Navegando por Autor "FREITAS, Artur"
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Item A NARRATIVA PÚBLICA DO ARTISTA LUIZ RETTAMOZO: PERFORMATIVIDADE E DISPOSITIVO MIDIÁTICO (1987)(Universidade Estadual do Paraná, 2021-11-05) VIANA, Daniele Cristina; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/0223582344740167; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; KAMINSKI, ROSANE; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245; MORAES, EVERTON DE OLIVEIRA; http://lattes.cnpq.br/7818932710501334A partir das matérias de jornal “Retta rides again” e “Um Retta é bom, imagina dois, tchê!”, escritos por Rosirene Gemael e Adélia Maria Lopes, respectivamente, em Curitiba, em julho de 1987, eu busco compreender a narrativa pública do artista Luiz Rettamozo, que é tema e fonte das jornalistas. Sustenta a abordagem o conceito de “sociedade da comunicação” da filósofa Anne Cauquelin, bem como sua ideia de “rede”, em que existem pontos de conexão e vias múltiplas de interação entre conteúdos, objetos e agentes, levando-se em conta que ganha sentido social o conteúdo que mais realiza interações de forma múltipla e acelerada. O artista se apropria do modo com que a sociedade constrói e dissemina significados nos meios de comunicação; com isso, promove uma constante interação e conexão entre elementos, incluindo aí sua própria figura. Transfiro problemáticas essenciais ao campo da Arte, como “artista”, “obra”, “forma”, “materialidade” e “autoria” ao texto jornalístico, a fim de compreender a sensibilidade e o método do artista, cujas referências remetem ao neoconcretismo e à dimensão “antiarte”, em si, utópica, à medida que deseja transcender a própria relação entre “arte e vida”, algo que encontra possibilidades nas reflexões do filósofo Celso Favaretto. Trabalho a questão ficcional presente tanto no empenho das jornalistas quanto do artista, concluindo que ambos contribuem para a formalização de algo propício às leituras de mundo, consciência que se desenvolve numa “segunda realidade”, instância imaterial, conforme Cauquelin. Leituras que, por sua vez, inserem-se na realidade material. Para tanto, contribuem as críticas quanto à noção de ficção de Juan Saer e de Rosane Kaminski, também, a questão da “autoficção”, como é interpretada por Nelson Guerreiro. Ficções que conseguem desdobrar sentidos múltiplos, os quais ajudam a mensurar e se posicionar no real. Entre textualidade e sociabilidade do artista no espaço da capital, apoiada nos estudos dos filósofos John Langshaw Austin e Anderson Bogéa, proponho a observação do escrito como performativo que envolve o discurso, pois coloca em jogo uma prática por meio da linguagem. Assim também, há no texto a presença abstrata de um corpo sensibilizado pelas mudanças do meio, o qual, a partir de Christine Greiner e Paul Zumthor, contribui para a criação de uma unidade sensível entre artista e público. Com o intuito de compreender melhor as inserções performativas do artista que, na relação entre seu próprio cotidiano e discursos partilhados promove narrativa, analiso as performances “Quem tem Q.I. vai”, “Santíssima Trindade” e “Billy de Liar”, presente nas matérias de jornal enquanto notícias. Percebo a insistência do artista em ficcionar suas próprias sensações, buscando equilíbrio num momento de mudança, como é o final da década de 1980, período em que começa a se firmar a democracia no Brasil, após anos de ditadura militar. Entre as conclusões, observo narrativa na qual o artista compartilha com o público processos de si, quando insere a si mesmo em uma dimensão fluida, de crítica à instituição de arte e também o desejo utópico de transpor qualquer barreira.Item A RESIDÊNCIA ARTÍSTICA COMO REDE COMPLEXA DE CRIAÇÃO: O CASO FAXINAL DAS ARTES (2002)(Universidade Estadual do Paraná, 2021-04-20) VOESE, Jhon Erik; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/2862977098319115; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; REIS, PAULO R. O.; http://lattes.cnpq.br/7123959718032577; BANDEIRA, DENISE; http://lattes.cnpq.br/7336525235378003Item Arte Contemporânea. Estigma. Perseguição Política. DNA de DAN. Maikon K.