CORPOS QUE SANGRAM ALÉM DA CISGENERIDADE: IMAGENS MONSTRUOSAS E OUTROS DISCURSOS

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dc.contributor.advisorPRIORI, Cláudia
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/1391884709498230
dc.contributor.authorSILVEIRA, Francisco da
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/4440982582243049
dc.contributor.referee1PRIORI, Cláudia
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/1391884709498230
dc.contributor.referee2NOGUEIRA, Juslaine De Fátima Abreu
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/5283169846765859
dc.contributor.referee3RIBEIRO, Regiane Regina
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/8502130807154602
dc.contributor.referee4ANDRÉ, Richard Gonçalves
dc.contributor.referee4Latteshttp://lattes.cnpq.br/1798165095642353
dc.date.accessioned2025-02-27T13:02:04Z
dc.date.available2025/02/27
dc.date.available2025-02-27T13:02:04Z
dc.date.issued2024/04/17
dc.description.abstractEm uma cultura visual da qual somos pessoas receptoras e produtoras de imagens, é importante questionar o que nos é mostrado, reiterado, assumido e estampado no cotidiano. De imagens internas a externas (endógenas e exógenas), concebemos o mundo que nos rodeia e nos representa. Partindo do que Judith Butler emprega sobre o conceito de “construção”, refletimos sobre os discursos construídos a respeito do corpo, sexo e gênero e a forma como a lógica binária fundamenta as relações de poder, em especial pelo gesto das imagens da fotografia e do cinema. Esta dissertação encontra-se fundamentada nas teorias pós-estruturalista, feministas, queer e com avanços à cripistemologia. Propomos um diálogo com Michel Foucault, Thomas Laqueur, Paul Preciado, Berenice Bento, Michelle Perrot, Donna Haraway, entre outras/os autoras/es a fim de explicitar como o corpo é entendido, quais são as regulamentações e normas atribuídas aos sexos e gêneros e como se constroem as visões de um mundo “feminino” e “masculino”, em que a lógica hegemônica patriarcal prevalece. Contrários aos discursos “naturais”, encontramos os corpos tocados pelo “impuro” e pelo grotesco, sejam em suas formas físicas, psicológicas, de sexualidade ou gênero – corpos abjetos que contribuem significativamente para as imagens monstruosas pensadas nesta dissertação, as quais reverberam no espetáculo do horror. Diante disso, o objetivo deste trabalho consiste em investigar os corpos que ecoam nestas imagens. Como é visto este corpo e se há um atravessamento de gênero que permanece na cultura visual proporcionada por essas imagens, uma circularidade, um pathos que continua a manter uma visão sustentada por discursos médicos, biológicos, científicos e religiosos sobre o corpo e a monstruosidade a ele atribuída? A fim de refletir sobre essas questões, propomos uma metodologia fundamentada em Jean-Jacques Courtine e o conceito de intericonicidade, bem como as contribuições de Aby Warburg recuperadas por Didi Huberman e Etienne Samain. Compreendemos as imagens pelos insights que elas suscitam em nós e em suas relações com outras imagens – na tessitura do que chamamos de pathos. Apostamos que toda imagem é, também, um discurso – um já dito, uma imagem “velha” que a mídia recupera dentro de um acontecimento “novo”. Esses objetivos são traçados junto à constelação triádica proposta por Hans Belting (corpo-imagem-mídia), em que as imagens são entendidas entre a negociação de um corpo e uma mídia. Após tensionar essas reflexões, a partir do distanciamento do olhar cisgênero-normativo que continua a firmar noções de um binarismo já instaurado (ou se é homem ou mulher), dialogamos com Gilles Deleuze e o conceito de fabulação, a fim de proporcionar uma leitura de um corpo não-binário que o cinema de horror (e outras artes, de modo geral) pouco representa e mais silencia. Encontramos na fabulação um gesto de criação de modos de existências-outras, pelas quais nos fazemos pessoas vistas e ouvidas. Assim, para além da pergunta disparadora, também apontamos para novas formas de se integrar àquilo do qual nos sentimos já parte: da vida, da natureza e das relações. Este trabalho é um esforço circular e paralelo daquilo que [não] vemos e inevitavelmente nos olha.
dc.description.resumoIn a visual culture that we are receivers and producers of images, it’s important to question what is shown, repeated, adopted, and printed to us in everyday life. From internal to external images (endogenous and exogenous), we conceive the world that surrounds and represents us. In accordance with Judith’s Butler concept of “construction”, we reflect on the constructed discourses about the body, sex and gender, and the way in which binary logic underlies power relations, specially through the gesture of images from photography and cinema. This dissertation is based on post structuralist, feminist, queer theories and advances towards cripistemology. We proposed a dialogue with Michel Foucault, Thomas Laqueur, Paul Preciado, Berenice Bento, Michelle Perrot, Donna Haraway, among other authors to explain how the body is understood, what are the regulations and norms attributed to the sexes and genders and how visions of “feminine” and “masculine” world are constructed, in which aspect the patriarchal hegemonic logic prevails. Contrary to “natural” discourses, we found bodies touched by the “impure” and the grotesque, whether in their physical, psychological, sexuality or gender forms – abject bodies that contribute significantly to the thought of monstrous images in this dissertation, which reverberate in the horror show. Therefore, the objective of this work is to investigate the bodies that echoes in these images. How is this body seen and if there is a gender crossing that remains in the visual culture provided by these images, a circularity, a pathos that maintains a vision supported by medical, biological, scientific and religious discourses about the body and the monstrosity attributed to it? In order to reflect on these questions, we proposed a methodology based on Jean-Jacques Courtine and the concept of intericonicity, as well as the contributions of Aby Warburg recovered by Didi-Huberman and Etienne Samain. We understood images through the insights raised in us and in their relationships with other images – in the composition of what we call pathos. We ensure that every image is also a discourse – an already-said, an “old” image that the media recovers within a “new” event. These objectives are outlined together with the triad proposed by Hans Belting (body-picture/image-media), in which images are understood between the negotiation of a body and a media. After these reflections, distancing from the cisgender-normative perspective that continues to set up notions of an already established binarism (either man or woman), we dialogue with Gilles Deleuze and the conception of fabulation in order to provide a reading of a non-binary body who is the least represented and most silenced by horror cinema (and other arts, in general). We find in fabulation a gesture of creating modes of other-existences, through which we become people that are seen and heard. Thus, in addition to the guiding question, we also point to new ways of integration with what we already feel part of: life, nature and relationships. This work is circular and parallel effort of what we [don’t] see and what inevitably look at us.
dc.description.sponsorshipCAPES
dc.identifier.urihttps://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/427
dc.languagePortuguês
dc.publisherUniversidade Estadual do Paraná
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.departmentUNESPAR Campus de Curitiba II – Faculdade de Artes do Paraná
dc.publisher.initialsPPG-CINEAV -UNESPAR
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo
dc.subjectImagens. Corpo. Gênero. Queer. Fabulação. Monstruosidade.
dc.subject.capesARTES
dc.titleCORPOS QUE SANGRAM ALÉM DA CISGENERIDADE: IMAGENS MONSTRUOSAS E OUTROS DISCURSOS
dc.title.alternativeBODIES THAT BLEED BEYOND CISGENDERNESS: MONSTROUS IMAGES AND OTHER DISCOURSES
dc.typeDissertação
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Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo - PPG CINEAV