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Item A REALIDADE CRIATIVA NAS OBRAS DA CINEASTA MAYA DEREN: CONCEITOS TEÓRICOS E ANÁLISES FÍLMICAS(Universidade Estadual do Paraná, 2022/07/22) FERRO, Fernanda Ianoski; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/6766812526349058; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; PEREIRA, Ana Catarina dos SantosMaya Deren (1917 – 1961) foi uma cineasta e teórica profícua em relação ao cinema. Ao longo de sua breve vida, escreveu mais de vinte textos teóricos, abordando os aspectos gerais da linguagem cinematográfica e seu próprio processo criativo. Dentre os conceitos abordados por Deren, destaque-se o uso de uma realidade criativa, tanto nas apresentações textuais quanto nos seus próprios filmes. O corpus dessa pesquisa são os dois primeiros curta metragens da cineasta: Meshes of the Afternoon (1943) e At Land (1944), além dos conceitos sobre realidade e criatividade, presentes na maioria dos seus textos, compilados por Carolina Martínez no livro El universo dereniano: textos fundamentales de la cineasta Maya Deren (2015). Para trazer o pensamento dereniano ao cerne dessa pesquisa, parto da abordagem metodológica da Teoria de Cineastas, que busca trazer o pensamento de cineastas ao centro das discussões sobre cinema, e para isso, parte-se de suas fontes primárias: textos, entrevistas, roteiros etc., bem como suas obras audiovisuais. Dentro dessa abordagem, trago textos de autoria de Manuela Penafria, Eduardo Baggio e Bruno Leites - entre outros - atuantes na SOCINE - Sociedade Brasileira de Pesquisa em Cinema e Audiovisual, com o Seminário Temático Teoria de Cineastas, desde 2016. Mostrou-se evidente, ao longo da trajetória de pesquisa, que Deren mantém-se constante em relação aos conceitos que ela propõe sobre cinema, reafirmando-os a cada novo texto. Para ela, o cinema deve afastar-se de outras formas artísticas há muito definidas (como a pintura, o teatro e a literatura) e explorar os recursos próprios do seu meio. Sobre a realidade criativa, configura-se, para Deren, em uma forma de cinema que busca não a representação do mundo, mas a sua transformação através de elementos próprios ao meio cinematográfico, como a montagem, que assume um papel de grande relevância em suas obras. Nos filmes derenianos, fica evidente uma luta pela dissolução das linhas espaço temporais de uma narrativa clássica, trazendo ao ecrã uma abordagem criativa, onde os espaços estão fora de uma ordem lógica – como em At Land, onde a protagonista está na praia, logo depois entra em um espaço fechado de reuniões e novamente volta-se à praia: uma geografia impossível, mas que mostra uma característica própria do cinema: ligar espaços e planos aparentemente desconexos da realidade lógica, mas que aprofundam-se em sensações. Deren ainda aproxima-se da idéia de um cinema de poesia, como uma abordagem da experiência, o que defende no seu entendimento de um cinema vertical.Item A REPRESENTAÇÃO FEMININA NO CINEMA DE TERROR: HEREDITÁRIO (2018), IT: A COISA (2017) E INVOCAÇÃO DO MAL (2013)(Universidade Estadual do Paraná, 2021/08/12) SANTOS, Luciana Cristina dos; MENDES ,Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; http://lattes.cnpq.br/4085135076264045; MENDES ,Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; SALOMÉ, Josélia Schwanka; http://lattes.cnpq.br/8073499532259970A presente dissertação buscou demonstrar o papel desempenhado pelas personagens femininas no cinema de terror por meio da análise dos filmes Hereditário (2018), It: A Coisa (2017) e Invocação do Mal (2013). Realizou-se uma investigação sobre as representações das personagens femininas com o objetivo de evidenciar os arquétipos, os estereótipos e a linguagem cinematográfica utilizada para compor essas personagens. Neste sentido, também buscou-se identificar a influência do “olhar masculino”, conforme proposto pela teórica Laura Mulvey, nessas três produções. O primeiro capítulo deste estudo aborda a compreensão do terror como gênero cinematográfico de acordo com os escritos de Stephen King, Noël Carrol e Rick Worland; sua relação com o Expressionismo Alemão, conforme Siegfried Kracauer, Thomas Bohn, Richard Stromgren e Daniel Johnson; e a ascensão do gênero em Hollywood, segundo Edgar Morin e Elizabeth Ann Kaplan. O segundo capítulo observa questões acerca da identidade da mulher e sua presença no cinema, com base em Guacira Lopes Louro e Teresa de Lauretis; a utilização da psicanálise como ferramenta de investigação fílmica, segundo Elizabeth Ann Kaplan e Laura Mulvey, que também fundamenta, ao lado de Carol J. Clover, a seção sobre “olhar masculino”. O terceiro capítulo trata diretamente do objeto de estudo, observando a presença de arquétipos como a “Boa Mãe”, a “Mãe Castradora” e o conceito de “Má Mãe” nos filmes selecionados, conforme Erin Harrington, Sarah Arnold e Barbara Creed. O quarto capítulo retoma a teoria de Laura Mulvey e investiga a incidência do olhar masculino nas obras que compõem o objeto de estudo desta dissertação. A metodologia adotada, além da revisão bibliográfica, contou