DOS PALCOS ÀS TELAS, O ESPETÁCULO DA (DES)HUMANIDADE: RELAÇÃO ENTRE OS FREAK SHOWS E VÊNUS NEGRA/2010

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dc.contributor.advisorPRIORI, Cláudia
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/1391884709498230
dc.contributor.authorKRAMBECK, Isis Müller
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/7751526076203047
dc.contributor.referee1PRIORI, Cláudia
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/1391884709498230
dc.contributor.referee2WOSNIAK, Cristiane do Rocio
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/8707636250586166
dc.contributor.referee3JOHN, Valquíria Michela
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/0028569012805646
dc.date.accessioned2025-02-25T16:28:52Z
dc.date.available2025/02/25
dc.date.available2025-02-25T16:28:52Z
dc.date.issued2020/12/09
dc.description.abstractEste trabalho aborda como o controle e a representação sobre o corpo feminino são construídos ao longo do tempo, tanto pelos discursos médicoscientíficos, quanto pelas indústrias de entretenimento, sejam em tempos passados ou contemporâneos. Lançando um olhar para a história do cinema, buscamos discutir questões em torno do corpo com deficiência, problematizando como essas características foram produzidas e utilizadas para respaldar os espetáculos conhecidos como Freak Shows, os shows de horrores, assim como foram adotadas em várias produções cinematográficas, especialmente no filme Vênus Negra (2010). Temos ainda como objetivo compreender a posição e o tratamento dado ao corpo com deficiência seja pela sociedade ou pelos saberes da época, que embasavam sua diferenciação de maneira objetificada, para além das condições genéticas. Geralmente, ao corpo das mulheres com deficiência fora atribuído a condição de monstruosidade, e isso nos fez pensar e utilizar a categoria de “monstra” para melhor problematização desses atributos dispensados ao feminino. Nessa perspectiva, analisamos o longa-metragem Vênus Negra (2010) do diretor e roteirista franco-tunisino Abdellatif Kechiche, buscando compreender os discursos e representações sobre a vida e figura de Saartjie/Sarah Baartman, mulher negra, com deficiência e de origem africana (hotentote), que durante quatro anos teve seu corpo exposto a olhares europeus de maneira hipersexualizada e animalizada. Nossa análise tem como referenciais teórico-metodológicos, estudos propostos por múltiplos pensadores/as, dentre os/as quais Michel Foucault (2001;2004) e Guacira Lopes Louro (2018) para a compreensão da disciplinarização do corpo e entendimento dos conceitos normalidade/anormalidade. Para maior compreensão do feminismo negro, das interseccionalidades, da decolonialidade e da deficiência, utilizamos estudos das feministas Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2004), Angela Davis (2016), bell hooks (2013) e de Lélia Gonzalez (1982). Já na análise fílmica, nos pautamos nas propostas metodológicas da pesquisadora Manuela Penafria (2009), assim como na teoria feminista do cinema proposta pelas autoras Laura Mulvey (1983) e Elizabeth Ann Kaplan (1995), que versam sobre a análise da câmera masculina presente no filme. Desse modo, por meio da linguagem fílmica aliada a análise historiográfica de múltiplas fontes, constatamos como os discursos e representações que perpassam a imagem da protagonista no filme Vênus Negra (2010), ainda são amplamente reproduzidas em filmes, seriados e programas televisivos do século XXI – incluindo aqui o contexto brasileiro, no qual referenciamos Muniz Sodré (2002) para exemplificar o que o autor denomina de império do grotesco –, perpetuando desta forma uma visão de subalternidade descrita por Spivak (2010), de controle e dominação do corpo feminino, especialmente o da mulher negra, enquanto território de relações de poder.
dc.description.resumoThis work addresses how control and representation over the female body are built over time, both by medical-scientific discourses and by the entertainment industries, whether in the past or contemporary times. Taking a look at the history of cinema, we seek to discuss issues surrounding the disabled body, problematizing how these characteristics were produced and used to support the shows known as Freak Shows, the horror shows, as well as being adopted in several film productions, especially in the film Venus Negra (2010). We also aim to understand the position and the treatment given to the disabled body, either by society or by the knowledge of the time, which supported its differentiation in an objectified way, in addition to genetic conditions. Generally, the body of women with disabilities was attributed to the condition of monstrosity, and this made us think and use the category of “monster” to better problematize these attributes given to the female. In this perspective, we analyzed the feature film Vênus Negra (2010) by Franco-Tunisian director and screenwriter Abdellatif Kechiche, seeking to understand the speeches and representations about the life and figure of Saartjie / Sarah Baartman, a black woman, with a disability and of African origin ( Hottentot), who for four years had his body exposed to European eyes in a hypersexualized and animalized way. Our analysis has as theoretical-methodological references, studies proposed by multiple thinkers, among which Michel Foucault (2001; 2004) and Guacira Lopes Louro (2018) for understanding the disciplining of the body and understanding the concepts of normality / abnormality . For a better understanding of black feminism, intersectionality, decoloniality and disability, we used studies by feminists Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2004), Angela Davis (2016), bell hooks (2013) and Lélia Gonzalez (1982). In the film analysis, we are guided by the methodological proposals of the researcher Manuela Penafria (2009), as well as in the feminist theory of cinema proposed by the authors Laura Mulvey (1983) and Elizabeth Ann Kaplan (1995), which deal with the analysis of the present male camera in the movie. Thus, through film language combined with historiographic analysis from multiple sources, we see how the speeches and representations that permeate the image of the protagonist in the film Venus Negra (2010), are still widely reproduced in films, serials and television programs of the 21st century. - including here the Brazilian context, in which we refer to Muniz Sodré (2002) to exemplify what the author calls the empire of the grotesque -, thus perpetuating a view of subordination described by Spivak (2010), of control and domination of the female body, especially that of black women, as a territory of power relations.
dc.description.sponsorshipCAPES
dc.identifier.urihttps://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/396
dc.languagePortuguês
dc.publisherUniversidade Estadual do Paraná
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.departmentUNESPAR Campus de Curitiba II – Faculdade de Artes do Paraná
dc.publisher.initialsPPG-CINEAV -UNESPAR
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo
dc.subjectVênus Negra; Saartjie/Sarah Baartman; Freak Shows; Câmera Masculina; Anormalidade
dc.subject.capesARTES
dc.titleDOS PALCOS ÀS TELAS, O ESPETÁCULO DA (DES)HUMANIDADE: RELAÇÃO ENTRE OS FREAK SHOWS E VÊNUS NEGRA/2010
dc.typeDissertação
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