(Universidade Estadual do Paraná, 2022/07/25) MOSCO, Wanderson Barbieri; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/6933734062626717; http://lattes.cnpq.br/7372431828732263; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/6933734062626717; GRUNER, Clóvis; http://lattes.cnpq.br/4400370278287507; ALVES, RICARDO HENRIQUE AYRES; http://lattes.cnpq.br/7515345224876748A presente pesquisa foi realizada com o intuito de analisar a criação, o percurso e as polêmicas que envolveram a obra DNA de DAN; produzido pelo artista curitibano Maikon K em 2012 o trabalho passou por perseguição política após apresentações em julho e outubro de 2017. Como metodologia de pesquisa foi realizada uma busca por fontes primárias, majoritariamente encontradas em repositórios na internet. Já com o intuito de embasar questões técnicas a respeito de temas relativos ao processo criativo como o uso do corpo e o fato de o performer estar nu em sua apresentação, foi feito um levantamento de literatura especializada. Para isso foram abordadas questões como o uso do corpo na arte de performance, a objeção de moralistas em tornar relevante trabalhos artísticos que possuam nu masculino, além de relacionar peculiaridades da arte contemporânea. Assim, analisa-se, a partir da realização de um trabalho nu e de como esse trabalho foi recebido, a forma como os trabalhos que abordem, direta ou indiretamente, temas de gênero e sexualidade afetam a recepção da arte no público conservador. Incluindo a tentativa de associar esses produtores com crimes como pedofilia e intolerância religiosa, entre outros. Os resultados dessa pesquisa apontam para o uso do discurso conservador como arma política e de freio contra avanços sociais conquistados por grupos minoritários nas últimas décadas. Essas campanhas difamatórias contribuíram para ampliar a estigmatização da arte produzida por pessoas LGBTQIA+ que, para manteremse em atividade, precisaram se adaptar e resistir a essas reações de forma poética e combativa.Item AUSTIN OSMAN SPARE: Arte, Magia e Estados Não Ordinários de Consciência(Universidade Estadual do Paraná, 2021-04-28) FIER, Lucas; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; http://lattes.cnpq.br/4452155544946097; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; FRANCO, Edgar Silveira; http://lattes.cnpq.br/8415486629956081; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807Austin Osman Spare foi um artista inglês cujo trabalho está associado ao Simbolismo e ao Decadentismo, tendo sido apontado por vezes como precursor de alguns movimentos modernos, sobretudo do Surrealismo pela utilização da técnica do Desenho Automático. Apesar de ter tido algum reconhecimento em vida, sua obra caiu na obscuridade após a sua morte, e sua memória se manteve preservada principalmente por ocultistas, já que ele deu significativas contribuições à literatura deste meio, oferecendo métodos e uma visão teórica baseada na noção de Inconsciente e na experiência individual do praticante, influenciando de forma decisiva as próximas gerações de ocultistas. Através de uma pesquisa qualitativa de revisão de documentos, com base teóricointerpretativa, a presente dissertação pretende situar a obra de Spare em seu contexto, identificar influências e demonstrar que ela só pode ser devidamente compreendida se interpretada a partir do seu pensamento mágico, e que ele pode ser classificado como um artista visionário. A Arte Visionária é a arte produzida sob a influência ou a inspiração de estados não ordinários de consciência (ENOC), que podem ser obtidos a partir de diversos métodos, como técnicas respiratórias ou substâncias psicoativas, e proporcionam experiências que são interpretadas por um viés místico ou religioso em diversos sistemas de crença, e acredita-se que tenham sido a base de diferentes cosmologias. Embora muito antiga, a Arte Visionária ganhou o seu primeiro manifesto em 2001, de autoria do artista Laurence Caruana, que registrou a importância dos ENOC e suas interpretações místicoreligiosas para este fenômeno artístico. A dissertação também procura demonstrar a relação entre o