IMBRICAÇÕES ENTRE OBRAS DE ESCHER E GEOMETRIAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA À LUZ DA TEORIA ANTROPOLÓGICA DO DIDÁTICO
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Data
2025-11-17
Autores
Orientadores
Programa
PRPGEM
Título da Revista
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Por meio desta pesquisa, de abordagem qualitativa e fundamentada na Teoria Antropológica do Didático (TAD), buscou-se responder à seguinte questão: que imbricações entre obras de Maurits Cornelis Escher e Geometrias podem ser manifestadas por meio de tarefas produzidas por professores que ensinam Matemática e Arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental em um contexto de formação continuada? Escher, artista holandês do início do século XX, destacou-se por representar padrões geométricos de maneira inventiva, explorando tesselações, simetrias e transformações isométricas em obras que se tornaram emblemáticas para o diálogo entre Arte e Matemática. Para responder a tal questão, foi proposta uma formação no formato de curso de extensão intitulado Obras de Escher e Geometrias, envolvendo 34 professores da rede municipal de Campo Mourão, Paraná. Os participantes foram organizados em grupos que, após discussões sobre a biografia e a produção artística de Escher, bem como sobre os conteúdos curriculares de Geometria e Artes Visuais previstos para o 5º ano, planejaram e elaboraram tarefas. Foram escolhidas tarefas, entre as produzidas pelos professores, pela pesquisadora, para compor uma sequência didática. As tarefas que compuseram a sequência didática foram analisadas à luz da TAD. O estudo concentrou-se na identificação e classificação dos tipos de tarefas (T), possibilitando compreender como os saberes que circulavam, foram institucionalizados e ressignificados no espaço escolar. Os resultados evidenciaram que, nos primeiros encontros, os professores enfatizaram aspectos estéticos das obras de Escher, com tarefas predominantemente ligadas à apreciação visual e à reprodução artística. Progressivamente houve uma incorporação de conceitos matemáticos mais estruturados, como simetria, transformação isométrica e tesselação, que passaram a ser integrados às propostas de modo articulado com a linguagem artística. A análise mostrou que a principal transformação não esteve na elaboração de novas tarefas, mas na ressignificação das já produzidas. A TAD mostrou-se adequada como referencial analítico ao evidenciar a passagem de tarefas mais perceptivas para tarefas, na sequência didática, que mobilizam conceitos geométricos complexos, demonstrando mudanças institucionais no modo como os professores compreendem e planejam a relação entre Matemática e Arte. Concluiu-se que a obra de Escher constitui recurso pedagógico alentado para a integração entre Arte e Matemática, favorecendo a interdisciplinaridade não como sobreposição artificial, mas como prática estruturante.
Descrição
Through this qualitative research, grounded in the Anthropological Theory of the Didactic (ATD), we sought to answer the following question: What interrelations between the works of Maurits Cornelis Escher and Geometries can be manifested through tasks produced by teachers who teach Mathematics and Art in the early years of elementary school within a continuing education context? Escher, a Dutch artist from the early twentieth century, became renowned for inventively representing geometric patterns, exploring tessellations, symmetries, and isometric transformations in works that have become emblematic of the dialogue between Art and Mathematics. To address this question, a continuing education course entitled Escher’s Works and Geometries was offered as an extension program involving 34 teachers from the municipal school system of Campo Mourão, Paraná. Participants were organized into groups that, after discussions about Escher’s biography and artistic production, as well as the curricular contents of Geometry and Visual Arts for the 5th grade, planned and elaborated tasks. Among the tasks produced by the teachers, a set was selected by the researcher to compose a teaching sequence. These tasks were analyzed through the lens of ATD. The study focused on identifying and classifying the types of tasks (T), enabling an understanding of how the knowledge circulating during the course became institutionalized and re-signified within the school context. The results showed that, in the initial meetings, teachers emphasized the aesthetic aspects of Escher’s works, producing tasks predominantly linked to visual appreciation and artistic reproduction. Gradually, more structured mathematical concepts—such as symmetry, isometric transformation, and tessellation—were incorporated into the proposals in ways that were closely articulated with the artistic dimension. The analysis revealed that the main transformation did not lie in the creation of new tasks, but in the re-signification of those already produced. ATD proved to be an adequate analytical framework by revealing the shift from more perceptual tasks to tasks in the teaching sequence that mobilize complex geometric concepts, demonstrating institutional changes in how teachers understand and plan the relationship between Mathematics and Art. It is concluded that Escher’s work represents a powerful pedagogical resource for integrating Art and Mathematics, promoting interdisciplinarity not as an artificial overlap, but as a structuring practice. Keywords: Early Years; Elementary Education; Visu
