Do velho ao Novo Cangaço: cenas públicas do crime organizado (2015-2024)

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2025-03-20
Programa
PPGHP
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual do Paraná
Resumo
presente investigação propõe-se a analisar uma modalidade emergente e complexa de assaltos a instituições financeiras e empresas de transporte de valores no Brasil, que, a partir de 2015, consoli-dou-se no léxico popular, policial e jornalístico como "Novo Cangaço". Percebido como uma afronta à soberania estatal, tal fenômeno é caracterizado pela atuação de grupos criminosos que empregam veí-culos blindados, artefatos explosivos e armamentos de alto poder bélico e de uso restrito, efetuam a tomada de reféns e o ataque coordenado a pontos estratégicos do espaço público. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é estabelecer um processo reflexivo acerca do fenômeno histórico do "antigo cangaço" em contraponto ao "Novo Cangaço" da criminalidade contemporânea. Esta análise não se desenvolverá sob uma ótica meramente comparativa, mas sim através de uma análise dos textos jorna-lísticos produzidos sobre o assunto, com o intuito de evidenciar, em cada recorte noticioso ou frame imagético, a reconfiguração do espaço público como palco para a perpetração delituosa. Adicional-mente, pretende-se estabelecer um campo de discussão em torno dos elementos que conferem "novi-dade" a esta modalidade criminosa, explorando as aproximações e os distanciamentos em relação ao cangaço histórico. Serão igualmente abordadas as distinções conceituais entre os termos como "Novo Cangaço", "Cangaço Noturno" e "Domínio de Cidades", frequentemente empregados para designar ações similares. Por fim, propõe-se uma reflexão sobre a intersecção entre a História Pública e a Segu-rança Pública, buscando delinear um caminho para uma história construída com o público. Tal abor-dagem visa identificar as principais ameaças à segurança pública e, consequentemente, subsidiar a formulação de estratégias de enfrentamento mais eficazes.
Descrição
This research aims to analyze an emerging and complex modality of robberies targeting financial institutions and armored transport companies in Brazil, which, since 2015, has become consolidated in popular, police, and journalistic lexicons as the “New Cangaço.” Perceived as a challenge to state sovereignty, this phenomenon is characterized by the actions of criminal groups employing armored vehicles, explosive devices, and high-powered and restricted firearms, taking hostages and carrying out coordinated attacks on strategic points of public space. In this context, the objective of this study is to establish a reflective process concerning the historical phenomenon of the "old cangaço" in con-trast to the "New Cangaço" of contemporary criminality. This analysis will not be conducted through a merely comparative lens but rather through a careful examination of journalistic texts produced on the subject, aiming to highlight, in each news excerpt or visual frame, the reconfiguration of public space as a stage for criminal acts. Additionally, the research seeks to develop a field of discussion around the elements that confer "newness" to this criminal modality, exploring its connections and divergences in relation to historical cangaço. Conceptual distinctions between the terms “New Can-gaço,” “Night Cangaço,” and “City Domination,” often used to describe similar actions, will also be addressed. Finally, the study proposes a reflection on the intersection between Public History and Public Security, seeking to outline a path for a history constructed with and for the public. This ap-proach aims to identify the main threats to public security and, consequently, to support the formu-lation of more effective response strategies.
presente investigação propõe-se a analisar uma modalidade emergente e complexa de assaltos a instituições financeiras e empresas de transporte de valores no Brasil, que, a partir de 2015, consoli-dou-se no léxico popular, policial e jornalístico como "Novo Cangaço". Percebido como uma afronta à soberania estatal, tal fenômeno é caracterizado pela atuação de grupos criminosos que empregam veí-culos blindados, artefatos explosivos e armamentos de alto poder bélico e de uso restrito, efetuam a tomada de reféns e o ataque coordenado a pontos estratégicos do espaço público. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é estabelecer um processo reflexivo acerca do fenômeno histórico do "antigo cangaço" em contraponto ao "Novo Cangaço" da criminalidade contemporânea. Esta análise não se desenvolverá sob uma ótica meramente comparativa, mas sim através de uma análise dos textos jorna-lísticos produzidos sobre o assunto, com o intuito de evidenciar, em cada recorte noticioso ou frame imagético, a reconfiguração do espaço público como palco para a perpetração delituosa. Adicional-mente, pretende-se estabelecer um campo de discussão em torno dos elementos que conferem "novi-dade" a esta modalidade criminosa, explorando as aproximações e os distanciamentos em relação ao cangaço histórico. Serão igualmente abordadas as distinções conceituais entre os termos como "Novo Cangaço", "Cangaço Noturno" e "Domínio de Cidades", frequentemente empregados para designar ações similares. Por fim, propõe-se uma reflexão sobre a intersecção entre a História Pública e a Segu-rança Pública, buscando delinear um caminho para uma história construída com o público. Tal abor-dagem visa identificar as principais ameaças à segurança pública e, consequentemente, subsidiar a formulação de estratégias de enfrentamento mais eficazes.
Palavras-chave
Novo Cangaço. Crime organizado. História Pública.
Citação
Link de Material Relacionado