horizonte conceitual da Arte Visionária e da magia, esta última como manifestação cultural de grande relevância, tendo se desenvolvido através de certos saberes tradicionais e se conectado aos dias de hoje ao que chamamos de ocultismo.Item CRÍTICA DE ARTE E VANGUARDA NO BRASIL – ANOS 1960(Universidade Estadual do Paraná, 2023/08/25) FRANSOLINO, MILENA; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/8559212139993307; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; REIS, PAULO R. O.; http://lattes.cnpq.br/7123959718032577; KAMINSKI, ROSANE; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245A crítica de arte brasileira, a partir de meados do século XX, apropria-se de um lugar mais influente na discussão em torno da arte de vanguarda feita em terras nacionais. Frente ao autoritarismo do Estado a partir do golpe de 1964, artistas e críticos passaram a assumir posições mais contundentes e críticas diante da realidade brasileira. Dos artistas, esperava-se uma maior comunicação com o espectador e que a arte se tornasse mais acessível, a partir do retorno da figuração, dos objetos e da utilização de materiais diversos, muitas vezes precários, que faziam alusão à situação social de um país subdesenvolvido. A crítica trazia ao debate assuntos como o subdesenvolvimento, a ditadura, a indústria cultural e o anti-imperialismo. A ordem do dia era, então, a tomada de posição perante a realidade nacional e uma arte comprometida com o seu tempo. As mudanças na realidade sociopolítica afetaram diretamente a produção dos artistas e, por consequência, o exercício crítico no Brasil – o campo intelectual passou a desempenhar um papel de resistência contra o governo autoritário. Nesse sentido, esta pesquisa se ancora principalmente em textos escritos por reconhecidos críticos de arte entre os anos de 1965 e 1968 para buscar compreender de que forma se deu a discussão acerca da arte de vanguarda no Brasil. Pretende-se, sobretudo, acompanhar a noção pública de vanguarda na arte brasileira através de textos escritos em torno das exposições que traziam artistas percebidos como vanguardistas pela crítica e, por fim, interpretar as variações e especificidades dos conceitos de vanguarda no Brasil conforme operados pelos críticos dentro do recorte temporal aqui proposto. Esta dissertação não se propõe a discutir um conceito de arte de vanguarda único e acabado; pretende-se compreender, ao invés disso, as variadas concepções do que seria uma arte de vanguarda para os críticos em exercício no Brasil dos anos 1960.Item DAIARA TUKANO: ARTE MIRACIONAL ORIGINÁRIA(Universidade Estadual do Paraná, 2024/07/05) BRAVO, Bernardo Soares; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; http://lattes.cnpq.br/5492064463003406; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; FERNANDA MENDONÇA; http://lattes.cnpq.br/7787231161770667; Marcos Camargo; http://lattes.cnpq.br/7288362539238367Esta pesquisa de mestrado tem a intenção de investigar o trabalho de Daiara Tukano. A partir da constatação da presença indígena dentro da seara da arte contemporânea nos últimos anos (por meio de inúmeras exposições, com presença de trabalhos na 34a Bienal de São Paulo, exposições no Masp e na Pinacoteca de São Paulo) constatamos que, dentre os trabalhos acadêmicos apresentados, ainda não havia estudos suficientes sobre o trabalho desta artista Yepá Mahsã. A partir de um novo protagonismo que tem consciência das possíveis armadilhas existentes no sistema das artes, artistas indígenas como Daiara Tukano têm trazido para a arte contemporânea conceitos da cosmovisão de seus povos, como o hori, conceito do povo Yepá Mahsã (Tukano) cuja definição ultrapassa o conceito ocidental de arte. A partir dos estudos de José Eliézer Mikosz sobre arte a partir dos estados não-ordinários de consciência, dos estudos de João Paulo Tukano, de entrevistas com a própria artista Daiara Tukano, de textos de recentes catálogos expositivos de Museus voltados ao tema, de artigos científicos, de materiais publicados pela imprensa e de intensa bibliografia complementar, esta pesquisa tem como objetivo analisar o conceito de hori à