com uma análise crítica dos filmes. Dessa forma, foi possível atingir os objetivos estabelecidos por esta pesquisa.Item A SOBREVIVÊNCIA DAS IMAGENS DA ARTE GREGA DO PERÍODO CLÁSSICO NO FILME ME CHAME PELO SEU NOME, DE LUCA GUADAGNINO(Universidade Estadual do Paraná, 2022/09/01) VIANA , Rafael Alessandro; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/3646660905570212; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; COSTA, Daniel Lula; http://lattes.cnpq.br/6286200229085639; COSTA , Marcelo Monteiro; http://lattes.cnpq.br/0859580104430692Poderiam os corpos dos personagens de Me chame pelo seu nome (2017), de Luca Guadagnino, serem imagens sobreviventes da arte grega do período clássico? A partir dos escritos de Georges Didi-Huberman e Etienne Samain acerca do legado de Aby Warburg e seu Atlas Mnemosyne, essa pesquisa propõe uma reflexão acerca da construção da iconografia de Elio e Oliver, protagonistas do filme, em uma perspectiva que recupera na história da arte a produção estatuária grega do período clássico. Além disso, investiga-se a maneira com a qual o longametragem põe esses corpos em cena, apresentando uma reflexão acerca de determinados padrões da fotografia homoerótica, aqui aferidos a partir do trabalho de Alair Gomes, na maneira de iluminar, enquadrar, fragmentar esses corpos. A apreensão deste pensamento das imagens e pelas imagens se dá pelo cruzamento entre elas, a partir do cotejo, da comparação, da colagem, pondo as imagens em diálogo e fazendo seu pensamento emergir. Dessa forma, o trabalho abarca o cinema a partir de sua inserção na história da arte ao explicitar pelo texto e pelas imagens cruzadas como certas representações clássicas do corpo masculino sobrevivem na contemporaneidade.Item APROPRIAÇÃO E VÍDEO: PENSAR AS IMAGENS DA VIOLÊNCIA E DA VIGILÂNCIA A PARTIR DE PROCESSOS ARTÍSTICO(Universidade Estadual do Paraná, 2021/03/19) ZAFANELLI, Lívia Nemer; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/2742303983829471; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; PRANDO, Felipe Cardoso de Mello; http://lattes.cnpq.br/5869224825794054O que exatamente é violência e qual a sua origem? A vigilância pode ser entendida como uma forma de violência silenciosa? O sistema de vigilância que o Estado aplica em seu território pode ser considerado menos violento do que os já extintos suplícios públicos? O produto em vídeo da vigilância pode se tornar matéria de entretenimento na mídia? Tais questionamentos acerca de determinadas práticas de violência e de vigilância permeiam minha produção recente como artista visual e pesquisadora. Esta dissertação pretende mapear de que forma esses dois temas se entrelaçam com a minha prática artística, marcada pelo acolhimento do erro como potencial criativo, pela ideia de “imagem pobre” e pela constante apropriação de conteúdos e alimentação de um banco de dados particular. O texto é dividido em três blocos e propõe uma relação vetorial com o leitor, partindo da teoria para o processo. O primeiro bloco – Violência e Vigilância – é composto principalmente por articulações teóricas sobre os dois assuntos, com eventuais menções à minha produção. O segundo bloco – Erro, Imagem Pobre, Apropriação e Banco de Dados – é marcado pela intensificação de minha narrativa processual, ainda com articulações teóricas sobre tais temas e práticas, inspiradas nos textos de Hito Steyerl e Nicolas Bourriaud. Por fim, o último bloco – Sangue, Suor e Lágrimas, Domesticated Nights – tem como foco principal o meu processo e apresenta uma análise da criação dos vídeos produzidos ao longo dos dois últimos anos como discente regular do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Artes do Vídeo pela Universidade Estadual do Paraná.Item COMÉDIA, IRONIA E ESTEREÓTIPOS: REPRESENTAÇÕES FEMININAS EM SITCOMS NORTE-AMERICANAS DO SÉCULO XX ATRAVÉS DE I LOVE LUCY, THE MARY TYLER MOORE SHOW E SEINFELD(Universidade Estadual do Paraná, 2022/03/31) RIBEIRO, Gabriela Quadros; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/0850505956550540; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; RIBEIRO, Regiane Regina; http://lattes.cnpq.br/8502130807154602Já na década de 1950, as mulheres estavam representadas nas telas das TVs americanas, inclusive nas chamadas sitcoms – séries de comédia de situação. Desde então, elas vêm sofrendo um processo de evolução que acompanhou a segunda onda feminista e se desenrolou até chegar às personagens atuais. Tendo como objeto de estudo, sitcoms que foram produzidas entre 1950 e 1999, este trabalho tem como objetivo fornecer um panorama sobre a evolução dessa personagem mulher dentro da comédia, tendo em vista como ela lida com temas como casamento, carreira, maternidade, sexualidade, etc. A partir de discussões interdisciplinares acerca da comédia e sua relação com as mulheres, tendo como base os/as teóricos/as Henri Bergson, Helga Kotthof e Nancy Walker, e das configurações de sitcoms na televisão norte-americana no século XX, de acordo com Brett Mills e Judy Kutulas, são analisados episódios pré-selecionados de três