História da Educação e Ensino; Teorias Pedagógicas; Livros Didáticos.

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Data
2020/02/17
Programa
PPIFOR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Esta pesquisa propôs-se a compreender o complexo processo de construção dos conceitos de Educação e Ensino a partir das teorias de pensamento presente nas dimensões histórico-filosóficas e dos movimentos socioculturais que as deram origem. Sob o aporte da perspectiva histórico-crítica, objetivou-se investigar como essas teorias de pensamento e movimentos sociais implicaram no conteúdo e na produção de livros didáticos, especificamente durante os séculos XIX e XX no Brasil. De caráter bibliográfico e documental, primeiramente, pontuamos os acontecimentos sociopolíticos e os pensadores que influenciaram as ideias e o desenvolvimento histórico do conceito de educação e pedagogia em cada período, apresentando noções históricas e modos de agir e de pensar do homem e da sociedade. Examinamos as dimensões filosóficas da essência e da existência na educação, à luz da obra de Bogdan Suchodolski, intitulada “A pedagogia e as grandes correntes filosóficas: a pedagogia da essência e a pedagogia da existência”, por considerá-la uma obra de caráter filosófico, capaz de abordar os aspectos históricos fundamentais do pensamento pedagógico, e, a partir dela fez-se possível compreender os autores clássicos que contribuíram para a construção dessas teorias. Em seguida, analisamos a influência das correntes de pensamentos: idealistas, empiristas, racionalistas, materialistas, metafísicas, que teve início na Europa, mas serviu para a construção da educação e do ensino no Brasil, e mais tarde influenciaram também a produção do material didático utilizado nas escolas do Brasil. Através dessa retomada teórica, compreendemos que, no decorrer do século XIX predominou a Pedagogia da Essência, nesse período, era latente o interesse da sociedade capitalista para com a educação, que tinham o intuito de instruir indivíduos para o trabalho assalariado, o que acarretou na perda da autonomia/conhecimento e deu margem às estratégias de controle que geraram a alienação humana. Isso seguiu durante o século XX, como meio de garantir a consolidação do domínio da burguesia sobre as formas de produção e trabalho na sociedade capitalista. Por fim, selecionamos 106 livros didáticos no recorte temporal dos séculos XIX e XX, dos quais 11 foram analisados para verificar se neles encontram-se as metodologias presente nas bases teóricas que formularam as concepções de ensino desde a sua origem, bem como explicar a aplicação dessas concepções na construção da sociedade contemporânea. Os resultados indicam que, durante o século XIX, houve a predominância da Pedagogia da Essência ou Tradicional, buscando formar o homem ideal, a partir da utilização de obras modelos que incutissem nos indivíduos ensinamentos sobre a história de seu país e da cultura, da moral, ética e religiosidade, formando assim o bom cidadão que viesse a atuar em sociedade com o mínimo de vícios possível. Já no século XX houve a preocupação de formar homens aptos a aturem no mercado de trabalho visto que não havia nesse período mão de obra especializada suficiente para atuar nesse mercado em processo de expansão. Na análise, observou-se que nesse período a influência dessas teorias pedagógicas aqui analisadas no conteúdo e na produção dos livros didáticos, é quase nula e imperceptível. Para a produção desse material foram utilizados apenas os processos metodológicos de ensino presentes nessas 10 pedagogias, a fim de orientar o trabalho pedagógico do professor em sala de aula. Acreditamos que tal constatação se deve ao papel social desempenhado por esse material, isto é, cabe ao livro didático a função de inculcar a construção de um projeto político nacional, bem como o de controle de classe.
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Palavras-chave
História da Educação e Ensino; Teorias Pedagógicas; Livros Didáticos.
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