Práticas musicais criativas propostas por George Self no livro New Sounds in Class
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Data
2024-11-08
Autores
Orientadores
Programa
PPGMUS
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Este estudo teve por objetivo buscar compreender, por meio da observação e análise, a recepção de práticas musicais criativas — propostas pelo compositor inglês George Self em seu livro New Sounds in Class — de um grupo de jovens músicos de uma banda escola da cidade de Ponta Grossa, PR. Apoiou-se em autores da pedagogia musical ativa que viram na linguagem da música contemporânea aportes para uma educação musical baseada mais na vivência do que no treinamento de leitura de partituras e domínio técnico instrumental, por meio da escuta, exploração sonora, valorização do som e do silêncio, improvisação e composição. Compreende-se pelo termo “música contemporânea”, neste contexto, um modo novo de olhar, um pensar novo, com respeito à exploração sonora, à performance e às práticas criativas. George Self e seus contemporâneos (meados do século XX) estavam alinhados à proposta de proporcionar ao estudante novas experiências em música a partir dos aportes da linguagem da música contemporânea. Pesquisa de natureza qualitativa, realizada pelo método da pesquisa-ação, mediante observação participante. Foram sujeitos deste estudo oito estudantes de música entre 14 e 23 anos que, durante quatro encontros, executaram exercícios na linguagem da música contemporânea, improvisaram e compuseram. Os dados foram registrados em áudio e vídeo — performances e rodas de conversa —, partituras produzidas pelos participantes e diário do observador. Para analisar os significados, pautamo-nos no método cartográfico e o conceito de rizoma sob o eixo performance e composição, de onde emergiram assuntos — “ramos menores” — que puderam contribuir para a elucidação de teorias, práticas e reações dos sujeitos durante a pesquisa. Pela análise foi possível observar um ganho na perspectiva e experiência musical desses jovens. Por terem formação musical assentada no método tradicional, viu-se produção de música na linguagem tradicional — familiar a eles — por meio da vivência no processo criativo. Ao mesmo tempo, essas práticas criativas trouxeram-lhes experiências inéditas e perspectivas inovadoras sobre música e sua prática, mostrando que o processo criativo transita pelas linguagens musicais. Além do que, pode-se dizer que o rizoma de práticas - improvisação e composição - tenha aberto caminhos para além do contexto exclusivamente musical: perceberem-se seres únicos, com momentos únicos, de criação própria, autônomos, podendo, dessa forma, aplicar essa experiência também nas relações interpessoais, nas tomadas de decisão nos enfrentamentos do dia a dia, quer individual como coletivamente. Constatou-se também que, embora haja número considerável de publicações sobre o tema, ainda há lacunas entre a percepção do mérito das práticas criativas e sua efetivação — evidenciado nesta pesquisa!
Descrição
This study aimed to understand, through observation and analysis, the reception of creative musical practices — proposed by the English composer George Self in his book New Sounds in Class — by a group of young musicians from a school band in Ponta Grossa, Paraná, Brazil. The study draws on authors of active music pedagogy who viewed contemporary music as a foundation for a music education focused more on experiential engagement than on training in score reading and instrumental technical mastery. This approach emphasizes listening, sound exploration, the appreciation of sound and silence, improvisation, and composition. In this context, "contemporary music" refers to a new way of thinking and perceiving music, particularly regarding sound exploration, performance, and creative practices. George Self and his contemporaries (mid-20th century) were aligned with the goal of offering students new musical experiences based on the principles of contemporary music. This qualitative research was conducted using the action-research method, involving participant observation. The study participants consisted of eight music students aged 14 to 23, who, over four sessions, performed exercises in contemporary music, engaged in improvisation, and composed music. Data were collected through audio and video recordings of performances and group discussions, scores produced by the participants, and the researcher’s observational journal. To analyze the meanings, the study employed the cartographic method and the concept of the rhizome, focusing on performance and composition, from which topics — "minor branches" — emerged to elucidate theories, practices, and participants’ reactionsthroughout the research. The analysis revealed an enrichment of the musical perspectives and experiences of these young musicians. On one hand, due to their traditional music training, they created music within the familiar framework of traditional language through their involvement in the creative process. At the same time, these creative practices introduced them to novel experiences and innovative perspectives on music and its practice, demonstrating that the creative process traverses various musical languages. Furthermore, it can be argued that the rhizome of practices — improvisation and composition — opened pathways beyond the strictly musical context. Participants recognized themselves as unique individuals, capable of autonomous creation, and were able to apply these experiences to interpersonal relationships and decision-making in their daily lives, both individually and collectively. The study also noted that, despite a considerable body of publications on the topic, there are still gaps between the recognition of the value of creative practices and their implementation — as evidenced in this research!
