BRANDÃO, Elias CanutoPELLIM, Ezilda Franco2025-04-282025-04-282017/03/20https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/678A ausência de políticas educacionais para os povos do campo no Brasil é uma realidade evidente, sobretudo no nosso objeto de pesquisa, o município de Nova Olímpia-PR, onde todas as escolas rurais foram fechadas em menos de duas décadas. Assim, objetivamos pesquisar o que de fato ocorreu nos últimos anos e, para o desenvolvimento da pesquisa, realizamos um recorte temporal entre os anos de 1990 a 2016. Tomamos como ponto de partida questões como estas: Qual é a perspectiva da educação do campo no Estado neoliberal? Como tem se dado o diálogo entre as perspectivas dos movimentos sociais e as políticas de Estado? Qual é a perspectiva de educação para os alunos do campo no município de Nova Olímpia? Para alcançar a proposição, fundamentamos a pesquisa perpassando diversos autores que, assim como nós, partem de uma abordagem teórica metodológica na linha do materialismo histórico dialético. Visamos à compreensão da realidade histórico-cultural e social dos povos do campo e da educação destinada a esses povos, com vistas a ultrapassar o senso comum, socialmente construído. Considerando a riqueza de materiais acessados, analisamos as políticas de educação e a influência dos movimentos sociais na construção da LDB 9394/96; historicizamos a educação dos camponeses no Brasil, com foco nas políticas para Educação do Campo que se deram pós-LDB; discutimos os conceitos de cidadania e de educação, propostos na LDB 9394/96, e a prática, in voga, no município, pautada na ideia de formação para o mercado de trabalho. Investigamos a educação dos povos do campo, praticada nos pequenos municípios, buscando identificar quem são os sujeitos camponeses, que formação devem receber os professores que atendem a alunos do campo e qual o currículo escolar ideal para um pequeno município com economia agrícola. Discorremos sobre o fechamento das escolas no campo e o atendimento aos alunos deste nas escolas das cidades, pelo processo de nucleação. Por fim, analisamos as políticas e práticas educacionais no município de Nova Olímpia, partindo de sua identificação e histórico, com foco sobre o relato das escolas rurais, desativadas desde o final de década de 1990; e averiguamos as perspectivas de educação, presentes na proposta pedagógica e na prática da escola municipal, a partir do conceito de Educação do Campo, no campo e para o campo, enquanto perspectiva dos movimentos sociais e em contraposição à educação rural, pensada sob a perspectiva do latifúndio, ou da preparação da força de trabalho para o mercado urbano, perspectiva esta que reforçou o êxodo rural no município estudado. A dissertação perpassa várias categorias que contribuem para compreendermos o objeto investigado e, aqui, antecipamos as seguintes categorias de análise, visto o método desenvolvido, o materialismo histórico dialético: trabalho, hegemonia, contradição e totalidade. Concluímos que a Educação do Campo na perspectiva dos movimentos sociais, não interessa às políticas educacionais do Estado neo/liberal, visto que para este, as políticas partem da necessidade de qualificação da força de trabalho para o mercado, sendo uma das razões do fechamento das escolas rurais em Nova Olímpia na década de 1990, e das escolas de campo em todo o Brasil, apesar da legislação que assegura o direito da educação aos povos do campo, no campo.Povos do campo; Nova Olímpia; Educação do campo; Fechamento de escolas; Escolas rurais.AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PARA OS POVOS DO CAMPO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE NOVA OLÍMPIA-PR ENTRE 1990 E 2016DissertaçãoEnsino