PÁTARO, Ricardo FernandesROSSI, Jean Pablo Guimarães2025-02-112025-02-112020-02-28https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/268Esta pesquisa analisou as compreensões de mulheres, educadoras da educação básica de uma rede municipal de ensino do Paraná, a respeito dos debates entre gênero, objetivos da educação e Escola sem Partido (ESP). Partindo de uma perspectiva de interdisciplinaridade e de complexidade, apresentamos criticamente a origem e história do Escola sem Partido, buscando evidenciar como esse movimento já nasce com viés ideológico e político, embora se autodeclare neutro e apartidário. Diante do pseudo conceito de “ideologia de gênero”, esta pesquisa problematiza: seria possível que as perspectivas defendidas pelo ESP estejam presentes nas compreensões de professoras? Para responder a esse questionamento, desenvolvemos uma pesquisa de campo com 13 professoras de escolas públicas. Foram organizadas 3 sessões de grupos focais nas quais as participantes tiveram a oportunidade de debater e expressar as suas compreensões em torno da escola, questões de gênero e sexualidade e o movimento Escola sem Partido. O conteúdo das sessões de grupos focais foi organizado em três categorias de análise. Na primeira discutimos a presença de discursos que dicotomizam as funções da escola, o papel docente e a função da família, elementos que se relacionam ao movimento de simplificação presente no ESP. Na segunda categoria discutimos as narrativas referentes aos medos e opressões vivenciados pelas educadoras e que também estabelecem paralelos estreitos com os discursos do ESP. Na terceira e última categoria, analisamos as contradições entre as crenças pessoais das participantes e as temáticas de gênero e sexualidade. Em suma, os dados evidenciam compreensões docentes influenciadas por crenças hegemônicas e preconceitos que expressam similitudes aos discursos adotados pelo ESP, além de dicotomização entre as noções de ensinar e educar. Os achados da investigação denotam que as compreensões das educadoras oportunizam a entrada do ESP no âmbito escolar e, portanto, corroboram a necessidade de continuarmos investindo em uma formação docente que leve em consideração as questões de gênero e incorpore também uma análise crítica a respeito de movimentos supostamente neutros, como o ESP, cujos discursos se distanciam de uma educação progressista e democrática.Escola sem Partido. Gênero. Formação Docente. Objetivos da Educação.Gênero e educação em tempos de Escola sem Partido: compreensões de educadoras em debateDissertaçãoInterdisciplinar