Este estudo teve por objetivo buscar compreender, por meio da observação e análise, a recepção de práticas musicais criativas — propostas pelo compositor inglês George Self em seu livro New Sounds in Class — de um grupo de jovens músicos de uma banda escola da cidade de Ponta Grossa, PR. Apoiou-se em autores da pedagogia musical ativa que viram na linguagem da música contemporânea aportes para uma educação musical baseada mais na vivência do que no treinamento de leitura de partituras e domínio técnico instrumental, por meio da escuta, exploração sonora, valorização do som e do silêncio, improvisação e composição. Compreende-se pelo termo “música contemporânea”, neste contexto, um modo novo de olhar, um pensar novo, com respeito à exploração sonora, à performance e às práticas criativas. George Self e seus contemporâneos (meados do século XX) estavam alinhados à proposta de proporcionar ao estudante novas experiências em música a partir dos aportes da linguagem da música contemporânea. Pesquisa de natureza qualitativa, realizada pelo método da pesquisa-ação, mediante observação participante. Foram sujeitos deste estudo oito estudantes de música entre 14 e 23 anos que, durante quatro encontros, executaram exercícios na linguagem da música contemporânea, improvisaram e compuseram. Os dados foram registrados em áudio e vídeo — performances e rodas de conversa —, partituras produzidas pelos participantes e diário do observador. Para analisar os significados, pautamo-nos no método cartográfico e o conceito de rizoma sob o eixo performance e composição, de onde emergiram assuntos — “ramos menores” — que puderam contribuir para a elucidação de teorias, práticas e reações dos sujeitos durante a pesquisa. Pela análise foi possível observar um ganho na perspectiva e experiência musical desses jovens. Por terem formação musical assentada no método tradicional, viu-se produção de música na linguagem tradicional — familiar a eles — por meio da vivência no processo criativo. Ao mesmo tempo, essas práticas criativas trouxeram-lhes experiências inéditas e perspectivas inovadoras sobre música e sua prática, mostrando que o processo criativo transita pelas linguagens musicais. Além do que, pode-se dizer que o rizoma de práticas - improvisação e composição - tenha aberto caminhos para além do contexto exclusivamente musical: perceberem-se seres únicos, com momentos únicos, de criação própria, autônomos, podendo, dessa forma, aplicar essa experiência também nas relações interpessoais, nas tomadas de decisão nos enfrentamentos do dia a dia, quer individual como coletivamente. Constatou-se também que, embora haja número considerável de publicações sobre o tema, ainda há lacunas entre a percepção do mérito das práticas criativas e sua efetivação — evidenciado nesta pesquisa!
Este estudo teve por objetivo buscar compreender, por meio da observação e análise, a recepção de práticas musicais criativas — propostas pelo compositor inglês George Self em seu livro New Sounds in Class — de um grupo de jovens músicos de uma banda escola da cidade de Ponta Grossa, PR. Apoiou-se em autores da pedagogia musical ativa que viram na linguagem da música contemporânea aportes para uma educação musical baseada mais na vivência do que no treinamento de leitura de partituras e domínio técnico instrumental, por meio da escuta, exploração sonora, valorização do som e do silêncio, improvisação e composição. Compreende-se pelo termo “música contemporânea”, neste contexto, um modo novo de olhar, um pensar novo, com respeito à exploração sonora, à performance e às práticas criativas. George Self e seus contemporâneos (meados do século XX) estavam alinhados à proposta de proporcionar ao estudante novas experiências em música a partir dos aportes da linguagem da música contemporânea. Pesquisa de natureza qualitativa, realizada pelo método da pesquisa-ação, mediante observação participante. Foram sujeitos deste estudo oito estudantes de música entre 14 e 23 anos que, durante quatro encontros, executaram exercícios na linguagem da música contemporânea, improvisaram e compuseram. Os dados foram registrados em áudio e vídeo — performances e rodas de conversa —, partituras produzidas pelos participantes e diário do observador. Para analisar os significados, pautamo-nos no método cartográfico e o conceito de rizoma sob o eixo performance e composição, de onde emergiram assuntos — “ramos menores” — que puderam contribuir para a elucidação de teorias, práticas e reações dos sujeitos durante a pesquisa. Pela análise foi possível observar um ganho na perspectiva e experiência musical desses jovens. Por terem formação musical assentada no método tradicional, viu-se produção de música na linguagem tradicional — familiar a eles — por meio da vivência no processo criativo. Ao mesmo tempo, essas práticas criativas trouxeram-lhes experiências inéditas e perspectivas inovadoras sobre música e sua prática, mostrando que o processo criativo transita pelas linguagens musicais. Além do que, pode-se dizer que o rizoma de práticas - improvisação e composição - tenha aberto caminhos para além do contexto exclusivamente musical: perceberem-se seres únicos, com momentos únicos, de criação própria, autônomos, podendo, dessa forma, aplicar essa experiência também nas relações interpessoais, nas tomadas de decisão nos enfrentamentos do dia a dia, quer individual como coletivamente. Constatou-se também que, embora haja número considerável de publicações sobre o tema, ainda há lacunas entre a percepção do mérito das práticas criativas e sua efetivação — evidenciado nesta pesquisa!
Palavras-chave
George Self, Práticas criativas em educação musical, Música contemporânea