programas do período: I Love Lucy, The Mary Tyler Moore Show e Seinfeld. Essas análises partem principalmente dos roteiros e plots dos episódios, focando nos arcos narrativos e nas piadas, eventualmente se apoiando numa análise de linguagem cinematográfica e semiótica, principalmente no tocante a representações visuais de estereótipos e iconografias de acordo com os estudos feministas de cinema e televisão, como proposto por Laura Mulvey e Bonnie J. Dow. Três categorias metodológicas foram elencadas para análise: a personagem e suas relações pessoais – as amizades, a maternidade e o casamento; a personagem e sua relação com o trabalho; a personagem e sua relação consigo mesma, seu corpo e sua sexualidade. Assim, ao final desta pesquisa, um panorama muito claro pode ser traçado em relação às mudanças no tratamento de cada um desses nichos temáticos, possibilitando conclusões mais assertivas e leituras acerca do caminho percorrido pela comédia ao longo desta meia década.Item ÉRIC ROHMER E O RAIO VERDE (1986): ENCENAÇÃO E CRIAÇÃO ENTRE O ACASO E O CONTROLE(Universidade Estadual do Paraná, 2023/04/04) COMODO, Giovanni Alencar; VASCONCELOS, Beatriz Ávila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/0612155696332177; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; OLIVEIRA JÚNIOR, Luiz Carlos Gonçalves de; http://lattes.cnpq.br/6985782589830684Situada no âmbito da Teoria de Cineastas, esta pesquisa aborda a presença do acaso – entendido aqui como eventos fora do controle do realizador – no processo criativo do cinema de Éric Rohmer (1920-2010), especialmente em O Raio Verde (1986). A partir de fontes como entrevistas, textos e filmes de Rohmer, além de depoimentos de parceiros de trabalho e a produção crítica e teórica sobre o realizador, em uma tentativa de melhor compreender sua reputação e método de cineasta rigoroso e controlador, trazendo o filme Noites de Lua Cheia (1984) como exemplo. Em seguida, baseado em Fayga Ostrower, Ronaldo Entler e Décio Pignatari, realizo uma investigação da presença do acaso em processos criativos nas artes em geral, incluindo possíveis pontes com o cinema e a obra para televisão educativa de Rohmer. Estabelecidos o fazer artístico de Rohmer e noções do acaso na criação, no terceiro capítulo parto para análise de O Raio Verde, obra paradigmática na filmografia do diretor em seu fazer repleto de improvisos e de eventos inesperados e incorporados ao filme. O exame de cenas, entrevistas e textos de sua época enquanto crítico revelam um Rohmer atento ao legado de diretores que admira e interessado em aplicar suas ideias na prática. Depoimentos de colaboradores e uma entrevista inédita com Marie Rivière, atriz protagonista e co-autora do roteiro de O Raio Verde, demonstram um cineasta inquieto e aberto às colaborações de sua equipe em encontro com o mundo, integrando o acaso enquanto força criativa de seu processo.Item FICÇÃO ESPECULATIVA NO CINEMA NEGRO BRASILEIRO - A ESTÉTICA AFROFUTURISTA EM CURTAS-METRAGENS(Universidade Estadual do Paraná, 2021/02/23) MARTINS, Kariny Felipe; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; http://lattes.cnpq.br/7449060366599475; TEIXEIRA, Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; FREITAS, Kênia Cardoso Vilaça de; http://lattes.cnpq.br/8714734814365421A presente pesquisa tem como objetivo entender no que concerne o afrofuturismo dentro do movimento do Cinema Negro brasileiro contemporâneo. Partindo da relação desse movimento inscrito em uma ideia de Film Blackness (GILLESPIE, 2016), a pesquisa entende o movimento para fora dos regimes de visibilidade. Tendo como princípio o caráter analítico, esta dissertação inicia com a análise de Alma no Olho (1974) como marcador do Cinema Negro brasileiro contemporâneo, entendendo que surge com ele a performance enquanto possibilidade de fuga. Trazendo as autoras Denise Ferreira da Silva (2019) e Leda Maria Martins (2020), é conceituada a ideia da performance da pretitude enquanto uma brecha, assim como a ficção especultativa como um mecanismo de saída e imaginação. Depois, entendemos as atribuições ao Afrofuturismo – do ponto onde nasce (1994) até os momentos atuais, compreendo a definição de Ytasha Womack (2013) como norteador da pesquisa. Logo, o afrofuturismo aqui perpassa a reelaboração do passado atrelada a críticas culturais, ou seja, é um movimento que se relaciona de uma outra forma com o Espaço-Tempo, uma vez que compreende a dinâmica diaspórica como parte essencial na construção do futuro. Tendo como corpus analítico os curtas-metragens Chico (Irmãos Cravalho, 2016), Inabitável (Matheus Farias e Enock Carvalho, 2019), Negrum3 (Diego Paulino, 2018) e Cartuchos de Supernintendo em Anéis de Saturno (Leon Reis, 2018), a pesquisa conclui que a estética empregada por Sun Ra – entendendo Kemet como essência – e a convicção de que o espaço é o lugar (Space is the place) são os elementos que estão presentes nessas narrativas, uma vez que, dentro da modernidade situada no Brasil, há de ser encontrar brechas para a realidade social, fugindo, assim, da colonialidade estendida