luz de uma arte miracional originária (nomenclatura escolhida pela artista e explicada na dissertação), bem como de analisar os trabalhos de Daiara Tukano realizados até então como exemplos de uma ação cosmopotente que ocupa, revitaliza e questiona os paradigmas eurocentrados do fazer, do praticar e do estudar arte contemporânea na atualidade. A pesquisa foi realizada por meio de coleta de dados, entrevistas e análise documental.Item ENNIO MARQUES FERREIRA E A ARTE MODERNA NO PARANÁ: A TRAJETÓRIA DE UM ENTUSIASTA (1955-1964)(Universidade Estadual do Paraná, 2024/07/29) UADA, Rafaella Shizuko; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/4294545758167032; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; BARRETO, Karoline Marianne; http://lattes.cnpq.br/1547370490094609; KAMINSKI, ROSANE; http://lattes.cnpq.br/0588374677778245A pesquisa investiga as múltiplas atuações profissionais de Ennio Marques Ferreira (1926-2021) no desenvolvimento e afirmação da arte moderna no Paraná entre 1955 e 1964. Durante esse período, Ennio desempenhou diversos papéis na arte paranaense como artista, crítico, fundador da galeria Cocaco e diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado e Cultura (SEC). A pesquisa estrutura-se em quatro etapas principais: 1) analisar a inserção de Ennio no campo da arte; 2) avaliar o impacto da galeria Cocaco na formação de práticas artísticas modernistas no Estado; 3) identificar as especificidades visuais das primeiras produções artísticas de Ennio, além de analisar seus primeiros textos críticos; e 4) examinar as ações implementadas no Salão Paranaense de Belas Artes (SPBA) durante sua primeira gestão como diretor do Departamento de Cultura. A metodologia adotada baseia- se em pesquisas documentais (jornais, revistas, cartas, convites, catálogos, folders e documentos oficiais), considerando o contexto histórico e a questão sociopolítica dos autores e dos leitores da época. Além disso, utiliza-se pesquisa bibliográfica (livros, teses, dissertações e artigos científicos), incorporando contribuições de diversos autores relacionados ao tema, como Adalice Araújo, Maria José Justino, Geraldo Leão Veiga de Camargo e Artur Freitas, entre outros. A análise fundamenta-se também na teoria dos campos sociais do sociólogo francês Pierre Bourdieu, destacando a importância das interações e relações entre agentes. Ennio cultivou relações próximas com artistas, críticos e instituições, formando uma rede essencial para a promoção da arte moderna no Paraná. Portanto, a análise das condições extratextuais, como o contexto político e social, é crucial para entender como Ennio, enquanto agente do campo artístico, se inseriu e influenciou este campo de maneira multifacetada.Item INTERVENÇÃO E COLABORAÇÃO NAS AÇÕES DO GRUPO 3NÓS3 (1979-1982)(Universidade Estadual do Paraná, 2023/06/01) PARIS, Gustavo Candido de Jesus; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/1417670610829365; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; MORAES, EVERTON DE OLIVEIRA; http://lattes.cnpq.br/7818932710501334; REIS, PAULO R. O.; http://lattes.cnpq.br/7123959718032577O presente estudo tem como objetivo investigar a relação entre arte e política no cerne das práticas artísticas do coletivo de intervenção urbana 3nós3. Em atividade entre os anos de 1979 e 1982, o grupo, formado por Mario Ramiro, Hudinilson Jr. e Rafael França, realizou uma série de ações assumindo a priori o espaço da cidade como principal suporte no contexto político da redemocratização brasileira, em que o país se encontrava sob o governo de João Batista Figueiredo. Marcado pelas lutas sociais dos movimentos estudantil e de trabalhadores, o período foi representativo pelo processo de retomada do espaço público pela sociedade civil como arena de manifestações públicas, incluindo-se as práticas artísticas de caráter experimental. Em paralelo, agentes do campo das artes visuais passavam a se empenhar na atuação institucional ao mesmo tempo em que se organizavam em redes de sociabilidade artística, promovendo o intercâmbio e o fortalecimento do pensamento contemporâneo no sentido de fundar as