Pedro de Andrade Lima FaissolCatalina Sofia Meza Reyes2025-09-092025-09-092025-04-01https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/907Esta pesquisa tem como premissa a defesa da cópia como uma etapa do processo de estudo de criação no cinema. Acreditamos que, no contexto pedagógico, a cópia possa tornar mais acessível e didática a compreensão da estrutura e da linguagem que constituem uma obra cinematográfica. Tal hipótese surge da constatação de que parece haver um entrave na possibilidade de se abordar metodologias de análise e estudo de criação no cinema justamente por algo que reside na sua origem, que é a natureza ontológica de obtenção das imagens cinematográficas e como a relação entre quem filma, câmera e objeto a ser filmado é intermediada mentalmente para a concepção da forma e linguagem concebida. Sendo assim, sem um lastro físico que indique a transformação da imagem real para a imagem fílmica, como tornar possível e visível a intervenção, criação portanto, feita na imagem? Nesse sentido que este trabalho reúne os conceitos de ontologia, linguagem, materialidade, opacidade e transparência, respectivamente a partir de André Bazin Peter Wollen e Ismail Xavier para defender a ideia de que, no ato de criação, a imagem real é irremediavelmente transformada pela linguagem cinematográfica (propiciando que, principalmente no modernismo, determinadas obras sejam compreendidas sob o signo do distanciamento). Tais conceitos são essenciais para constituir a ideia de que a cópia poderia ser um elemento interessante de dissolução desse impasse entre natureza da imagem cinematográfica, ausência de lastro criativo e metodologias didáticas e de análise de filmes. A partir da necessidade de observar e analisar outro objeto a ser copiado, esperam-se necessariamente dois movimentos importantes em termos metodológicos e didáticos: que se crie um espaço propício de distanciamento da obra em seu objetivo narrativo para que então se adentre aos seus elementos constituintes como foco do processo e que funcione como uma espécie de filtro criativo que facilite a atenção ao estudo da estrutura do filme. Na ausência da proposta de cópia e dentro das possibilidades infinitas oferecidas pelo real se tornaria muito mais complicado de observar, já que os esforços não seriam para a observação das estruturas, mas sim na realização delas e nem sempre a sua realização é autoconsciente nesse sentido. Como estudos de caso que possam dar corpo à ideia de cópia como processo interessante de estudo de criação serão analisados os filmes: A hipótese do quadro roubado (Raúl Ruiz, 1978) e Dublê de corpo (Brian De Palma, 1984). Por fim, será dado o passo inicial para a estruturação da cópia como processo de estudo de criação propiciando uma abordagem didática a partir de Bergala, que será referência importante nesta pesquisa.Cópia; Ontologia; Estudo de criação; Criação cinematográfica; Alain Bergala.“O PROCESSO DA CÓPIA COMO ESTUDO DE CRIAÇÃO NO CINEMA”DissertaçãoCinema e Artes do Vídeo