Navegando por Autor "FERRO, Fernanda Ianoski"
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Item A REALIDADE CRIATIVA NAS OBRAS DA CINEASTA MAYA DEREN: CONCEITOS TEÓRICOS E ANÁLISES FÍLMICAS(Universidade Estadual do Paraná, 2022/07/22) FERRO, Fernanda Ianoski; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; http://lattes.cnpq.br/6766812526349058; VASCONCELOS, Beatriz Avila; http://lattes.cnpq.br/3794997653941862; BAGGIO, Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; PEREIRA, Ana Catarina dos SantosMaya Deren (1917 – 1961) foi uma cineasta e teórica profícua em relação ao cinema. Ao longo de sua breve vida, escreveu mais de vinte textos teóricos, abordando os aspectos gerais da linguagem cinematográfica e seu próprio processo criativo. Dentre os conceitos abordados por Deren, destaque-se o uso de uma realidade criativa, tanto nas apresentações textuais quanto nos seus próprios filmes. O corpus dessa pesquisa são os dois primeiros curta metragens da cineasta: Meshes of the Afternoon (1943) e At Land (1944), além dos conceitos sobre realidade e criatividade, presentes na maioria dos seus textos, compilados por Carolina Martínez no livro El universo dereniano: textos fundamentales de la cineasta Maya Deren (2015). Para trazer o pensamento dereniano ao cerne dessa pesquisa, parto da abordagem metodológica da Teoria de Cineastas, que busca trazer o pensamento de cineastas ao centro das discussões sobre cinema, e para isso, parte-se de suas fontes primárias: textos, entrevistas, roteiros etc., bem como suas obras audiovisuais. Dentro dessa abordagem, trago textos de autoria de Manuela Penafria, Eduardo Baggio e Bruno Leites - entre outros - atuantes na SOCINE - Sociedade Brasileira de Pesquisa em Cinema e Audiovisual, com o Seminário Temático Teoria de Cineastas, desde 2016. Mostrou-se evidente, ao longo da trajetória de pesquisa, que Deren mantém-se constante em relação aos conceitos que ela propõe sobre cinema, reafirmando-os a cada novo texto. Para ela, o cinema deve afastar-se de outras formas artísticas há muito definidas (como a pintura, o teatro e a literatura) e explorar os recursos próprios do seu meio. Sobre a realidade criativa, configura-se, para Deren, em uma forma de cinema que busca não a representação do mundo, mas a sua transformação através de elementos próprios ao meio cinematográfico, como a montagem, que assume um papel de grande relevância em suas obras. Nos filmes derenianos, fica evidente uma luta pela dissolução das linhas espaço temporais de uma narrativa clássica, trazendo ao ecrã uma abordagem criativa, onde os espaços estão fora de uma ordem lógica – como em At Land, onde a protagonista está na praia, logo depois entra em um espaço fechado de reuniões e novamente volta-se à praia: uma geografia impossível, mas que mostra uma característica própria do cinema: ligar espaços e planos aparentemente desconexos da realidade lógica, mas que aprofundam-se em sensações. Deren ainda aproxima-se da idéia de um cinema de poesia, como uma abordagem da experiência, o que defende no seu entendimento de um cinema vertical.