bases institucionais mínimas para sua produção, circulação e difusão. Nesse sentido, este trabalho se debruça sobre o estudo do grupo 3nós3 e suas práticas à luz do contexto político e institucional do campo da arte a ele diretamente relacionados, problematizando considerações que generalizam o complexo e heterogêneo período do regime militar e pouco comentam o lugar do 3nós3 no estabelecimento dessas redes e suas contribuições em um processo mais amplo, qual seja, o de reconfiguração das instituições de arte a partir dos anos 1980. Partindo da hipótese de que o trio – assim como boa parte dos artistas desse período – foi representante de uma reorientação política da arte produzida no Brasil nesse período, o trabalho busca analisar as possíveis formas políticas manifestadas em suas ações, organizando-as em duas categorias: a obra como intervenção e a colaboração como forma política. Tais categorias metodológicas tornam-se eficazes para identificar duas fases distintas na atuação do 3nós3, sendo a primeira representada pelas ações iniciais do grupo (Ensacamento, X-galeria e Tríptico) e, a segunda, pelas ações performáticas no âmbito do Evento fim de década e as ações de grande escala a partir dos anos 1980; tendo a ação Interdição como ponto de transição entre os dois momentos do grupo, compreende-se o conjunto da obra do trio como ações complexas que evocam a ideia de um espaço público ampliado, o qual assume a cidade, a mídia de massa e a instituição-arte. Em uma chave mais ampla, busca-se contribuir para a historiografia da arte do período para além das considerações que se encerram no caráter amplamente estudado acerca da chamada geração 80, levando em consideração os esforços na institucionalização da produção contemporânea do período e destacando a potência política de poéticas visuais que se voltam para as questões internas à arte como problema central.Item JUCHITÁN DE LAS MUJERES: O DOCUMENTÁRIO DE VÍNCULO NA FOTOGRAFIA DE GRACIELA ITURBIDE(Universidade Estadual do Paraná, 2021-04-14) POSSAMAI KONS, LUIZA; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/6004426268376653; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; SIMÃO, GIOVANA; http://lattes.cnpq.br/5443472238467447; VALLE, ISABELLA CHIANCA BESSA RIBEIRO; http://lattes.cnpq.br/2859317457070176Esta pesquisa analisa a terceira edição do livro Juchitán de las mujeres (2010), da fotógrafa mexicana Graciela Iturbide, por meio do que chamaremos de Documentário de Vínculo. Por Documentário de Vínculo, entende-se sobretudo o modo com que o corpo fotografado é tanto influenciado pelo ambiente, quanto é dele influenciador. Na prática, trata-se de compreender o processo de criação fotográfica como uma forma de estabelecer vínculos emocionais e relações intersubjetivas entre a fotógrafa e as fotografadas – processo esse que pressupõe o imaginário histórico e geográfico como parte essencial do fazer fotográfico, com efeitos concretos na materialização da obra e em seus consequentes desdobramentos nos processos de recepção. Para tanto, tem-se em mente o papel exercido pela inserção do corpo da fotógrafa num dado espaço sociocultural. Tal inserção, no caso de Iturbide, significa que o convívio real praticado e amadurecido com as fotografadas entre 1979 e 1988 é crucial para a concepção das obras. No total, o livro é composto por 104 páginas e 120 fotografias em preto e branco, que abordam mulheres zapotecas de Juchitán de Zaragoza, cidade localizada no estado de Oaxaca, ao sul do México. Essa cidade é tratada pelo imaginário local como um lugar em que prevalece uma cultura matriarcal, em contraste com o restante do país. Para o recorte dessa pesquisa, foram selecionadas 32 fotografias. A partir da relação dessas fotografias com o seu contexto histórico e geopolítico, a proposta central consiste em analisar o Documentário de Vínculo dessas imagens por meio de uma abordagem de gênero, conectada às especificidades próprias da região, com ênfase na ideia de matriarcado, bem como na inclusão de novas perspectivas críticas propiciadas pelo olhar da artista e pelas eventuais repercussões de seu livro. No âmbito