O ENSINO INCLUSIVO DE BIOLOGIA CELULAR PARA ALUNOS SURDOS E DV’S: DA CONSTRUÇÃO DE UM KIT INTERATIVO À FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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Data
2018/12/03
Autores
Orientadores
Programa
PPIFOR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
A política de inclusão escolar garante a matrícula no ensino regular aos estudantes com necessidades educacionais especiais, porém, é preciso oferecer meios para a permanência com qualidade destes estudantes no ensino regular. No caso dos estudantes cegos, com baixa-visão ou surdos recorre-se ao uso de recursos didáticos que potencializem seus sentidos remanescentes (como o tato e a visão para os surdos, e o tato e a audição para cegos ou pessoas com baixa-visão), para oportunizar o acesso equitativo ao currículo. Todavia, o conteúdo de citologia na Educação Básica pode ser um desafio ao docente à medida em que, em geral, trabalha-se com um conteúdo de difícil assimilação de conceitos. Posto isto, no presente estudo, buscamos responder aos seguintes questionamentos: como poderia ser construída uma ferramenta didático-pedagógica que auxiliasse professores no exercício de sua prática no ensino de Biologia Celular com estudantes cegos, com baixa-visão e surdos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio? O desenvolvimento de matérias didáticos de maneira colaborativa por professores de ciências/biologia e educação especial pode contribuir na formação continuada para o ensino de alunos surdos e DV’s? Considerando-se a necessidade de criar materiais didáticos que associem qualidade, versatilidade, durabilidade e economia de tempo de planejamento para o docente, o objetivo desta pesquisa é a discussão da formação de professores na perspectiva do ensino inclusivo da biologia celular, por meio da avaliação de um kit didático-pedagógico interativo idealizado e construído para o ensino de surdos e DV’s e ainda, o debate por meio de ação colaborativa na criação de sequências didáticas. O material didático-pedagógico foi desenvolvido para o ensino de citologia visando favorecer o processo de ensino e aprendizagem e a inclusão social nas escolas, visto que utilizam de dispositivos que facilitam a percepção e a aprendizagem de forma palpável, auditiva, visual e manipulável. Os protótipos de célula animal e vegetal e suas respectivas organelas, são compostos por um tablete, três carregadores de baterias, duas “amoebas” e um manual didático-pedagógico para o professor com dicas de como utilizar a ferramenta. O kit possibilita que, através dos sentidos (tato, audição e visão) os aprendizes, sejam estes surdos, cegos, com baixa-visão ou não, utilizem múltiplas formas de organizarem, expressarem e apresentarem os conhecimentos construídos. Após o desenvolvimento do TecnoCélula, professores de Sala de Recurso, Ciências, Biologia e Educação Especial do Núcleo Regional de Educação de Paranavaí, avaliaram o kit por meio de questionários semiestruturados e entrevistas gravadas, durante uma oficina. Os resultados foram avaliados mediante análise de conteúdo. Os dados demonstraram que os docentes participantes da oficina consideraram sua formação insuficiente para atuação numa escola inclusiva, porém, todos entenderam que a formação continuada é um dos caminhos para efetivação desse processo, embora tenham evidenciado que tanto para a formação inicial quanto continuada, há a necessidade de uma preocupação com a atuação prática do professor. Constatamos ainda que o desenvolvimento de materiais didáticos como ferramenta para a formação de professores, visando a inclusão de estudantes surdos e cegos, mostrou-se como uma alternativa viável e promissora e, mais do que isso, que a oficina como ação colaborativa favorecendo a partilha de experiências entre docentes da área da Educação Especial e da área das Ciências/Biologia contribui de forma significativa para o aperfeiçoamento didático pedagógico de todos os envolvidos.
Descrição
Palavras-chave
Formação Docente, Recursos Didáticos Tecnológicos, Tecnologia Assistiva, Inclusão Escolar.