até os tempos atuais. Logo, Afrofuturismo, aqui, é a fuga necessária para a criação de um outro mundo que possa ser habitável para corpos negros em diáspora.Item MANIFESTOS INSULARES PALAVRA E IMAGEM COMO DISCURSO DE CAOS E INCERTEZA EM MANIFESTO, DE JULIAN ROSEFELDT(Universidade Estadual do Paraná, 2023/08/18) MELO JUNIOR, Valdir Heitkoeter de; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; http://lattes.cnpq.br/5364465454211431; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; FERREIRA, Carolin Overhoff; http://lattes.cnpq.br/1735199899378409A obra cinematográfica Manifesto (2015), dirigida por Julian Rosefeldt, é o objeto de análise desta dissertação, cujo objetivo é destacar quais as possíveis contribuições desta obra para refletirmos sobre a contemporaneidade. Criado a partir de mais de cinquenta textos-manifesto, a obra é constituída por uma narrativa disruptiva, com Cate Blanchett interpretando treze personagens distintas em cenas urbanas, tais como professora de ensino primário, apresentadora de jornal e repórter. O primeiro capítulo da dissertação apresenta um levantamento histórico das aplicações e do desenvolvimento do manifesto enquanto um gênero artístico-literário, é dividido em cinco partes: o contexto histórico, sua etimologia e primeiros registros (SOMIGLI, BORTULUCCE, LYON E PUCHNER); as características aforizante e mutável do gênero manifesto (MUSSALIM, MAINGUENEAU E ABASTADO); os manifestos e a relação entre arte e política (CERTEAU); a modernidade e o papel dos manifestos (TELES); as vanguardas artísticas e os manifestos enquanto ferramenta discursiva (BAUMAN). O segundo capítulo, dedicado à análise fílmica, é dividido em seis partes: a transposição do formato de videoinstalação para o longa-metragem (LJUNGBÄCK), a concepção poética do caos e da incerteza (BURCH, DELEUZE E GUATTARI); a perspectiva de interpretação sob a noção de palimpsesto (GENETTE, KRISTEVA); as teorias da adaptação cinematográfica e Manifesto (HUTCHEON, SANDERS E STAM); os aspectos estéticos evocados na intertextualidade entre imagem e texto (AUMONT, BURCH, DELEUZE, DIDI-HUBERMAN E FLUSSER); a interpretação da discursividade sob a perspectiva de sua organização composicional e potência de fruição (BAKHTIN, BRAIT E RANCIÈRE). O terceiro capítulo visa discutir possíveis aproximações entre os discursos representados em Manifesto em face dos problemas e crises recentes que conferem contornos distópicos à contemporaneidade, uma tentativa de estabelecer paralelo com a recente situação pandêmica e a dificuldade em imaginar o futuro. Menos volumoso que os capítulos anteriores, o terceiro e último é o arremate das ideias, discussões e levantamentos realizados e divide-se em duas partes: os desafios da comunicação em tempos de crise (HAN e LJUNGBÄCK); efeitos da pandemia sobre a crise da comunicação e perspectivas para imaginar o futuro (BERARDI, WISNIK, FLUSSER e RANCIÈRE).Item MORTE E RESSURREIÇÃO: DESVIANÇAS DE ROSTIDADE E AFECÇÃO NO CINEMA DE ANDY WARHOL E ARTHUR OMAR(Universidade Estadual do Paraná, 2023/08/23) TOLEDO, Thaiane de; MENDES, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; http://lattes.cnpq.br/4067684180970785; MENDES ,Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/9740175774603031; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; AMARAL, Maria das Vitórias Negreiros do; http://lattes.cnpq.br/3317479462307817Aos catorze anos, acordei com minha avó morta ao lado na cama e desde então, no meu sonho, ela diz coisas que não entendo. A imagem de um rosto apresenta variadas possibilidades à imaginação; percebo, na contemporaneidade, a permanência da valorização que o retrato recebe ao longo da história da arte colonizadora ocidental. Esta dissertação dedica-se à análise das desvianças de rostidade e afecção (DELEUZE e GUATTARI) nos melancólicos “Testes de Câmera” de Andy Warhol, e no foto-filme “Ressurreição”, de Arthur Omar, no qual êxtase e morte se aproximam. A indagação que permeia a pesquisa é: quais os tipos de correlação podem ser estabelecidos entre Warhol e Omar no que concerne à representação da morte por meio da imagem do rosto? Busco compreender o rosto enquanto potencializador de afetos; estabeleço relações poéticas acerca do retrato na história da arte (DANTO e DIDI-HUBERMANN) e no cinema (XAVIER e AUMONT), identificando traços de rostidade e afecção desviantes (DELEUZE e GUATTARI, MORIN) em ambas as obras. A metodologia adotada na análise crítica das imagens e da trilha sonora (DANTO, BENTES e KAMINSKI) privilegia a potência do rosto enquanto elemento constitutivo da experiência estética, trazendo o imaginário simbólico (MORIN e DURANT) para a problemática da representação dos rostos sociais (HOOKS).Item MULHERES NO CINEMA PARANAENSE, AUTORAS E PROTAGONISTAS: UMA LEITURA FEMINISTA DE TRÊS FILMES CONTEMPORÂNEOS(Universidade Estadual do Paraná, 2023/09/29) COSTA, Ana Pellegrini; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; http://lattes.cnpq.br/9043706194571866; PRIORI, Cláudia; http://lattes.cnpq.br/1391884709498230; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; ARAÚJO, Karla