França, Cyntia SimioniVicente, Mpambani Matundu2025-12-012025-12-012025-12-012025-06-13https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/953Esta dissertação tem como objetivo acolher as narrativas das autoridades tradicionais e do ancião, por meio da tradição oral, sobre a memória de Miguel Nekaka, no sentido de compreender as suas as marcas (in)visibilizadas e o seu contributo na formação da consciência revolucionária kongo na luta contra o colonialismo. A pesquisa surge como resultado dos diálogos nas rodas de conversas com a minha mãe, das minhas indignações sobre os heróis do 4 de fevereiro que nunca serão esquecidos, da modernidade capitalista que vem causando crise na tradição oral, o declínio da narrativa e da partilha de experiência em Mbanza Kongo, e do silenciamento/esquecimento, seja ele intencional ou não, das figuras históricas angolanas da primeira dimensão. A nossa pesquisa insere-se no campo da História Pública, destacando a sua primeira dimensão história com o público, onde buscamos ouvir atentamente os protagonistas (autoridades tradicionais e do ancião) e recolher suas narrativas sobre a memória de Miguel Nekaka, desenvolvendo uma relação dialógica e a partir do viés da autoridade compartilhada (Frish, 2016). A dimensão histórica com o público, nesta pesquisa, é relacionada com a dimensão história para o público com o propósito de produzir um material didático que alcance públicos mais amplos (acadêmicos e não acadêmicos) de Mbanza Kongo, em particular, e de Angola, em geral. Para o desenvolvimento do coro teórico-metodológico, buscou-se suporte em Walter Benjamin (1985) que, através das práticas de rememoração, acolho narrativas e memórias dos protagonistas de pesquisa sobre a memória de Miguel Nekaka. Para o desenvolvimento da pesquisa, trabalhamos com as narrativas de autoridades tradicionais e ancião (nossas fontes primárias) e as literaturas (fontes secundárias). As narrativas de autoridades tradicionais e ancião trazem consigo outras versões de histórias ainda desconhecidas ou que muitas vezes incorrem nos perigos da “história única”, aquela a qual nos alerta Chimamanda Adichie (2019). Ao mesmo tempo, penso que resistir às narrativas, que pouco falam ou trazem de Mbanza Kongo, é um exercício que a contrapelo pode trazer outros atores, personagens e versões de uma Angola mais próxima da diversidade e da pluralidade que contempla.Figura histórica, Memória, Miguel Nekaka, Patrimônio cultural, Resistência, Tradição oral.Miguel Nekaka: Suas marcas (in)visibilizadas na história pública do povo KongoDissertaçãoHistória