A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DA BNCC PARA O ENSINO MÉDIO E OS POSSÍVEIS REFLEXOS DA SUA APLICAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

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Data
2020/07/28
Programa
PPIFOR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
A Educação Ambiental (EA) revela, ainda hoje, uma fragilidade diante da promoção de práticas fragmentadas, descontextualizadas e pontuais na educação formal. A coexistência das correntes conservadora e crítica da EA, somadas a deficiente formação inicial oferecida ao professor quanto aos temas ambientas, a superficialidade teórica acerca da EA, a dificuldade de seleção de materiais, além do campo de disputas no qual está inserida a escola, são apontados como os motivos para a não consolidação da EA na Educação Básica (EB) no país. Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o documento torna-se o principal mecanismo orientador obrigatório para a EB, o que refletirá nas ações pedagógicas para a EA nos próximos anos. Observou-se uma tendência de silenciamento da EA nas versões da BNCC para Educação Infantil (EI) e Ensino Fundamental (EF). Isto posto, o presente estudo buscou responder os questionamentos: Como está constituída a EA na BNCC para o EM? Que concepções fundamentaram sua construção? Defende uma EA conservadora ou crítica? A quem está endereçada? Poderá contribuir para a superação da visão fragmentada e reducionista acerca dos problemas socioambientais nos ambientes escolares? A pesquisa teve por objetivo analisar o conteúdo, promover reflexões e evidenciar qual o espaço e abordagem da EA na BNCC, delimitando-se ao trecho voltado ao EM. Para isso, realizou-se uma análise de conteúdo (BARDIN, 2016). As palavras-chave buscadas no documento foram “educação ambiental”, “ambiental”, “conservação ambiental”, “contextualização ambiental”, “ordem ambiental”, “socioambiental”, “ética socioambiental”, “sustentabilidade socioambiental”, “desenvolvimento sustentável”, “consciência socioambiental” e “sustentabilidade”. Constatou-se que o termo EA não foi mencionado nenhuma vez no recorte do documento e que as palavras-chave mais citadas contemplam as categorias socioambiental e de sustentabilidade. Comprovou-se a tendência de silenciamento da EA também na etapa do EM, demonstrando que a restrição ocorreu em todo o conteúdo da BNCC. Verificou-se uma preferência pela perspectiva da sustentabilidade em detrimento aos pressupostos da EA crítica, representando um alinhamento das políticas públicas de educação aos compromissos firmados com as organizações internacionais que conceberam o conceito de desenvolvimento sustentável. A distribuição das palavras-chave não é equitativa no documento concentrando-se nas áreas de Ciências da Natureza e de Ciências Humanas, demonstrando uma valorização da concepção disciplinar no tratamento da EA, fato considerado um retrocesso frente as legislações anteriores que orientam uma abordagem interdisciplinar. A BNCC para o EM revelou-se como um exemplo de conservadorismo dinâmico, por apresentar-se como um documento inovador e adequado as demandas atuais no processo formativo, porém na prática efetiva-se como um conjunto de orientações voltado a manutenção da estrutura desigual, injusta e predatória. Conclui-se que a EA é tratada de maneira limitada, ao ser entendida como um mecanismo utilitarista com a finalidade de promover atitudes conservacionistas e recursistas, o que aponta a necessidade de os educadores posicionarem-se como verdadeiros sujeitos de seu fazer pedagógico mediante uma ação reflexiva de todos os elementos que compõem o processo formativo.
Descrição
Palavras-chave
Educação Ambiental; BNCC; Ensino da EA.
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