teórico, foi utilizada a teoria do “corpomídia”, de Christine Greiner e Helena Katz, associada ao conceito de “imaginário”, de Gilbert Durand, e à ideia de “documentário imaginário” de Katia Lombardi.Item O CORRE DAS MINA DA PIXAÇÃO: A PRESENÇA FEMININA NAS RUAS COMO ATO DE SUBVERSÃO(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/25) OLIVEIRA, Eduarda Gritten; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/5615518643073110; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; SIMÃO, Giovana Terezinha; http://lattes.cnpq.br/5443472238467447; BRUM LEITE GUSMÃO PINHEIRO, LARISSA; http://lattes.cnpq.br/0522237231215775A pixação, entendida como uma prática simbólica, geralmente realizada a partir da cultura periférica, consiste em uma manifestação estética e poética. Essa atividade artística continua sendo mal compreendida pela sociedade brasileira em geral e é considerada crime ambiental pelo Estado, de acordo com o artigo 65 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Provavelmente, por ser uma manifestação oriunda da periferia, as(os) artistas pixadoras(es), por sua condição de classe, recebem ameaças e ataques recorrentes. Nesta pesquisa, desejo explorar o pixo com um recorte específico: a pixação com engajamento social, pois pode ser realizada com as mais diversas finalidades e não necessariamente o engajamento social ou político. A partir deste objeto, existe aqui uma questão, o apagamento e a exclusão de mulheres pixadoras, que ocorrem dentro do próprio movimento. Essas artistas, além de sofrerem com os problemas sociais que a pixação traz, também lidam com situações de sexismo recorrentes dentro do campo da arte, nos meios acadêmicos e nas ruas. Diante desse quadro, essa pesquisa pretende analisar casos de 5 pixadoras, cada uma de uma região do Brasil, sendo sul, da cidade de Ponta Grossa, a artista Selva, sudeste, da cidade de São Paulo, a artista Jack Parceiros, do centro-oeste, da cidade de Gama, Distrito Federal, a artista Sapeka, da região norte, Manaus, a artista Injha e nordeste, de São Luís do Maranhão, a artista Trama. A hipótese do provável apagamento de pixadoras nos meios artísticos e acadêmicos será investigada por meio da sistematização e da análise de fontes e, para a construção deste trabalho de pesquisa, serão catalogados e elencados relatos das artistas, materiais audiovisuais (documentários e filmes), podcasts, textos de internet, relatos de pichadores masculinos, entre outros. Tais fontes serão cruzadas com a historiografia específica do tema, aqui entendida como o conjunto de dissertações, teses e artigos acadêmicos sobre pixação no Brasil. No âmbito teórico, esta pesquisa cruza, coteja e problematiza a teoria do sociólogo Pierre Bourdieu acerca das relações de poder e consagração simbólica no campo da arte com autoras feministas brasileiras, punks, negras, de periferia e acadêmicas, como Mikki Kendall, Virginie Despentes, bell hooks e Heloisa Buarque de Hollanda com ênfase no lugar social da mulher. Em termos historiográficos, a pesquisa privilegia os estudos de gênero e das mulheres na história das artes visuais, com destaque para os textos de Linda Nochlin, Gabriela Miranda Marques, Whitney Chadwick e Tamar Garb. No âmbito metodológico, a investigação baseia-se em pesquisa historiográfica de ordem bibliográfica e documental, com ênfase no cruzamento discursivo entre fontes textuais e iconográficas.Item O Objeto como Narrativa de Memória(Universidade Estadual do Paraná, 2024/07/10) SANTOS, Kelly Saraiva; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; http://lattes.cnpq.br/6028119071748259; MIKOSZ, JOSÉ ELIÉZER; http://lattes.cnpq.br/8805958526800693; CAMARGO, Marcos Henrique; http://lattes.cnpq.br/7288362539238367; LOUSA, TERESA; http://lattes.cnpq.br/6929643155766414; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807Este Memorial é o resultado de uma pesquisa realizada com objetos de memória de um acervo pessoal. O objetivo geral desta pesquisa foi ressignificar os objetos de grande valor sentimental que estavam guardados em caixas para serem expostos a um ambiente onde tomassem forma de obra de arte e