COSTA, Maria Antonia RamosSOUZA, Jéssica Barbetto de2025-02-0505/02/20242025-02-052023/07/31https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/194Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é descrito como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. Constata-se que houve um aumento nos últimos anos, na demanda para assistência de pessoas com o TEA. Observa-se a importância da saúde pública poder ter um olhar diferenciado acerca do acolhimento e intervenção para com a população que faz parte desse grupo. Objetivo: Identificar as hipóteses diagnósticas de TEA e verificar se os encaminhamentos que foram realizados na atenção primária à saúde estão voltados para o acompanhamento interdisciplinar. Método: Pesquisa exploratória, descritiva, retrospectiva e transversal, com abordagem qualitativa. Os preceitos éticos para a realização da pesquisa foram atendidos. A primeira etapa da coleta de dados foi realizada por meio do acesso ao sistema Ingá Digital, identificando os encaminhamentos realizados pelos profissionais que atenderam as pessoas diagnosticadas com TEA no período de 2018 a 2022, do município de Marialva-PR. Posteriormente foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores das unidades básicas de saúde para melhor compreensão do direcionamento dos casos TEA por parte da atenção primária em saúde. Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatísticas descritivas simples e apresentados através de porcentagens e tabelas, os dados qualitativos, foco dessa pesquisa, foram analisados mediante técnica de análise de conteúdo e apresentados por categorias. Resultados: Percebeu-se que dos 44 pacientes com diagnóstico de autismo, 39 tinham registros no sistema IDS, e 5 não. Verificou-se que a média de idade dos pacientes foi de 7,55 anos, o que é considerado alto para um diagnóstico precoce de TEA, e apenas 30,77% desses pacientes foram encaminhados para especialistas referenciados para tratamento específico. Têm-se que a especialidade com maior número de pacientes atendidos foi a pediatria com 19 pacientes, e a especialidade com menor número de pacientes atendidos é a neuropediatria com 2 pacientes, apesar de sua importância como especialidade no diagnóstico e manejo do TEA. Também foi observado que o fluxo de atendimento para os pacientes ainda não está bem definido, havendo falta de orientação para as famílias desde o pré-natal até as consultas de puericultura e pediatria. Considerações finais: Verificou-se as hipóteses diagnósticas de TEA como não tendo um direcionamento pré-estabelecido e que não há acompanhamento interdisciplinar para esse público. Percebe-se a necessidade de uma maior qualificação dos profissionais para o reconhecimento precoce do TEA e preenchimento adequado dos prontuários, pois a não execução desse serviço traz como consequência a dificuldade de preparação para os atendimentos, assim como reduz a possibilidade de uma dinâmica interdisciplinar. Faz-se necessário estabelecer um fluxo de atendimento mais eficiente, pois o baixo número de consultas e a baixa média de consultas por paciente nas especialidades indicam possíveis lacunas na assistência integral e intensiva aos pacientes. Salienta-se a importância de fazer orientações sobre a temática para os familiares, assim como para as equipes pedagógicas, trazendo como possibilidade a interlocução entre equipe especializada, escola e casa.Transtorno do Espectro Autista, Atenção primária à saúde, Equipe interdisciplinar, Município de MarialvaO transtorno do espectro autista sob a ótica dos gestores de atenção primária em saúde do município de Marialva-PR: um olhar interdisciplinarDissertaçãoInterdisciplinar