Navegando por Autor "CUNHA, Tiago Scaramella Azevedo"
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Item Onde tem música o santo dança: uma etnografia da música de umbanda no terreiro Tenda Cruzeiro da Luz(Universidade Estadual do Paraná, 2022-08-04) CUNHA, Tiago Scaramella Azevedo; OLIVEIRA, Allan de Paula; http://lattes.cnpq.br/5506766415099780; http://lattes.cnpq.br/9459621645509113; OLIVEIRA, Allan de Paula; http://lattes.cnpq.br/5506766415099780; MARTINS, Patricia; http://lattes.cnpq.br/3626203034447008; EGG, André Acastro; http://lattes.cnpq.br/9736814640486992O presente trabalho trata de uma descrição etnográfica resultante de uma observação da participação, como defende Barbara Tedlock, que ocorreu na Tenda de Umbanda Cruzeiro de Luz, na cidade Porto União, SC. Foi realizado um trabalho de campo junto ao grupo sonoro umbandista, que pretendeu buscar, através de uma concepção êmica, quais os parâmetros das teorias musicais umbandistas, bem como tentar desvendar de que forma as pessoas envolvidas nessa produção musical produzem sentido a elas, assim como expressar a transformação de símbolos musicais em símbolos religiosos. Encontramos uma interdependência basilar, para a religião, entre circunstâncias mágicas, das relações com o numinoso e suas revelações através do transe mediúnico e as práticas musicais, ou seja, na umbanda não há manifestação do sagrado sem o artefato ritual musical, aliás, o mito se dá em música. Para tanto a religião dá grande importância ao aprendizado, que se desenvolve em toda sorte de acontecimentos rituais, assim sendo, parte da prática religiosa é a aprendizagem, independentemente do nível já alcançado, dentro das estruturas hierárquicas dos adeptos. Os elementos encontrados na música umbandista escapam a seu espaço original, do templo, cruzando os limiares, se transformando, através de um processo de negociação com a sociedade, fortemente marcado pelos estigmas da racialização. Essa cultura de fresta, que escapa a seus usos originais, dá gênese a diversos estilos musicais profanos e estes, por sua vez, são constituintes da cultura brasileira, integrantes do ethos nacional. Constrói-se assim, nas palavras de Reginaldo Prandi, um Brasil com axé (mas não sem a violenta marca da dominação cultural, que subalterniza saberes não brancos).