Holanda de; http://lattes.cnpq.br/2822736880722647Esta dissertação tem como objetivo realizar a análise fílmica de três obras produzidas no Cinema Paranaense contemporâneo – Tentei (2017), de Laís Melo, A mulher que sou (2019), de Nathália Tereza, e A mesma parte de um homem (2021), de Ana Johann –, buscando verificar quais os temas presentes nos filmes e como eles contribuem para modificar e/ou ampliar a representação de personagens femininas frente às câmeras. Para tal, parte-se do conceito de ponto-de-vista feminista, que compreende serem as mulheres um grupo heterogêneo que compartilha experiências suscetíveis de se fazerem presentes em produções artísticas. Além disso, as leituras críticas visam estabelecer paralelos entre os temas trabalhados nas obras e questões relacionadas às teorias feministas do cinema, em especial as reflexões sobre representação e autoria femininas, apontadas por teóricas como Laura Mulvey, E. Ann Kaplan, Kaja Silverman e Karla Holanda. Somada a tais esforços, aplicou-se uma visão interseccional de feminismos, levando-se em consideração atravessamentos como raça e classe social, trazidos por pensadoras como bell hooks e Patricia Hill Collins. Ademais, este estudo situa-se no campo dos estudos culturais, que entende a cultura e, mais especificamente, o cinema, como um espaço de expressão, importante e frutífero, para que se estabeleçam discussões pautadas no gênero. Por conseguinte, ao se pensar criticamente o cinema, busca-se com este estudo contribuir para o contexto de pesquisas do cinema de mulheres realizado no Paraná e no Brasil.Item ÑANDUTI: MIGRAÇÕES E TERRITÓRIOS AFETIVOS NA TRÍPLICE FRONTEIRA(Universidade Estadual do Paraná, 2021/08/12) PASCHOAL, Camila Vital; PINTO, Pedro Plaza; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; http://lattes.cnpq.br/4279047728502436; PINTO, Pedro Plaza; http://lattes.cnpq.br/4210264642096088; NORONHA, Fábio Jabur de.; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; DULCI, Tereza Maria Spyer; http://lattes.cnpq.br/3991418591681661Esta dissertação resulta do processo de concepção, pesquisa e período de filmagem de Ñanduti: migrações e territórios afetivos na tríplice fronteira e permeada na dualidade realizadora-pesquisadora. Para tal, no primeiro capítulo apresento o inventário do Ñanduti, o argumento do filme, paisagens, proposta estética, relatos de momentos de filmagem e sobre a impossibilidade do fazer que provocaram as reflexões e problematizações desenvolvidas na pesquisa. No capítulo seguinte, apresento uma discussão com foco nas teorias do cinema latino-americano, cinema comunitário e cinema universitário, utilizando aportes teóricos e manifestos produzidos por realizadores que fizeram parte do Nuevo Cine Latinoamericano em diálogo com a ideia de Cinema Comunitário, desenvolvida por Alfonso Gumucio Dagron, e as escolas de cinema implementadas por Fernando Birri, buscando traços que convergem e divergem ao analisar a formação, as narrativas e as práticas na realização dos curtasmetragem de estudantes e egressos do curso de graduação em Cinema e Audiovisual na América Latina da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA). E por fim, no terceiro capítulo, analisamos outros cinco curtas-metragens produzidos por estudantes, que completaram todo o seu processo de pré-produção, produção e pós-produção, e que foram exibidos em festivais e mostras de cinema independentes e universitários. Esta construção buscou compreender, de maneira teórica e empírica, como a vivência na região transfronteiriça e a proposta acadêmica da universidade se fazem presentes nas construções narrativas e nos modos de produção desenvolvidos para a realização.Item O CINEMA DE ANDREI TARKOVSKI E OS ASPECTOS INERENTES A MEMÓRIA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/29) RIBEIRO, Lennon Augusto dos Santos; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; http://lattes.cnpq.br/6554209345326303; FAISSOL, Pedro de Andrade Lima; http://lattes.cnpq.br/5571263484400881; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; VAZ, Aline Aparecida de Souza; http://lattes.cnpq.br/3530527402477171; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Este trabalho tem como objetivo explorar as manifestações da subjetividade da memória nos filmes de Andrei Tarkovski. Para isso, abordaremos os conceitos de “imagem-lembrança” e “lembranças puras” do filósofo Henri Bergson, aplicadas ao cinema por Gilles Deleuze. Em um primeiro momento, buscaremos entender os diferentes modos de manifestação da memória no cinema, sobretudo pelo recurso do flashback. Também vamos procurar compreender quais tipos de manifestação da memória podem ser compreendidas como “imagens-lembrança”. Por fim, vamos entender como os diversos modos de pensar a memória no cinema podem se correlacionar com as teorias de Tarkovski presentes em seu livro Esculpir o Tempo. A partir daqui, iremos nos desvencilhar da noção de tempo cronológico, e nos adentraremos em uma concepção ontológica do tempo. Na segunda metade desta pesquisa entraremos na