JUVENTUDES: CONDIÇÃO JUVENIL CONTEMPORÂNEA E IMPLICAÇÕES DA FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO

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Data
2021/03/29
Programa
PPIFOR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Nos últimos anos, a Educação Básica, no Brasil, registrou importantes transformações em seus documentos oficiais/legais protagonizadas pelo Governo Federal. Dentre essas transformações, destacam-se a reforma do Ensino Médio (Lei No 13.415/2017) e a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dessa mesma etapa da Educação Básica. Diante desse cenário, propôs-se este trabalho, cujo objetivo foi realizar um levantamento histórico e bibliográfico do conceito de juventudes a partir do século XX, para, em seguida, com base em documentos estatísticos, problematizar a condição juvenil contemporânea no Brasil, e, por fim, analisar criticamente a BNCC do Ensino Médio no que tange a sua concepção de formação humana “integral” para as juventudes e o eventual processo de instrumentalização do ensino. Partiu-se do seguinte problema: Compreendendo as juventudes como momento da vida específico para a formação do ser humano genérico, qual perspectiva teórica de formação integral humana para as juventudes está subsumida na BNCC do Ensino Médio? A quem interessa essa formação baseada em habilidades e competências? Assim, almejou-se evidenciar, nesta pesquisa, como hipótese, a possível vinculação da BNCC com as pedagogias contemporâneas do aprender a aprender, as quais visam à formação integral humana para a manutenção do status quo e do mercado de trabalho reestruturado e precarizado sob o paradigma do toyotismo. Nesse sentido, utilizou-se, nesta dissertação, o método materialismo histórico-dialético, o qual se fundamenta no pensamento marxista e se caracteriza no objetivo de descobrir as leis fundamentais que definem e regem a forma organizativa da humanidade em sociedade por meio da história. Como metodologia de pesquisa, foram utilizadas as metodologias bibliográfica e documental. Como fontes bibliográficas (secundárias), recorreu-se a obras de autores consagrados no campo da educação, da sociologia, da economia, do trabalho, entre outros; e documental (primária), dentre outros documentos, à Lei No 13.415/2017 e a à BNCC do Ensino Médio. Os resultados demonstram a necessidade de pluralizar o termo “juventude”, portanto “juventudes”, para contemplar, de forma inclusiva, a diversidade de jovens que compõem essa categoria social, que se diferenciam não apenas em suas identidades, mas principalmente em sua condição de pertencimento às classes sociais, burguesas ou proletárias e seus estratos de classe. Além disso, a pesquisa revelou que, dentre os motivos que torna o Ensino Médio o gargalo da Educação Básica e um fracasso para com as juventudes, residem o fato de as juventudes não encontrarem sentido em seu formato e, principalmente, a falta de perspectiva de ascensão social via educação escolar. Por fim, concluiu-se que a formação por competências preconizada nos documentos que regem a Reforma do Ensino Médio, no Brasil, é claramente influenciada pelos empresários representantes do capital, com a frontal intenção de proporcionar uma formação flexível para as juventudes, caracterizada pela polivalência, pela multifuncionalidade, pela flexibilidade e pela alta capacidade de adaptação e de resolução de problemas cotidianos. Isso reforça a ideia de uma formação alienada, que nega a formação omnilateral, reproduz a divisão social do trabalho e favorece o desenvolvimento da acumulação flexível no Brasil.
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Palavras-chave
Juventudes. BNCC do Ensino Médio. Formação omnilateral
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