DIANTE DOS PEDAÇOS: A FRAGMENTAÇÃO DO CORPO N’A MONTANHA SAGRADA, DE ALEJANDRO JODOROWSKY

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Data
2021/11/18
Programa
PPG-CINEAV -UNESPAR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
A fragmentação e a destruição do corpo, em uma noção expandida, enquanto elemento de construção da experiência do Pânico é o foco de interesse na análise do filme A Montanha Sagrada (1973, 1h53min, cor). Dirigido pelo chileno Alejandro Jodorowsky, o filme apresenta uma construção imagética permeada por simbolismos místicos, artísticos e sociais, os quais contribuem para estabelecer a atmosfera Pânica. A questão principal, a partir da qual a dissertação se desdobra é: de que modo a fragmentação corporal presente no filme A Montanha Sagrada induz ao Pânico jodorowskyano? Para responder a essa questão, o objeto será analisado a partir de três aspectos do conceito de fragmentação. O primeiro aspecto se refere à fragmentação do corpo identificando como a representação de sua destruição é um elemento que instaura, por meio da experiência da abjeção, uma atmosfera de angústia diante das imagens do filme. A ideia de abjeção na teoria de Julia Kristeva é colocada em diálogo com a destruição do corpo no contexto das vanguardas modernistas, com destaque ao Movimento Surrealista. O segundo aspecto, a partir do pensamento de Robert Stam, relaciona as imagens do filme às temáticas da violência social, da catástrofe e do trauma coletivo, buscando apontar como a experiência Pânica se apresenta como um vetor decolonial de reconstrução do imaginário da latinidade. Busca-se pensar o cinema como uma possibilidade de resistência aos modos de funcionamento das lógicas colonizadoras, em sentidos simbólicos e políticos.O terceiro aspecto propõe uma leitura do cinema, enquanto dispositivo afetivo, como um fenômeno de criação de sensorialidades angustiantes, intrínsecas ao Pânico. São abordadas as teorias de Edgar Morin acerca dos processos de identificação e projeção no fenômeno cinematográfico, bem como a análise do cinema como um vestígio de pensamento mágico e simbólico presente na contemporaneidade. Em diálogo com Morin, são trabalhados textos críticos, poéticos e ensaísticos de Antonin Artaud nos quais ele analisa as relações entre forma, conteúdo, narrativa e os sistemas afetivos na linguagem cinematográfica, o que contribui na pesquisa para uma aproximação entre as teorias do cinema e uma leitura imagética pela perspectiva simbólica. São identificadas reverberações da ideia de Crueldade, desenvolvida por Artaud no final dos anos 1930, no filme de Jodorowsky, para compreender de que modo suas imagens dialogam com a opacidade e a psicologia do fenômeno cinematográfico. A metodologia utilizada é a análise textual e imagética, buscando identificar as teias simbólicas entre as imagens audiovisuais do filme (bem como as de outros objetos) e as imagens literárias dos autores com os quais dialogamos.
Descrição
Palavras-chave
Cinema Pânico, A Montanha Sagrada, Alejandro Jodorowsky, fragmentação corporal, Antonin Artaud
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