ENTRE A MILONGA E A SALA DE AULA, O TANGO CAMPO SOCIAL
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Data
2021-08-15
Autores
Orientadores
Programa
PPGARTES
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Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Esta dissertação tem como objeto discutir o tango pelo viés do conceito de Campo Social, conforme definido por Pierre Bourdieu. Objetiva compreender aspectos que fundamentam a estruturação social e cultural desta dança para analisar e verificar a hipótese de que esta relação entre os subcampos de prática social da milonga/baile e o das salas de aula, onde se ensinam o tango, ao mesmo tempo em que mantém protocolos e regras de comportamento para se dançar a dois, podem também ser disparadores de transformação de disposições e habitus, podendo ter o subcampo do ensino, uma influência maior de transformação do que o dos bailes. Entende-se que algumas disposições refletem padrões patriarcais e heteronormativos, que operam por vezes como violências simbólicas, excluindo e reduzindo outras possibilidades de entendimento sobre como podem se relacionar nesta dança, os distintos gêneros que dançam em pares. Para atestar a hipótese, foi realizada uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas destinadas a quatro artistas que apresentam perspectivas críticas e reflexivas sobre o ensino e a prática do tango, no que concerne ao binarismo e a heteronormatividade, sediados em diferentes países, nos quais se replicam e se transformam disposições sobre o tango, ao longo do tempo. Problematiza-se como determinado habitus perpetua-se em modelos de ensino, que não contribuem para a transformação das práticas e tampouco para a ampliação do acesso e do acolhimento das diferenças individuais, seja nas milongas ou nas salas de aula. Para essa discussão, a metodologia abrange uma revisão bibliográfica que inclui autores como Bourdieu e Setton para fundamentar a articulação do tango com conceitos como Campo e Habitus, e autores como Liska e Cáceres para contextos históricos do tango. Conclui-se que: a presença e iniciativas, que não as hegemônicas, nos espaços em diálogo com o espaço da milonga, provocam tensões e possíveis mudanças no campo, que já ocorrem, visto como exemplo o movimento do Tango Queer, presente no campo do tango.
Descrição
Esta disertación tiene como objetivo discutir la danza del tango desde la perspectiva del concepto de campo social, tal como lo define Pierre Bourdieu. Se busca comprender aspectos que subyacen a la estructura social y cultural de este baile para analizar y verificar la hipótesis de que esta relación entre los subcampos de práctica social de la milonga/baile y el de las clases donde se enseña el tango, manteniendo protocolos y reglas de comportamiento para bailar juntos también pueden ser desencadenantes de la transformación de disposiciones y habitus, y el subcampo de la enseñanza puede tener una mayor influencia de transformación que el de los bailes. Se entiende que algunas disposiciones reflejan patrones patriarcales y heteronormativos que en ocasiones operan como violencia simbólica, excluyendo y reduciendo otras posibilidades de comprensión sobre cómo los diferentes géneros que bailan en parejas pueden relacionarse con esta danza. Para confirmar la hipótesis, se realizó una investigación de campo cualitativa, a través de entrevistas semiestructuradas dirigidas a cuatro artistas que presentan perspectivas críticas y reflexivas sobre la enseñanza y práctica del tango en torno al binarismo y la heteronormatividad, con base en diferentes países, en los cuales disposiciones sobre el tango se replican y transforman a lo largo del tiempo. Se discute cómo un determinado habitus se perpetúa en modelos de enseñanza que no contribuyen a la transformación de prácticas y tampoco a la ampliación del acceso y aceptación de las diferencias individuales, ya sea en milongas o aulas. Para esta discusión, la metodología engloba una revisión de la literatura que incluye autores como Bordieu y Setton para apoyar la articulación del tango con conceptos como Campo y Habitus, y autores como Liska y Cáceres para contextos históricos del tango. Se concluye que la presencia e iniciativas que no son hegemónicas en espacios en diálogo con el espacio de la milonga provocan tensiones y posibles cambios en el campo que ya ocurren, visto como ejemplo el movimiento del Tango Queer presente en el campo del tango.
