VISITA GUIADA: PROCEDIMENTOS DE ESCUTA PERFORMATIVA DE SI EM PROCESSOS DE CRIAÇÃO-APRENDIZAGEM EM DANÇA
Nenhuma Miniatura disponível
Arquivos
Data
2021-04-30
Orientadores
Programa
PPGARTES
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
Este estudo emerge de experiências de realização e atualização da performance de dança Visita Guiada, ao longo de nove anos, com pessoas de diferentes nacionalidades e contextos sociais, incluindo artistas/dançarinos(as) que fazem parte das companhias profissionais de dança brasileiras Balé Teatro Guaíra, Cia. Mario Nascimento e Curitiba Cia. de Dança; pessoas em situação de vulnerabilidade, entre elas, dançarinos(as) com deficiência; crianças em situação de extrema pobreza; crianças e adolescentes em situação de refúgio no Brasil, Haiti e Grécia e, mais recentemente, artistas independentes em situação de distanciamento social em razão da pandemia de COVID-19. Por meio do método cartográfico (DELEUZE; GUATTARI, 1995), o estudo relacionou a feitura da performance nesses diferentes ambientes para reconhecer, mapear e sistematizar modos de organização dos fazeres, a fim de investigar uma possível mediação educacional performativa no/pelo fazer da obra. A pesquisa articula o processo de criação-aprendizagem de uma performance de dança como prática de reconhecimento e reinvenção de si. Concilia a experiência construída para aproximar os verbos criar e aprender ao assumir que o processo artístico pode ser, em si, um processo de ensino-aprendizagem. Para tal, apropria-se da noção de vontade performativa, proposta por Eleonora Fabião, dos conceitos de afeto, na abordagem de Gilles Deleuze e Felix Guattari, e de alteridade, em diálogo com Christine Grainer, tecendo possíveis fricções com a interdependência dos processos de criação e aprendizagem. A experiência de investigação de estratégias de mediação da performance Visita Guiada possibilitou o desenvolvimento de um procedimento de evocação de memórias e invenção de realidades, no contexto das subjetividades do encontro do(a) artista/pessoa consigo mesmo(a) e com o ambiente, denominado de escuta performativa de si. A sistematização do procedimento permitiu o reconhecimento de pistas provocativas de estados de corpo que emergem do fazer da performance e consideram a centralidade da escuta das pessoas e dos contextos, em suas diferenças, em interdependência com o entendimento de criação como potência de aprendizagem dos corpos em mediação educacional performativa.
Descrição
Palavras-chave
Criação. Aprendizagem. Corpo. Dança. Performance.