CONFIGURAÇÃO SUBJETIVA DA AÇÃO DOCENTE DE UMA PROFESSORA DE MATEMÁTICA

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Data
2025-07-02
Programa
PRPGEM
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como objetivo compreender as expressões de sentido subjetivo por meio da configuração subjetiva da ação de uma professora de matemática da rede estadual paranaense, em relação às suas ações desenvolvidas em uma turma do 8o ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual de Campo Mourão - PR. A participante da pesquisa foi uma professora de matemática, que na ocasião lecionava nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, vinculada ao Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão - PR. A produção dos dados ocorreu por meio da técnica de autoscopia, que combinou videogravações de aulas ministradas pela professora com sessões de análise e reflexão em que ela revisitou suas ações. Notas de campo e entrevistas semiestruturadas também foram utilizadas como estratégias auxiliares de produção de dados. Ao todo, foram registradas em vídeo 12 aulas, organizadas em 6 gravações. As gravações foram organizadas com base em categorias de ação docente previamente definidas. A partir dessa organização, foram selecionados blocos de cenas para compor as sessões de autoscopia. Nessas sessões, a professora assistiu aos trechos selecionados e compartilhou suas reflexões, que foram aprofundadas por meio de entrevistas semiestruturadas, com o objetivo de favorecer a análise e a compreensão das ações docentes em sala de aula. A análise dos dados baseou-se nos movimentos da Análise Textual Discursiva (ATD), e o corpus da pesquisa foi composto pelas transcrições das falas da professora ao observar as cenas e de suas respostas nas entrevistas. As 10 categorias de ação docente relacionadas aos blocos de edição orientaram a constituição do corpus da pesquisa e, por isso, foram adotadas como categorias a priori. Essas categorias, que foram devidamente descritas, são: Atribuição de funções para alguns alunos; Chamada à ordem/repreensão; Correção verbal; Correção dos exercícios no quadro; Elogio; Explicação; Relações interpessoais; Punição; Supervisão/correção dos exercícios; e Utilização de tecnologias para o ensino. A partir da articulação entre os excertos produzidos nas sessões de autoscopia e os referenciais teóricos que fundamentam este estudo, estruturou-se a configuração subjetiva da ação docente da professora Clarice. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a configuração subjetiva da ação docente de Clarice é marcada por múltiplos sentidos subjetivos, produzidos na articulação entre suas experiências como aluna e como professora, e reorganizados continuamente em sua prática. Os dados analisados indicam que sua ação docente é atravessada por afetos, pela percepção da dinâmica de cada turma e pela subjetividade social da escola. A subjetividade docente de Clarice constitui-se como um processo relacional e dinâmico, permeado por conflitos e transformações, evidenciando que ela se reconhece como sujeito de sua ação, capaz de ressignificar suas práticas e ampliar sua compreensão sobre si mesma, seus alunos e o contexto escolar em que atua.
