BORGES, Álvaro HenriqueCORBANI, Luís Eduardo2025-10-2121/10/20252025-10-212024-11-08https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/937Este estudo teve por objetivo buscar compreender, por meio da observação e análise, a recepção de práticas musicais criativas — propostas pelo compositor inglês George Self em seu livro New Sounds in Class — de um grupo de jovens músicos de uma banda escola da cidade de Ponta Grossa, PR. Apoiou-se em autores da pedagogia musical ativa que viram na linguagem da música contemporânea aportes para uma educação musical baseada mais na vivência do que no treinamento de leitura de partituras e domínio técnico instrumental, por meio da escuta, exploração sonora, valorização do som e do silêncio, improvisação e composição. Compreende-se pelo termo “música contemporânea”, neste contexto, um modo novo de olhar, um pensar novo, com respeito à exploração sonora, à performance e às práticas criativas. George Self e seus contemporâneos (meados do século XX) estavam alinhados à proposta de proporcionar ao estudante novas experiências em música a partir dos aportes da linguagem da música contemporânea. Pesquisa de natureza qualitativa, realizada pelo método da pesquisa-ação, mediante observação participante. Foram sujeitos deste estudo oito estudantes de música entre 14 e 23 anos que, durante quatro encontros, executaram exercícios na linguagem da música contemporânea, improvisaram e compuseram. Os dados foram registrados em áudio e vídeo — performances e rodas de conversa —, partituras produzidas pelos participantes e diário do observador. Para analisar os significados, pautamo-nos no método cartográfico e o conceito de rizoma sob o eixo performance e composição, de onde emergiram assuntos — “ramos menores” — que puderam contribuir para a elucidação de teorias, práticas e reações dos sujeitos durante a pesquisa. Pela análise foi possível observar um ganho na perspectiva e experiência musical desses jovens. Por terem formação musical assentada no método tradicional, viu-se produção de música na linguagem tradicional — familiar a eles — por meio da vivência no processo criativo. Ao mesmo tempo, essas práticas criativas trouxeram-lhes experiências inéditas e perspectivas inovadoras sobre música e sua prática, mostrando que o processo criativo transita pelas linguagens musicais. Além do que, pode-se dizer que o rizoma de práticas - improvisação e composição - tenha aberto caminhos para além do contexto exclusivamente musical: perceberem-se seres únicos, com momentos únicos, de criação própria, autônomos, podendo, dessa forma, aplicar essa experiência também nas relações interpessoais, nas tomadas de decisão nos enfrentamentos do dia a dia, quer individual como coletivamente. Constatou-se também que, embora haja número considerável de publicações sobre o tema, ainda há lacunas entre a percepção do mérito das práticas criativas e sua efetivação — evidenciado nesta pesquisa!George Self, Práticas criativas em educação musical, Música contemporâneaPráticas musicais criativas propostas por George Self no livro New Sounds in ClassDissertaçãoArtes