arte fílmica a partir da presença do rosto e de suas expressões, propomos a pergunta: sob que condições estéticas se torna visível a figuração da tristeza no close-up cinematográfico? Para abordá-la, será analisado um corpus composto por nove filmes e duas videoartes, dividido entre duas constelações que ilustram os seguintes eixos visuais da representação do rosto entristecido: rostos que sentem e retratos filmados. Com o dispositivo analítico da constelação fílmica (SOUTO, 2020) em mente, sugerimos a ideia da supernova como metáfora para a sobrevivência das imagens, imbuídas que são de gestos e formas que persistem em silêncio na história das formas visuais. O capítulo final da dissertação consiste em uma investida constelacional pela imagem do rosto triste no Ocidente, da pintura, à gravura e, fatalmente, ao cinema. Nesse momento derradeiro, duas polaridades se apresentam: a que se estende do rosto que chora ao rosto que se cala, e a do rosto cristalizado ao rosto movente. Ambas dão a ver a amplitude do ato emotivo, bem como as formas com que o cinema, a partir dos filmes estudados, lida com a expressão facial da tristeza de forma a percebê-la como um fenômeno humano a ser resgatado enquanto ato livre.
Palavras-chave
Expressão das Emoções; Rosto e Imagem; Representação da Tristeza; Constelações Fílmicas; Cinema e Outras Artes.
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