INFLUÊNCIA DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS NA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA NA EDUCAÇÃO INFANTIL BRASILEIRA

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2024/12/18
Programa
PPIFOR
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Esta pesquisa faz parte da linha de estudos sobre Educação, Ensino e Formação de Professores do Programa de Pós-Graduação - Mestrado Acadêmico em Ensino - Formação Docente Interdisciplinar - da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – Campus de Paranavaí. Definiu-se como objetivo de estudos analisar a introdução das avaliações em larga escala na educação infantil no Brasil a partir de 2019, considerando os contextos político, econômico e histórico-social. Compreendendo que esse contexto foi criado pelas organizações internacionais, sobretudo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), bem como a sua implementação e consolidação nas políticas educacionais do Brasil a partir dos anos 1990, que se fortaleceu neste novo século em termos globais e locais. Os rumos das políticas educacionais contemporâneas são entendidos como um movimento global planejado para atender às necessidades do capital. As constantes reformas e mudanças na educação nacional, como a Constituição Federal de 1988, a implementação do Saeb e a consolidação da BNCC (2017), introduzindo as avaliações em larga escala na educação infantil de forma amostral a partir de 2019, impulsionadas por pressupostos neoliberais e atreladas aos princípios da teoria do capital humano. A composição do texto está organizada em três segmentos: na seção dois, realizamos um panorama sobre o desenvolvimento e o percurso histórico da Educação Infantil no Brasil, a partir do contexto socioeconômico e político do século XXI. Na seção três, são abordadas as influências que os organismos internacionais e as políticas mundiais exercem na infância do século XXI, sobretudo a OCDE, a partir dos estudos sobre as questões da Aprendizagem precoce. Na seção quatro, apresenta-se um discurso analítico para elucidar a maneira pela qual as avaliações em larga escala foram introduzidas no Brasil, particularmente a partir dos anos 2000, período no qual o Brasil se alinhou estreitamente com a OCDE, aderindo ao PISA. Posteriormente, em 2019, aderiu ao Baby Pisa de forma amostral, materializando os postulados do PNE de 2014/2024, em consonância com a BNCC, possibilitando o avanço exponencial do Estado Avaliador. Os resultados da pesquisa demonstram que as avaliações em larga escala na educação infantil revelam as verdadeiras intenções subjacentes às políticas públicas educacionais, assim como também o poder de indução dos organismos internacionais, sobretudo da OCDE, consolidando-se como um instrumento de regulação e de controle educacional desde a mais tenra idade da criança. Essa organização propõe uma educação subserviente que visa à produtividade máxima, de forma que contribuía para a acumulação do capital, visando a manter as relações sociais hegemônicas vigentes em detrimento de uma formação desenvolvente da criança, enquanto sujeito histórico-social. Considera-se, assim, que a introdução da avaliação em larga escala na educação infantil é a materialização do Estado avaliador, quando as políticas educacionais nacionais alinham-se com as globais, seguindo as condicionalidades da OCDE para os países periféricos, a fim de perpetuar a educação infantil como investimento futuro, visando ao desenvolvimento e à ascensão do sistema econômico e à acumulação do capital mundial.
Descrição
Palavras-chave
Políticas Públicas Educacionais; Educação Infantil; Organismos Internacionais; Avaliação em larga escala.
Citação