análise fílmica das obras de Tarkovski. Para isso, iremos ver as obras do autor que lidam com a ideia de flashback, como: A Infância de Ivan (1962), Solaris (1972), O Espelho (1975) e Nostalgia (1983). A partir destes filmes vamos analisar como cada um deles aborda aspectos diferentes da memórias, como a sua imprecisão e direcionamento da atenção diante do fato ocorrido. Também iremos ver, a partir destes filmes, como a lembrança humana se relaciona com o mundo ao seu redor na relação da memória com os locais, pessoas e objetos. Para isso iremos contar com estudos que lidam diretamente com a relação destas coisas com a memória, como o trabalho de Frances Yates que fala justamente da fixação destas imagens na mente. Por fim, iremos ver como o cinema de Tarkovski pode ser observado como um meio de manifestação das próprias memórias do autor, que cria imagens a partir de suas experiências pessoais.Item O CINEMA DE PROCESSO, DISCUTIDO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA COMPARATIVA AOS MODOS DE CRIAÇÃO DO PINTOR: ESTUDO DE CASO SOBRE CÉZANNE’S EYE (1982) DE MICHAEL MAZIÈRE(Universidade Estadual do Paraná, 2022-03/11) GUSSO, Francisco Benvenuto; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/6095598202403403; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; MOCARZEL, Evaldo Sérgio Vinagre; http://lattes.cnpq.br/8579970491143931; Lucas de Castro MurariEssa dissertação intitulada O CINEMA EXPERIMENTAL DE PROCESSO, DISCUTIDO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA COMPARATIVA AOS MODOS DE CRIAÇÃO DO PINTOR: ESTUDO DE CASO SOBRE CÉZANNE’S EYE (1982) DE MICHAEL MAZIÈRE tem por objetivo refletir sobre processos de criação no cinema sob as lentes da pintura tentando estabelecer algumas pontes conectivas com um possível conceito de dispositivo que permeia ambas as linguagens. De que forma e com que meios a linguagem cinematográfica se torna uma extensão da linguagem pictórica, indo além, em sua busca da imagem em movimento, mas sem deixar que sua matriz, em muitos casos, ainda apresente uma vigorosa reminiscência proveniente dos postulados da pintura? A partir desta questão norteadora, a pesquisa de ordem qualitativa, aqui empreendida, encontra-se ancorada em uma meticulosa Revisão de Literatura Narrativa (RLN). A opção por este tipo de abordagem metodológica possibilita o recorte e acesso específico à produção de conhecimento de autores/as que já se debruçaram sobre o tema. A discussão teórica ancora-se em questões formais como os conceitos de figuração, mise-en-scène e dispositivo. Além disso, coloca-se em pauta o pensamento ou raciocínio de Paul Cézanne que contribuiu para a evolução da representação na pintura argumentando-se que este fator pode ter influenciado o desenvolvimento do olhar cinematográfico, aproximando ainda mais o cinema das artes visuais e vice-versa, contribuindo, desta maneira, para o surgimento da estética de fluxo e do cinema de dispositivo. Para dar conta de tecer algumas aproximações com o que denominamos de cinema de processo, optamos pelo método de análise fílmica de excertos do filme Cezanne’s Eye (1982) de Michael Mazière que se constitui em nosso objeto empírico de investigação, dando especial atenção aos aspectos da mise-en-scène. É no entre-lugar de campos interdisciplinares, portanto, que esta dissertação se situa ao trazer para o diálogo teóricos do cinema e da pintura.Item PROPOSIÇÕES DE CINEMA LÉSBICO EM BARBARA HAMMER(Universidade Estadual do Paraná, 2021/08/19) BORGONOVO, Débora Zanatta; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/0982241093182333; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; SOUSA, Ramayana Lira de.; http://lattes.cnpq.br/6350618099589876Esta dissertação apresenta proposições da cineasta Barbara Hammer para a realização de um cinema lésbico. A abordagem utilizada é a da Teoria de Cineastas, privilegiando como fontes da investigação os pensamentos, verbais e fílmicos, da diretora. No primeiro capítulo, apresento um panorama do cinema narrativo com temática lésbica, dividindo-o em três subcapítulos e evidenciando, a partir de algumas das principais obras teóricas produzidas a partir desses filmes, determinadas características recorrentes neste cinema. Este capítulo desempenha uma função balizadora para a compreensão do cinema ao qual Barbara Hammer se contrapõe ao falar sobre e realizar um cinema lésbico. O capítulo 2 discorre sobre a abordagem da Teoria de Cineastas e explicita o percurso metodológico traçado para a elaboração da pesquisa. O terceiro capítulo é dedicado propriamente às proposições de Barbara Hammer acerca de um cinema lésbico. A seção se desenvolve em torno de três eixos: a influência da cineasta Maya Deren e do cinema de vanguarda norte americano sobre a arte de Hammer, a formulação de uma estética lésbica e a concepção de cinema ativo. Objetivo, com este estudo, fornecer uma reflexão orientada acerca do pensamento verbal e cinematográfico de Barbara Hammer, a fim de, com isso, contribuir para destacar o seu papel na formulação de um pensamento e de uma estética de cinema lésbico.Item