ENCAMINHAMENTOS PEDAGÓGICOS DA PSICOLOGIA SOVIÉTICA AO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: vivência efetiva para o desenvolvimento da imaginação criadora
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Data
2015/12/21
Autores
Orientadores
Programa
PPIFOR
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
O presente estudo teve como objetivo analisar o papel formativo do ensino da arte no desenvolvimento integral da criança na educação infantil, a partir dos pressupostos da teoria histórico-cultural. Os avanços promovidos pela lei de diretrizes e bases para a educação nacional n° 9.394 de 1996, na qual a educação infantil foi instituída como primeira etapa da educação básica e o ensino da arte como conteúdo curricular obrigatório com vista à formação integral da criança. Contudo, nos documentos orientadores da educação infantil identificam-se a concepção espontânea da construção do conhecimento como do desenvolvimento da criança. Os encaminhamentos pedagógicos propostos no trabalho com a arte corroboram para a manutenção de práticas pedagógicas superficiais, limitadas ao conhecimento cotidiano, que privilegia a livre expressão. Concepção que encontra respaldo no discurso pelo não ensino a essa faixa etária. Em decorrência da ausência de uma concepção teórica que verse em favor da transmissão da cultura, científica e artística mais elaborada à criança, constata-se tanto a desvalorização do conteúdo artístico quanto a frágil formação do professor dessa área. Em contraposição à concepção natural do desenvolvimento humano, este estudo buscou nos pressupostos da teoria histórico-cultural confirmar a contribuição do papel formativo da arte no desenvolvimento da criança. Para tanto, realizamos um estudo de caráter documental e bibliográfico, fundamentado no método materialista histórico e dialético, a fim de examinar nos documentos orientadores e diretivos a concepção de educação, bem como o ensino da arte na educação infantil. Ancorados nesses pressupostos teóricos, verificamos a concepção de desenvolvimento da criança e da atividade educativa, concepções que também buscamos identificar nos textos clássicos da psicologia russa, que analisam a temática em questão, nos quais constatamos orientação contrária à identificada nos documentos oficiais, tanto no que se refere à concepção do desenvolvimento da criança, quanto à essencialidade da educação para seu desenvolvimento. O referencial em questão, ao esclarecer a natureza social do desenvolvimento psíquico da criança, do coletivo para o individual, do externo para o interno, do concreto para o abstrato, do sensível para o cognitivo, apresentou a lei zona de desenvolvimento, como a atividade que potencializa o processo, a atividade guia. E mostra que se trata de um processo, de natureza dialética, mediado pelo signo e motivado pelo fenômeno afetivo, onde o desenvolvimento da unidade, afetivo cognitivo, que constitui a estrutura psíquica, encontra-se na dependência de vivências efetivas. Nesse sentido, identificamos a contribuição do ensino da arte na educação infantil, em virtude tanto do elemento emotivo, parte constitutiva da arte como da atividade guia, como por se constituir um signo, um conteúdo ideal no sentido pedagógico, que dada a sua constituição traz em si altas potencialidades humanas cristalizadas. A apropriação desses elementos na atividade de imitação bem como na atividade criadora, decorrente da assimilação dos elementos que a constituem, estabelece vivências efetivas, consequentemente, o desenvolvimento inicial das funções psíquicas como um todo. Assim, podemos concluir que, da qualidade do signo artístico, como da mediação do professor, depende o nível de desenvolvimento que essa pode vir a promover na criança.
Descrição
Palavras-chave
Teoria histórico-cultural; Arte-educação; Educação infantil; Imitação; Formação do pensamento