MILANI, MargarethALMEIDA JUNIOR, Elcio Antônio de2025-10-212025-10-212025-08-11https://repositorio.unespar.edu.br/handle/123456789/945A performance musical está interligada a uma complexa rede de domínios que abrange desde os conhecimentos teóricos musicais aplicados em contextos estéticos e estilísticos diversos, passando pelo uso de práticas pianísticas eficientes e criativas, e pela conexão com dimensões extramusicais permeadas pela experiência sociocultural e idiossincrática do intérprete. Esta complexa rede de expedientes envoltas no fazer da performance musical também se apresenta atrelada à necessidade de abordagens que possam fomentar a autonomia de processos interpretativos nas mais diferentes fases formativas do intérprete, em especial na formação de nível superior, momento em que as competências musicais são exercidas e instituídas em profundidade e de maneira a garantir uma atuação profissional, acadêmica e artística em níveis profícuos. Tendo em vista tais demandas, este trabalho teve como objetivo geral o de verificar a influência do uso de registros audiovisuais como ferramenta balizadora para o desenvolvimento de processos interpretativos pianísticos autorregulados no contexto do ensino superior. Os objetivos específicos buscaram analisar quais subprocessos do ciclo de autorregulação da aprendizagem são potencialmente mais favorecidos pela incorporação sistemática de registros audiovisuais como ferramenta de mediação no estudo pianístico; examinar como a incorporação dos registros audiovisuais pode promover transformações nas rotinas de estudo e nas estratégias adotadas pelos estudantes de piano. A partir de uma natureza qualitativa, o campo de pesquisa teve o delineamento de um estudo de caso, realizado com três pianistas matriculados no Curso de Superior em Instrumento do Campus de Curitiba I – Embap, da Universidade Estadual do Paraná – Unespar. O percurso investigativo compreendeu a realização de cinco encontros com esses estudantes, no intuito de acompanhar a aplicação de um protocolo de uso de registros audiovisuais e coletar dados a partir de duas entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontaram que o uso sistemático de registros audiovisuais contribuiu significativamente para a ampliação de constructos diagnósticos (principalmente aos que estavam atrelados à fase prévia e de autorreflexão do mecanismo autorregulatório) dos estudantes em relação às próprias performances, promovendo reflexões sobre aspectos técnicos, expressivos e de estruturação da performance. Os participantes relataram ganhos de autonomia, maior clareza na identificação de demandas interpretativas e tiveram percepções bastante precisas a respeito de suas melhorias ao longo da adoção do protocolo de uso dos registros audiovisuais em suas práticas. No entanto, constatou-se que apesar dos avanços nos processos autorregulatórios, a adoção de estratégias de prática pianística mais diversificadas nem sempre acompanhou o uso do protocolo, sugerindo a importância de intervenções didáticas complementares para o desenvolvimento mais eficaz de competências autorregulatórias. A pesquisa reafirmou, assim, o potencial dos registros audiovisuais como recurso balizador da aprendizagem musical autorregulada, abrindo horizontes para que este ferramental também seja explorado em novas pesquisas que transcendam o contexto de estudo de um repertório em sua fase inicial, mas em momentos em que o intérprete já se encontra em um estágio avançado de interpretação de modo a ensejar processos autorregulatórios em ambientes de performance propriamente dita.Autorregulação, registros audiovisuais aplicados na performance, práticas pianísticasRegistros audiovisuais como ferramenta autorregulatória de processos interpretativos pianísticos: um estudo de caso com três estudantes de graduação em músicaDissertaçãoArtes