Navegando por Autor "PEREIRA, Ana Cristina Furtado"
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Item TRABALHO DOCENTE E SEU VALOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ABORDAGEM HISTÓRICO-ECONÔMICA NO ÂMBITO DO CAPITAL(Universidade Estadual do Paraná, 2023/03/24) PEREIRA, Ana Cristina Furtado; FAVARO, Neide de Almeida Lança Galvão; http://lattes.cnpq.br/6325209425358903; http://lattes.cnpq.br/3134167567598788; Neide de Almeida Lança Galvão Favaro; http://lattes.cnpq.br/6325209425358903; Ademir Quintilio Lazarini; http://lattes.cnpq.br/0049894245206872; Rita de Cássia Pizoli Oliveira; http://lattes.cnpq.br/8835078921002360; Najela Tavares Ujiie; http://lattes.cnpq.br/1242945275956878Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação Mestrado em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar, da Universidade Estadual do Paraná, Campus Paranavaí. O tema da dissertação refere-se ao estudo e compreensão do trabalho docente e seu valor na Educação Infantil. Para contribuir e avançar nesse debate o objetivo desta investigação é analisar os determinantes do Valor do trabalho docente na Educação Infantil no Brasil e sua relação com a presença majoritária da mulher nele, estabelecendo as mediações históricas, econômicas e sociais com o modo de produção capitalista. A pesquisa é qualitativa e se ampara em abordagem bibliográfica, fundamentada no materialismo histórico, defendendo a compreensão da sociedade humana e da educação a partir de suas relações com o modo de produção capitalista. Partindo dessas considerações é apresentada uma análise da obra O Capital, de Karl Marx, especificamente do Livro I, a fim de desvelar os fatores que determinam o Valor do trabalho docente na Educação Infantil no interior da lógica de funcionamento do capital. São explorados os conceitos de Trabalho Concreto, que se refere às características e distinções de cada trabalho; e de Trabalho Abstrato, entendido como o trabalho humano igual, que exige uma abstração do trabalho concreto e de todas as características que os diferenciam para se chegar a sua essência oculta. Apreende-se então o Valor da força de trabalho na relação social do capital, que se constitui a partir da média do dispêndio de trabalho humano socialmente necessário para sua produção. Isso independe de quem o realiza, se homem ou mulher, e do tipo de trabalho realizado, se na indústria, no comércio, ou nos serviços. O Valor do trabalho docente na Educação Infantil, por conseguinte, não pode ser explicado pela feminização do magistério, pois sua compreensão requer, no mínimo, avançar para a categoria trabalho abstrato que, em sua essência, é dispêndio de força de trabalho humano igual. A contextualização da origem das instituições de atendimento à infância no Brasil revelou um movimento histórico que partiu do viés caritativo e assistencial para o educativo, em que o trabalho inicial realizado nessas instituições não exigia formação para a docência, então o tempo social de trabalho médio necessário para sua produção era baixo, o que explica seu baixo Valor. Na atual conjuntura da Educação Infantil brasileira houve avanços, defende-se a indissociabilidade entre cuidar e educar, mas a formação de nível médio ainda é aceita. Preconiza-se ao final deste estudo que o Valor do trabalho na Educação Infantil não é baixo porque passou a ser realizado pelas mulheres, mas pela baixa qualificação que exigia. Foi devido ao fato de as mulheres terem demorado para ter acesso à escolarização no país que o magistério foi um dos trabalhos possíveis para elas. Defende-se assim a luta pela formação de profissionais em nível superior, independente se homens ou mulheres, a fim de assegurar avanços reais para a Educação Infantil e para o Valor desse trabalho.