Navegando por Autor "NOYAMA, SAMON"
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Item DESCOLONIZANDO A SALA DE AULA PARA DESCOLONIZAR O ENSINO DE FILOSOFIA(Universidade Estadual do Paraná, 2022-03-18) PIRES, Odenir Francisco; SCHNORR, Gisele Moura; http://lattes.cnpq.br/7136004914851928; http://lattes.cnpq.br/7798082286720138; NOYAMA, SAMON; http://lattes.cnpq.br/4136748079494222; CRUZ, Cassius Marcelus; http://lattes.cnpq.br/6312918210963869Durante nossa atuação como docente da disciplina Filosofia desde 2016, no Colégio Estadual Casimiro de Abreu, no município de Porto Vitória-PR, observamos que parte considerável de estudantes do Ensino Médio demonstravam desinteresse pelas aulas. Em 2019, no âmbito do Mestrado Profissional em Filosofia (PROF- FILO), iniciamos um processo de escuta em uma das turmas da escola, com o intuito de compreender possíveis motivos de desinteresse nas aulas de Filosofia. Tendo como principal referencial Paulo Freire, na obra “Pedagogia do Oprimido” (1987), procuramos desenvolver o trabalho construindo um ciclo dialógico de investigação, problematização e sistematização em aulas semanais de filosofia. O início de trabalho com objetivo conhecer melhor os e as estudantes teve como tema “Histórias de vidas: Quem somos nós?”. Cada estudante escreveu sobre sua história de vida, bem como de suas famílias e a cada aula ampliamos os diálogos até ser desvelada uma questão que foi o objeto de estudo, ou seja, o tema gerador: a sala de aula como objeto de reflexão filosófica. Passamos a compreender o que envolve a sala de aula, professores/as e o que ela representa histórica e filosoficamente. Abordamos conteúdos como: Formação do Estado Moderno; Iluminismo; Colonização e Modernidade e os processos de escolarização em território brasileiro. À medida que avançávamos na pesquisa, problematizamos e recriamos a sala de aula no ensino de filosofia; desvelamos sentidos da sala de aula a partir do território; abordamos a educação e relações étnico-raciais, assim como reflexões no campo teórico-prático sobre a história de escola pública na modernidade. O trabalho aqui apresentado expressa esta construção coletiva. No primeiro capítulo apresentamos o processo de colonização com ênfase no Ensino de Filosofia no Brasil e nosso envolvimento enquanto cidadão negro e professor de Filosofia. No segundo capítulo abordamos o Ensino de Filosofia em diálogo com a obra Pedagogia do Oprimido (FREIRE,1987). No terceiro capítulo apresentamos uma síntese das ações com os e as estudantes. Ao final, observou-se que os e as estudantes têm interesse pelo Ensino de Filosofia, no entanto, quando as aulas ocorrem de forma verticalizada, com concepção teórico-prática que vai de encontro da Educação Bancária (FREIRE; 1987) o resultado é o desinteresse. Conforme o caminho percorrido entendemos que os processos de ensino-aprendizagem e o formato da sala de aula não são os únicos elementos que causam desinteresse, mas sem dúvida, a organização pedagógica nos parâmetros colonial/moderno interfere significativamente na significação do conhecimento e sua importância na formação humana.