Por meio desta pesquisa, de abordagem qualitativa e fundamentada na Teoria Antropológica do Didático (TAD), buscou-se responder à seguinte questão: que imbricações entre obras de Maurits Cornelis Escher e Geometrias podem ser manifestadas por meio de tarefas produzidas por professores que ensinam Matemática e Arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental em um contexto de formação continuada? Escher, artista holandês do início do século XX, destacou-se por representar padrões geométricos de maneira inventiva, explorando tesselações, simetrias e transformações isométricas em obras que se tornaram emblemáticas para o diálogo entre Arte e Matemática. Para responder a tal questão, foi proposta uma formação no formato de curso de extensão intitulado Obras de Escher e Geometrias, envolvendo 34 professores da rede municipal de Campo Mourão, Paraná. Os participantes foram organizados em grupos que, após discussões sobre a biografia e a produção artística de Escher, bem como sobre os conteúdos curriculares de Geometria e Artes Visuais previstos para o 5º ano, planejaram e elaboraram tarefas. Foram escolhidas tarefas, entre as produzidas pelos professores, pela pesquisadora, para compor uma sequência didática. As tarefas que compuseram a sequência didática foram analisadas à luz da TAD. O estudo concentrou-se na identificação e classificação dos tipos de tarefas (T), possibilitando compreender como os saberes que circulavam, foram institucionalizados e ressignificados no espaço escolar. Os resultados evidenciaram que, nos primeiros encontros, os professores enfatizaram aspectos estéticos das obras de Escher, com tarefas predominantemente ligadas à apreciação visual e à reprodução artística. Progressivamente houve uma incorporação de conceitos matemáticos mais estruturados, como simetria, transformação isométrica e tesselação, que passaram a ser integrados às propostas de modo articulado com a linguagem artística. A análise mostrou que a principal transformação não esteve na elaboração de novas tarefas, mas na ressignificação das já produzidas. A TAD mostrou-se adequada como referencial analítico ao evidenciar a passagem de tarefas mais perceptivas para tarefas, na sequência didática, que mobilizam conceitos geométricos complexos, demonstrando mudanças institucionais no modo como os professores compreendem e planejam a relação entre Matemática e Arte. Concluiu-se que a obra de Escher constitui recurso pedagógico alentado para a integração entre Arte e Matemática, favorecendo a interdisciplinaridade não como sobreposição artificial, mas como prática estruturante.
Por meio desta pesquisa, de abordagem qualitativa e fundamentada na Teoria Antropológica do Didático (TAD), buscou-se responder à seguinte questão: que imbricações entre obras de Maurits Cornelis Escher e Geometrias podem ser manifestadas por meio de tarefas produzidas por professores que ensinam Matemática e Arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental em um contexto de formação continuada? Escher, artista holandês do início do século XX, destacou-se por representar padrões geométricos de maneira inventiva, explorando tesselações, simetrias e transformações isométricas em obras que se tornaram emblemáticas para o diálogo entre Arte e Matemática. Para responder a tal questão, foi proposta uma formação no formato de curso de extensão intitulado Obras de Escher e Geometrias, envolvendo 34 professores da rede municipal de Campo Mourão, Paraná. Os participantes foram organizados em grupos que, após discussões sobre a biografia e a produção artística de Escher, bem como sobre os conteúdos curriculares de Geometria e Artes Visuais previstos para o 5º ano, planejaram e elaboraram tarefas. Foram escolhidas tarefas, entre as produzidas pelos professores, pela pesquisadora, para compor uma sequência didática. As tarefas que compuseram a sequência didática foram analisadas à luz da TAD. O estudo concentrou-se na identificação e classificação dos tipos de tarefas (T), possibilitando compreender como os saberes que circulavam, foram institucionalizados e ressignificados no espaço escolar. Os resultados evidenciaram que, nos primeiros encontros, os professores enfatizaram aspectos estéticos das obras de Escher, com tarefas predominantemente ligadas à apreciação visual e à reprodução artística. Progressivamente houve uma incorporação de conceitos matemáticos mais estruturados, como simetria, transformação isométrica e tesselação, que passaram a ser integrados às propostas de modo articulado com a linguagem artística. A análise mostrou que a principal transformação não esteve na elaboração de novas tarefas, mas na ressignificação das já produzidas. A TAD mostrou-se adequada como referencial analítico ao evidenciar a passagem de tarefas mais perceptivas para tarefas, na sequência didática, que mobilizam conceitos geométricos complexos, demonstrando mudanças institucionais no modo como os professores compreendem e planejam a relação entre Matemática e Arte. Concluiu-se que a obra de Escher constitui recurso pedagógico alentado para a integração entre Arte e Matemática, favorecendo a interdisciplinaridade não como sobreposição artificial, mas como prática estruturante.
Palavras-chave
Anos Iniciais. Ensino Fundamental. Artes Visuais. Geometria. Sequência Didática.