Navegando por Autor "CHAMIS, Luiza Duarte De Giacomo"
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Item NO INTENSO AGORA: O ACERVO DE GESTOS E A INTENSIDADE DO ENCONTRO COM O INESPERADO(Universidade Estadual do Paraná, 2022/08/30) CHAMIS, Luiza Duarte De Giacomo; TEIXEIRA , Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; http://lattes.cnpq.br/0196553898776756; TEIXEIRA , Rafael Tassi; http://lattes.cnpq.br/9074237042190064; BAGGIO ,Eduardo Tulio; http://lattes.cnpq.br/8887788540106433; ALMEIDA, Gabriela de; http://lattes.cnpq.br/7975111935945848Investigar a produção de sentido a partir da ressignificação das imagens de arquivo no longametragem No Intenso Agora (2017) é o objetivo da presente dissertação. O diretor João Moreira Salles procura estabelecer um fluxo de pensamento por imagens através da montagem e da narração voz over em primeira pessoa, partindo de reflexões sobre o “estado de espírito” de quem filma e de quem é filmado. O filme “nasce” do encontro ao acaso com rolos de 16mm no acervo da família Moreira Salles, cujas imagens, captadas pela mãe do diretor, Elisa Gonçalves Moreira Salles (1929-1988), registram indiretamente o que foi a Revolução Cultural Chinesa em 1966. Para compor o restante da narrativa, foram utilizadas imagens de arquivo referentes a movimentos políticos da década de 1960 na França, Tchecoslováquia e Brasil, configurando uma primeira camada que permeia relações de classe, poder e política entre os quatro países. Mas há, também, um outro fio condutor de ordem mais subjetiva e sensível: ao observar a figura da mãe, agora existente apenas nas imagens, João Salles identifica o que ele chamou de “intensa capacidade de ser feliz” que foi desaparecendo com o passar do tempo. Na medida que sua investigação avança, destacam-se nas outras imagens a manifestação de felicidade capturada nos gestos corporais daqueles que as compõem. Frente a essas informações sobre o filme, as perguntas norteadoras deste trabalho são: É possível que estejamos frente a um filme feito da tentativa de ressignificar a morte e curar um luto tardio, que se fez não pelo esvaziamento do corpo de Elisa, mas sim pela mãe desconhecida das imagens? E uma vez que No Intenso Agora existe por causa dessa figura central mas é atravessado por outras histórias, como a interpretação subjetiva de materiais de arquivo domésticos e de autorias desconhecidas produzem sentido? Com o intuito de respondê-las, o texto está dividido em três partes: a primeira abarca questões acerca do caminho percorrido pelo documentarista João Moreira Salles que desemboca na criação de No Intenso Agora, bem como a articulação dos elementos fílmicos utilizados - imagem de arquivo, montagem e voz over. Já o segundo capítulo é inteiramente dedicado a pensar e refletir sobre a figura da mãe, aqui entendida como imagemimaginada, e sua relação com a felicidade e o desencanto. Os conceitos trabalhados apoiam-se na vasta bibliografia de Georges Didi-Huberman e Etienne Samain (2013). Por fim, o terceiro e último capítulo procura dar conta dos trechos nos quais João Salles faz o exercício de ressignificar as imagens de arquivo para contextualizá-las em narrativa diferente da original. Para tal, utilizamos o método de Sylvie Lindeperg e a Etapa Dialética de Didi-Huberman.