pudessem ser apreciadas por diferentes olhares. Vários objetivos específicos foram traçados: selecionar esses objetos para a criação de um ensaio fotográfico; catalogar fotografias da antiga moradia; pesquisa com a técnica de impressão 3D; estruturar as formas de planta baixa; readequar o espaço para acomodar os objetos de memória; e estruturar um livro de artista como um dos processos de criação, em busca de novas formas. O problema de investigação partiu do seguinte questionamento: como as memórias dos objetos de um acervo pessoal motivadas por uma mudança podem ser transformadas em objeto de estudo e matéria-prima criativa? Como resultado do estudo, houve uma reorganização dos objetos: alguns ganharam lugar de destaque na nova casa, enquanto outros foram acomodados em caixas de papelão e, conforme sua utilidade aparece na rotina diária, são levados de uma casa a outra. Neste memorial, descrevo a importância do ateliê do artista, que é um espaço mágico onde muitas obras de arte são planejadas e criadas. Como inovação ou contribuição ao fazer artístico, pude enxergar nos objetos sua utilidade e beleza estética, o que me despertou o interesse de realizar um levantamento gráfico a fim de verificar meios de transformá-los em objetos artísticos, ou na arte final que compõe este estudo. A metodologia utilizada incluiu a investigação e aplicação de técnicas como gravura e frottage, dando continuidade ao livro de artista. O resultado foi uma forma de display que acomodou as placas das imagens reveladas na impressora 3D, cobertas por acrílico. Esse trabalho culminou em uma exposição que entrou na categoria de livro de artista. Foi investigado dentro da metodologia escolhida a etnografia como experimento poético, ou seja, a auto etnografia é um método baseado em três orientações: a orientação metodológica, a orientação cultural e a orientação do conteúdo. Assim busco trazer memórias e objetos pessoais para o centro de uma pesquisa onde a matéria prima pode ser obra de arte, objeto de estudo criativo. Vale ressaltar que é importante continuar com a pesquisa, ampliando os formatos de composição dos objetos de memória.Item PERCURSO CRÍTICO SOBRE A OBRA DE DANIEL SENISE E A QUESTÃO DO MEIO NA CONTEMPORANEIDADE(Universidade Estadual do Paraná, 2024/04/18) BERTIN, P. R. D. M; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; http://lattes.cnpq.br/7833842429560678; FREITAS, Artur; http://lattes.cnpq.br/7705592106667807; DA SILVA, Anderson Bogéa; http://lattes.cnpq.br/5690969862394264; LIMA, Wagner Jonasson da Costa; http://lattes.cnpq.br/6387421009827388A presente pesquisa se propõe a construção de um percurso crítico, a fim de analisar exemplares de obras do artista Daniel Senise e a questão do meio na contemporaneidade. Com o intuito de compreender as novas produções artísticas características do campo contemporâneo, surgem os conceitos de intermídia, concebido pelo artista Dick Higgins, e transmídia, criado pelo filósofo Peter Osborne, concepções norteadoras da análise pretendida ao abordar as produções de Senise. A trajetória artística do artista carioca teve início nos anos 1980, no contexto do retorno à pintura, sendo este o meio eleito por ele para suas primeiras produções. Com o abandono do pincel e o adensamento de suas explorações, passou a adotar procedimentos ligados ao conceito de Sudário-Memória, alcançando o que se entende por obras intermidiáticas, representativas de uma genuína fusão entre diferentes mídias. Ampliado seus campos de exploração prática e poética, compreende-se o alcance por parte de Senise das condições que configuram obas pós-conceituais ou transmídia, relacionadas a uma mudança na ontologia da arte, conforme concebido por Osborne. Neste sentido, pretende-se, a partir do percurso crítico, compreender como e a partir de quais procedimentos práticos e poéticos os conceitos de meio, intermeio e transmeio se apresentam na produção do artista. A presente pesquisa tem por principais autores os acima mencionados, bem como Agnaldo Farias, Noël Carrol, Georges Didi-Huberman, Maria Iovino, Dawn Ades, Ivo Mesquita, Carolina Duprat Ruggeri, dentre outros.