Esta dissertação tem como objeto discutir o tango pelo viés do conceito de Campo Social, conforme definido por Pierre Bourdieu. Objetiva compreender aspectos que fundamentam a estruturação social e cultural desta dança para analisar e verificar a hipótese de que esta relação entre os subcampos de prática social da milonga/baile e o das salas de aula, onde se ensinam o tango, ao mesmo tempo em que mantém protocolos e regras de comportamento para se dançar a dois, podem também ser disparadores de transformação de disposições e habitus, podendo ter o subcampo do ensino, uma influência maior de transformação do que o dos bailes. Entende-se que algumas disposições refletem padrões patriarcais e heteronormativos, que operam por vezes como violências simbólicas, excluindo e reduzindo outras possibilidades de entendimento sobre como podem se relacionar nesta dança, os distintos gêneros que dançam em pares. Para atestar a hipótese, foi realizada uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas destinadas a quatro artistas que apresentam perspectivas críticas e reflexivas sobre o ensino e a prática do tango, no que concerne ao binarismo e a heteronormatividade, sediados em diferentes países, nos quais se replicam e se transformam disposições sobre o tango, ao longo do tempo. Problematiza-se como determinado habitus perpetua-se em modelos de ensino, que não contribuem para a transformação das práticas e tampouco para a ampliação do acesso e do acolhimento das diferenças individuais, seja nas milongas ou nas salas de aula. Para essa discussão, a metodologia abrange uma revisão bibliográfica que inclui autores como Bourdieu e Setton para fundamentar a articulação do tango com conceitos como Campo e Habitus, e autores como Liska e Cáceres para contextos históricos do tango. Conclui-se que: a presença e iniciativas, que não as hegemônicas, nos espaços em diálogo com o espaço da milonga, provocam tensões e possíveis mudanças no campo, que já ocorrem, visto como exemplo o movimento do Tango Queer, presente no campo do tango.
Esta dissertação tem como objeto discutir o tango pelo viés do conceito de Campo Social, conforme definido por Pierre Bourdieu. Objetiva compreender aspectos que fundamentam a estruturação social e cultural desta dança para analisar e verificar a hipótese de que esta relação entre os subcampos de prática social da milonga/baile e o das salas de aula, onde se ensinam o tango, ao mesmo tempo em que mantém protocolos e regras de comportamento para se dançar a dois, podem também ser disparadores de transformação de disposições e habitus, podendo ter o subcampo do ensino, uma influência maior de transformação do que o dos bailes. Entende-se que algumas disposições refletem padrões patriarcais e heteronormativos, que operam por vezes como violências simbólicas, excluindo e reduzindo outras possibilidades de entendimento sobre como podem se relacionar nesta dança, os distintos gêneros que dançam em pares. Para atestar a hipótese, foi realizada uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas destinadas a quatro artistas que apresentam perspectivas críticas e reflexivas sobre o ensino e a prática do tango, no que concerne ao binarismo e a heteronormatividade, sediados em diferentes países, nos quais se replicam e se transformam disposições sobre o tango, ao longo do tempo. Problematiza-se como determinado habitus perpetua-se em modelos de ensino, que não contribuem para a transformação das práticas e tampouco para a ampliação do acesso e do acolhimento das diferenças individuais, seja nas milongas ou nas salas de aula. Para essa discussão, a metodologia abrange uma revisão bibliográfica que inclui autores como Bourdieu e Setton para fundamentar a articulação do tango com conceitos como Campo e Habitus, e autores como Liska e Cáceres para contextos históricos do tango. Conclui-se que: a presença e iniciativas, que não as hegemônicas, nos espaços em diálogo com o espaço da milonga, provocam tensões e possíveis mudanças no campo, que já ocorrem, visto como exemplo o movimento do Tango Queer, presente no campo do tango.
Palavras-chave
Tango. Dança de Salão. Ensino da Dança. Campo Social. Habitus. Patriarcado.