Navegando por Autor "PAULO, Renato"
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Item EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: A EDUCAÇÃO NA ERA DA INFÂMIA DO CAPITAL(Universidade Estadual do Paraná, 2021/04/20) PAULO, Renato; ARAÚJO, Renan Bandeirante de; http://lattes.cnpq.br/9293271922485263; http://lattes.cnpq.br/3302082668142243; Renan Bandeirante de Araújo; http://lattes.cnpq.br/9293271922485263; Maria Terezinha Bellanda Galuch; http://lattes.cnpq.br/4862416685441579; Adão Aparecido Molina; http://lattes.cnpq.br/2722357341071060A Educação de Jovens e Adultos (EJA) compreende um alunado sem a correspondência entre faixa etária e escolarização. Ao considerar as reformas educacionais da Educação Básica a partir da homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tem-se a hipótese de que um processo educativo subordinado ao mundo do trabalho tende a orientar o ensino no sentido da formação de capital humano. Assim, o currículo focalizado no desenvolvimento de competências e de habilidades, como predisposição, limita o acesso e a permanência dos segmentos mais vulneráveis do proletariado na educação pública, dinâmica social que pode se aprofundar após a aprovação da BNCC. Destarte, esta pesquisa analisou a constituição do projeto socioeducacional direcionado ao público da EJA e sua relação com o novo plano educacional previsto para a educação nacional. A fim de alcançar esse propósito, foram definidos os seguintes objetivos específicos: contextualizar o processo histórico que envolveu a educação direcionada ao proletariado jovem e adulto na sua relação com o mundo do trabalho; estudar a influências das políticas neoliberais na elaboração dos dispositivos legais voltados ao segmento de jovens e adultos; compreender a proposta educacional subsumida no plano da BNCC aos estudantes que participam da modalidade da EJA. Para o desenvolvimento da pesquisa, recorreu-se ao método do materialismo histórico-dialético que conferiu suporte teórico indispensável para a discussão bibliográfica e análise das fontes documentais. Apoiou-se em autores clássicos que fundamentam a teoria social crítica, a educação e as relações de trabalho, além do cotejamento da legislação vigente e documentos que norteiam a proposta didático-pedagógica da EJA. Os resultados apontam que a EJA, imbricada às metamorfoses do mundo do trabalho, a partir da era neoliberal, procura estimular o empreendedorismo e a competitividade típica do mercado entre os indivíduos. A pesquisa permitiu concluir que o segmento social analisado se converteu no “contingente em excesso”, o segmento social que tende a não ser incorporado pelo sistema produtivo, nem mesmo na condição de força de trabalho precária e informal/uberizada. São os invisibilizados no planejamento das políticas públicas educacionais, conforme fica patente devido à ausência da temática na BNCC aprovada. Por fim, concluiu-se que, apesar de todas as adversidades históricas, os estudantes da EJA convertem a volta e a permanência aos estudos em ato de resistência, uma forma de recusa, ainda que velada, em aceitar como natural a sua inviabilização na era da infâmia do capital. Os estudantes da EJA, a despeito dos contratempos e das incertezas, estudam, sonham e insistem. Eles procuram, a sua maneira, reelaborar uma trajetória pessoal com sentido de vida, independentemente das adversidades que caracterizam o capitalismo nos trópicos.