REBULIÇOS E REBUCETEIOS: PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA WEBSÉRIE LÉSBICA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/30) CAZARRÉ, Júlia Ribeiro; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; http://lattes.cnpq.br/3317293802977757; WOSNIAK, Cristiane do Rocio; http://lattes.cnpq.br/8707636250586166; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; SOUZA, Fabiano Grendene de; http://lattes.cnpq.br/2775029678399378; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Este estudo reflete sobre minha própria poética de criação no desenvolvimento da websérie “Rebuliços e Rebuceteios”, de temática lésbica, em seus atravessamentos entre os campos das práticas artísticas do cinema e das artes do vídeo, dos estudos de roteiro, das filosofias e metodologias do design, que aqui inspiram uma diretriz de criação e passam a integrar a minha metodologia artística, e do próprio formato websérie. Partindo da hipótese de que a proximidade entre a escrita e a realização no processo de criação audiovisual é chave para a inovação na história do cinema (MARAS, 2010), e de que as webséries são um substrato fortuito para abrigar novas formas narrativas e processos audiovisuais alternativos (TAYLOR, 2015), a ideia do roteiro como protótipo em seu sentido iterativo, exploratório e experimental advindos do design (MILLARD, 2010), integra uma filosofia pessoal de criação, do início ao fim do processo. A expectativa é observar de que forma meu processo de criação, que muito deve aos manuais de roteiro mais adotados na indústria (MILLARD, 2010), no qual uma ideia inicial cresce a partir de si mesma e evolui linearmente em etapas definidas e rígidas, é afetado pela visualidade exigida dos protótipos, pela exploração, o ethos investigativo dos designers, e pelo princípio iterativo, da exploração de ideias variadas e do retorno a etapas e a gestos criativos anteriores. A metodologia de pesquisa empregada tem como base a crítica de processos de Cecília de Almeida Salles (2011), calcada na investigação de documentos de processo, mas a metodologia artística é imbricada de ferramentas e metodologias do campo do design. Assim, documentos usuais das etapas de desenvolvimento de roteiro (logline, sinopse, fichas de personagens e tratamentos de roteiro), bem como ferramentas criativas do campo do design (redes de criação, matrizes e moodboards) tornam-se objetos de reflexão crítica. Além de auxiliar a tornar visível o processo de criação, tais ferramentas também abrem novas possibilidades para a concepção narrativa no cinema e nas demais mídias que herdam sua linguagem. O conceito de “rede de criação”, teorizado por Salles como metodologia para a investigação de processos, por exemplo, é aqui tomado como ferramenta criativa capaz não só de documentar os atravessamentos entre estudo e criação, tornando-os visuais, mas de informar novos passos de reflexão e novos gestos de criação a serem perseguidos pela pesquisa poética. A rede é capaz de evocar tanto referenciais teóricos e metodológicos quanto artísticos, tornando a reflexão indissociável da criação. A necessidade de observar obras audiovisuais que possam inspirar o processo criativo, por exemplo, pode emergir da rede à medida em que essa se ramifica. É o caso de um grupo de filmes lésbicos independentes dos anos 90’: “Go Fish” (1994), The Incredible “Adventures of Two Girls in Love” (1995) e “The Watermelon Woman” (1996), que são observados para inspirar a criação não só em sua temática queer, mas em seu ethos de independência e experimentação estética, próximo ao teorizado para as webséries.Item RITUAL DE BRUXARIA EM PROCESSO: O AUDIOVISUAL COMO UM CORPO EM PERFORMANCE(Universidade Estadual do Paraná, 2021/03/17) BUZZI, Karina; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; http://lattes.cnpq.br/3342145531770665; NORONHA, Fábio Jabur de; http://lattes.cnpq.br/8001117846968595; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; CASTANHEIRA, Ludmila de Almeida; http://lattes.cnpq.br/0014987556460591Esta pesquisa é e aborda o processo poético-investigativo da instalação audiovisual Coincidentia Oppositorum, que busca ativar uma experiência de bruxaria. O conceito de experiência é observado através de John Dewey em Arte como Experiência (1980), em conjunto com Walter Benjamin e Jorge Larrosa: um movimento que toma o nosso corpo como lugar de acontecimento. Utilizo a histórica figura da Bruxa para investigar por vias poéticas um olhar sobre o meu corpo em que a Performance, Cinema Expandido e Happening são usados como possibilidade de composição de um ritual. Faço a leitura de meus trabalhos anteriores e os aproximo de artistas como: Bruce Nauman, Pipilotti Rist, Letícia Parente e Maya Deren. Exploro as qualidades de uma performance para a câmera a partir do cinema expandido de Gene Youngblood, em que a fazedora de filmes investiga a si mesma enquanto seu filme. Tomo o cinema como proposição de rito: as concepções da primeira fase do cinema, como a heterogeneidade de sua exibição e o caráter formal das imagens, são base plástica para produzir