Descrição
This qualitative research aimed to understand the expressions of subjective meaning through the subjective configuration of the actions of a mathematics teacher from the state education network of Paraná, in relation to her practices with an 8th-grade class in a public school in Campo Mourão, Paraná, Brazil. The participant was a mathematics teacher who, at the time of the study, taught in both the final years of elementary school and high school, and was affiliated with the Regional Center for Education of Campo Mourão. Data collection was carried out using the technique of autoscopy, which combined video recordings of the teacher’s lessons with analysis and reflection sessions in which she revisited her actions. Field notes and semi-structured interviews were also used as complementary data collection strategies. In total, 12 lessons were recorded and organized into six video recordings. These recordings were organized based on previously defined categories of teaching actions. From this organization, scene blocks were selected to compose the autoscopy sessions. During these sessions, the teacher watched selected scenes and shared her reflections, which were further explored through semi-structured interviews to support the analysis and understanding of her classroom actions. The data were analyzed using the procedures of Discursive Textual Analysis (DTA), and the research corpus was composed of transcripts of the teacher’s comments as she watched the scenes and her responses during the interviews. The ten teaching action categories related to the edited scene blocks guided the formation of the research corpus and were adopted as a priori categories. These categories, which were duly described, are: Assignment of responsibilities to some students; Call to order/reprimand; Verbal correction; Correction of exercises on the board; Praise; Explanation; Interpersonal relationships; Punishment; Supervision/correction of student work; and Use of technologies for teaching. From the articulation between the excerpts produced in the autoscopy sessions and the theoretical framework that underpins this study, the subjective configuration of Clarice’s teaching actions was constructed. The results revealed that her subjective configuration is shaped by multiple subjective meanings, produced through the interplay between her past experiences as a student and her present experiences as a teacher, and continuously reorganized in practice. The analysis indicated that her teaching actions are deeply affected by emotions, by her perceptions of each class’s dynamics, and by the school’s social subjectivity. Clarice’s teaching subjectivity emerges as a relational and dynamic process, marked by tensions and transformations, showing that she perceives herself as the subject of her actions, capable of reinterpreting her practices and expanding her understanding of herself, her students, and the school context in which she works.
Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como objetivo compreender as expressões de sentido subjetivo por meio da configuração subjetiva da ação de uma professora de matemática da rede estadual paranaense, em relação às suas ações desenvolvidas em uma turma do 8o ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual de Campo Mourão - PR. A participante da pesquisa foi uma professora de matemática, que na ocasião lecionava nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, vinculada ao Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão - PR. A produção dos dados ocorreu por meio da técnica de autoscopia, que combinou videogravações de aulas ministradas pela professora com sessões de análise e reflexão em que ela revisitou suas ações. Notas de campo e entrevistas semiestruturadas também foram utilizadas como estratégias auxiliares de produção de dados. Ao todo, foram registradas em vídeo 12 aulas, organizadas em 6 gravações. As gravações foram organizadas com base em categorias de ação docente previamente definidas. A partir dessa organização, foram selecionados blocos de cenas para compor as sessões de autoscopia. Nessas sessões, a professora assistiu aos trechos selecionados e compartilhou suas reflexões, que foram aprofundadas por meio de entrevistas semiestruturadas, com o objetivo de favorecer a análise e a compreensão das ações docentes em sala de aula. A análise dos dados baseou-se nos movimentos da Análise Textual Discursiva (ATD), e o corpus da pesquisa foi composto pelas transcrições das falas da professora ao observar as cenas e de suas respostas nas entrevistas. As 10 categorias de ação docente relacionadas aos blocos de edição orientaram a constituição do corpus da pesquisa e, por isso, foram adotadas como categorias a priori. Essas categorias, que foram devidamente descritas, são: Atribuição de funções para alguns alunos; Chamada à ordem/repreensão; Correção verbal; Correção dos exercícios no quadro; Elogio; Explicação; Relações interpessoais; Punição; Supervisão/correção dos exercícios; e Utilização de tecnologias para o ensino. A partir da articulação entre os excertos produzidos nas sessões de autoscopia e os referenciais teóricos que fundamentam este estudo, estruturou-se a configuração subjetiva da ação docente da professora Clarice. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a configuração subjetiva da ação docente de Clarice é marcada por múltiplos sentidos subjetivos, produzidos na articulação entre suas experiências como aluna e como professora, e reorganizados continuamente em sua prática. Os dados analisados indicam que sua ação docente é atravessada por afetos, pela percepção da dinâmica de cada turma e pela subjetividade social da escola. A subjetividade docente de Clarice constitui-se como um processo relacional e dinâmico, permeado por conflitos e transformações, evidenciando que ela se reconhece como sujeito de sua ação, capaz de ressignificar suas práticas e ampliar sua compreensão sobre si mesma, seus alunos e o contexto escolar em que atua.
Palavras-chave
Relação com o saber; Sentido subjetivo; Subjetividade; Ensino de matemática; Autoscopia.
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