esta experiência investigativa. Busco em Richard Schechner e Renato Cohen múltiplas possibilidades de criação através do corpo e observo o ritual contido na performance. Uso o conceito de happening, proposto por Allan Kaprow, que se refere a um experimento artístico que se personaliza, considerando o espaço e contexto de exibição. A escrita desta pesquisa foi elaborada a partir da teoria do corpo de Paul Preciado, a contrassexualidade - que se coloca fora de oposições como homem/mulher, masculino/feminino -, e assim, ativa o texto da pesquisa.Item SOBRETUDO: DISCURSO, IMAGINÁRIO E FIGURINO EM A BELA DA TARDE, DE LUIS BUÑUEL(Universidade Estadual do Paraná, 10/12/2020) SAUTHIER, Helio Ricardo; VASCONCELOS, Beatriz Ávila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/1814623528566340; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; SILVA, Amábilis de Jesus da; http://lattes.cnpq.br/7668645752206910; FISCHER, Sandra; http://lattes.cnpq.br/0161776649502273O objeto de estudo desta pesquisa centra atenção na visualidade da personagem Séverine em A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), filme dirigido pelo cineasta espanhol Luis Buñuel e com figurinos criados pelo estilista francês Yves Saint Laurent. A leitura em perspectiva discursiva foi realizada com foco no figurino dessa personagem icônica, para discutir tal visualidade enquanto um discurso que atualiza representações da mulher casta e da mulher profana na iconografia da história da arte ocidental. A metodologia da pesquisa caracteriza-se como do tipo descritiva, na qual trago como referência concepções de discurso desenvolvidas na perspectiva da Análise de Discurso Francesa (AD), especialmente num viés foucaultiano, no sentido de investigar a memória discursiva e a intericonicidade materializadas em Séverine e que compõem seus sentidos. Também lanço mão do método para análise fílmica fundamentado em fotogramas e do cruzamento de imagens da história da arte ocidental, para evidenciar as formações discursivas, a memória discursiva e a intericonicidade que inscrevem formações imaginárias no corpo da mulher e interagem no processo de (re)-produção de identidades. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a visualidade de Séverine remonta a um longo processo de construção icônica advinda especialmente do Classicismo e do Renascimento e que foi amplamente explorada pelos campos discursivos do cinema e da moda, influenciando as formações imaginárias e identitárias que costuram o sujeito pós-moderno à estrutura social e às formas pelas quais somos representados ou interpretados nos sistemas culturais.Item TRAJETÓRIAS DE LUTO: ESPACIALIDADE E TRANSMUTAÇÃO INTERIOR EM MABOROSHI NO HIKARI (1995, HIROKAZU KORE-EDA) E MOGARI NO MORI (2007, NAOMI KAWASE)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/25) Juliana Luiza Choma; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/4129017769766858; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; ISHIKI, Michiko Okano; http://lattes.cnpq.br/3118222606852565; ANDRÉ, Richard Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1798165095642353Esta pesquisa tem como objetivo investigar a relação entre espaço e mundo interior e de que modo ela se materializa no cinema contemporâneo japonês a partir do recurso da trajetória. A pesquisa parte da concepção de que o atravessamento dos personagens por espaços é capaz de revelar suas emoções ao espectador e que, portanto, o espaço se torna uma via de acesso ao mundo interior dos personagens. Como material de análise, utilizam-se as trajetórias de luto realizadas nos filmes Maboroshi no Hikari / A Luz da Ilusão (1995, Hirokazu Kore-eda) e Mogari no Mori / Floresta dos Lamentos (2007, Naomi Kawase), entendendo a trajetória como elemento capaz de realizar a transmutação do luto, isto é, uma profunda modificação na relação do personagem com este sentimento, com seu passado e com sua nova realidade. Traçando um caminho de aprofundamento na cultura japonesa, este trabalho está estruturado de modo a estimular reflexões acerca da influência do pensamento sobre a paisagem em nossa relação com o mundo. Busca-se compreender a reverberação desse pensamento nas artes, com foco nas artes visuais e arquitetura japonesas, investigando os valores culturais de Ma e oku como modos de relacionar o material e o imaterial no pensamento espacial japonês. Todo este percurso teórico culmina, neste trabalho, com a observação desses valores de Ma e oku nos filmes supra-mencionados, através de uma metodologia que se utiliza das formas dos tradicionais rolos ilustrados japoneses para a elaboração de um percurso visual sobre frames fundamentais. A análise, estrutural, de cunho cultural, busca questionar em que medida os espaços são capazes de revelar o mundo interior dos personagens, sendo dispositivos essenciais para aprofundar a experiência estética e metafísica do luto nestes filmes. Alguns autores utilizados para o embasamento desta pesquisa são Michiko Okano (2012), Fumihiko Maki (1979), Shuichi Kato (2012), Anne Cauquelin (2007) e Franco Panzini (2013).